- O QUE?! - arregalo os olhos com a confissão.
Claro que algo iria dar errado.
Saio do quarto depressa indo em direção ao que achava ser a porta de entrada. A abro e fico pasma ao ver.
Uma rua, cheia de carros, céu azul aparente.
Sim, esse não era o lugar que deveria estar.
Ouço apenas alguém vim atrás de mim enquanto eu ficava olhando pra rua movimentada, pensando o porque de estar ali.
- Yeji. - diz Ryujin atrás de mim.
Olho para o sol que batia um pouco a frente de aonde estava. Queria muito que fosse um sonho, então estendi meu braço no sol, fechando os olhos quando senti arder, e ardeu muito.
Eu mal podia acreditar. Busan? Como isso aconteceu? E a minha família? Minha mãe, Ruka...
Senti uma angústia enorme.
Apenas deixei as lágrimas caírem. A dor da queimadura ajudou nisso.
- Yeji! - Ryujin me puxo pra trás me virando para ela. Senti seus olhos em mim e logo depois ela me abraçou.
Fiquei parada.
Uma humana me abraçou.
Eu estava na casa de uma humana.
A empurro imediatamente.
- Não encosta em mim. - corro para dentro da casa para pegar Yeji, que nem sabia aonde estava. Precisava sair dali o mais rápido possível.
Procuro rapidamente a pelúcia no quarto, e quando acho me apresso para sair da casa. Mas ela me impede.
- Yeji, o que está fazendo?! - ela disse enquanto segurava meu braço - Você não vai a lugar algum nesse estado.
- Me solta! - me solto de seu aperto.
E me impedem denovo.
- Yeji! Para! - ela grita me puxando para um abraço apertado - Eu não sei o que aconteceu mas... eu não vou te machucar...
Eu não sabia no que confiar.
Ryujin parecia uma garota legal, mas os humanos não permitiram que confiassemos neles.
Não mais.
Mas eu não tinha escolha.
Então, me rendi.
Abracei Ryujin de volta, o mais apertado que pude. Chorando todas as minhas lágrimas em seu ombro. Yuna deve ter me ouvido e ido perguntar pra Ryujin o que houve, porque depois de algum tempo senti uma mãozinha acariciar minhas costas. Não me lembro muito bem o que aconteceu após isso, devo ter chorado até dormir.
[...]
Quando acordei já era de noite. Decidi confiar em Ryujin, afinal, era a única opção que eu tinha. Devia ter lembrado do que papai disse sobre o Telepire, o dele já tinha muito tempo de uso, não devia funcionar muito bem. O fato dele demorar um ano para carregar novamente, estraga tudo. E eu nem sabia onde o meu foi parar.
Estava morrendo de dor de cabeça, pensei em chamar Ryujin para tomar aquele tal de "remédio" para melhorar novamente. Mas ela estava dormindo.
Eu me sentei na cama, achei esquisito ela dormir no chão sendo que poderia dormir comigo, a cama não era tão pequena assim. Quer dizer... o chão é duro.
Sorri a vendo toda espatifada dormindo em cima de um fino colchão no chão ao lado da cama em que estava sentada.
Ela é humana.
Parei de sorrir quando lembrei disso. Dei alguns chutes em seu colchão para que ela acordasse.
- An? O que? - ela diz esfregando os olhos.
Fofo.
- Minha cabeça dói.
Ela bufa e se levanta. Sai do quarto e demora um pouco a voltar.
- Aqui, toma. - ela se aproxima de mim e me entrega um remédio e um copo d'água.
- Obrigada. - digo e tomo o remédio junto da água - Você... não está com dor de dormir no chão?
Ela se senta no colchão e deita denovo.
- Não, relaxa. Acostumei a fazer isso quando minha mãe adoeceu... - ela fecha os olhos.
- O que sua mãe tinha? Porque dormia no chão ao lado dela?
As vezes, é melhor guardar as perguntas pra si.
- Ela tinha câncer. - ela fez uma pausa, o que deixou tudo mais desconfortável - E já que não podia dormir na maca junto com ela, levava um colchão fino. Era melhor que dormir na cadeira.
- O que aconteceu com ela?
- Ela morreu.
Caramba, Lucy!
- Foi quando eu tinha 13 anos. Tive que cuidar de Yuna depois disso.
- Mas e sua tia?
- Ela trabalha o tempo todo, volta só de noite. Naquela época, ela chegava quando estávamos dormindo. Yuna tinha só 3 anos, precisava distraí-la o dia todo para que não sentisse falta da mamãe, mas era tudo inútil.
Silêncio.
- Sinto muito...
- Tudo bem, faz muito tempo. Agora durma, amanhã vai pra escola comigo.
- Eu não durmo de noite, sou uma vampira.
- Certo, então faça qualquer coisa, apenas me deixe dormir.
- Tá...
Eu não iria contrariar Ryujin, ainda mais depois de acidentalmente tocar num assunto tão delicado.
Me deitei na cama denovo, olhando para o teto do quarto. Suspirei.
- Até os humanos sofrem... - sussurrei para mim mesma.
Talvez eles sejam assim por causa disso. Existe tanta dor e angústia guardada dentro do coração deles, que acabam por descontar em quem nem tem culpa, em quem não tem absolutamente nada a ver, só para se sentirem melhor.
Humanos...
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esse capítulo tá um pouco menor, não consegui ter tanta criatividade para fazer um maior 😭
Estou tendo mais ideias para CTMD, aliass lançou capítulo novo, se não leram ainda vão lá!
eu queria continuar um dia sim um dia não essa fic mas não ando tendo muitas ideias, então mr. vampire vai ser um pouco mais difícil de sair atualizações com frequência, mas vou continuar!
bjocass até o próximo capítulo 💗
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𝕄𝗿. 𝗩𝗮𝕞𝗽𝗶𝗿𝕖 || ʀʏᴇᴊɪ
Fiksi Penggemar[CONCLUÍDA] Caçadores humanos atacam Transilvânia, - a cidade dos monstros - e usando seu aparelho de teletransporte, Lucy, uma jovem vampira, acaba na casa de uma humana por acidente. Será que os humanos são tão abomináveis quanto ela achava? - sho...