Ao chegarem em casa Katherine, não conseguia parar de chorar, ela se viu na mesma situação de quando era apenas uma criança. Seu corpo estava gelado, e, suando frio, seus irmãos tentavam acalma-la, mas não conseguiam. Lembranças corriam em sua mente, essas que não são uma boa história para se contar para seus netos e bisnetos. Quando Ross e Ramires chegam em casa se deparam com a cena, sua irmã, chorava desesperadamente, seus gemidos se ouviam logo da entrada da fazenda.
— Por... que... me fez passar por isso de novo, Ramires porquê? Soluçando; ela o olhava com decepção.
Ramires não conseguia falar nenhuma palavra, somente observava o que fizera a sua amada irmã, uma sensação de arrependimento e culpa surgia gradativamente. Então se pôs a sair do quarto, onde estavam, e foi em direção ao campo pensar nos fatos ocorridos.
A noite foi passando, e aos poucos, a moça dos cabelos loiros, foi se acalmando, ate que ela adormece sem perceber, seus irmãos adormeceram ao seu lado, ao pé de sua cama e sentado na poltrona de camurça de Katherine.
Quando o galo cantou pela manhã na fazenda, deitada com uma sensação de peso em seu corpo, faz seus gestos serem lentos, levantar da cama fora muito difícil para ela, de certo que ela não gostava nem um pouco da sensação de impotência que estava sentindo naquela hora. Uma ducha bem quente a relaxa completamente, fazendo com que todos os pensamentos ruins desaparecem por completo, ouvir somente o som da água caindo sobre o chão de seu banheiro, fazendo um pequeno eco fazia com que toda a tensão de seu corpo saísse. Vestindo sua calça franjada nas laterais, uma camisa manga longa na cor branca, e sentando de frente com sua penteadeira, ela analisava toda a superfície da mesma, se olhando no pequeno espelho começou a fazer o seu coque baixo, o penteado que quando ela se sentisse quebrada, frágil e impotente; que ao fazê-lo ela não se sentisse mas dessa maneira, pois descobriu que quando o fazia as pessoas a olhavam com respeito e talvez ate um pouco de medo, ela lembrava de sua mãe que fazia o mesmo coque quando, sofria as agressões de seu pai. Quando passando-lhe pela a ultima vez o pente, terminando-o ela se encara no espelho.
— Você é uma mulher forte Katherine! Essa vai ser a ultima vez que, vais se sentir dessa maneira! Você não é frágil, nunca mais! Seus olhos lagrimejam, mas ela se recusa a derramar mais uma gota de lagrima de seus olhos.
Descendo as escadas um cheiro de cookies e café sendo passado tomava o ambiente da sala, ela se senta para tomar um delicioso café e comer um cookie que derretia na boca. Ela estava mais leve, como se não tivesse chorado a noite toda, ela só queria que a noite anterior não tivesse existido. Quando terminou seu café foi dar uma volta nos campos da fazenda com Sunshine, tudo estava andando em perfeito estado, somente não tinham encontrado um domador para os cavalos, ela ouvia seus irmãos conversarem sobre isso de longe, quando Dave lembra-os de Dom de quando ele cuidou muito em do cavalo de sua irmã, e que ele poderia ser uma boa opção para eles, olhando para Katherine que estava parada ouvindo disfarçada.
— Eu acho que não é uma boa ideia irmão! Alberto cochicha, olhando de lado para Katherine que percebe o olhar.
—Por que meu irmão? Aproximando deles descendo do cavalo e os encarando.
— Não se faça de desentendida irmã! Você sabe muito bem! Ross a olhava ironicamente para ela.
— Não, estou Ross, se ele é bom com os cavalos, e vocês acharam, que mal teria, não vejo o problema. Se quiserdes que ele seja o domador de nossos potros, que assim seja. Só que se ele fizer algo errado, ele morre já quero deixar bem claro! Confiante ela monta em seu cavalo novamente, e olha para seus irmãos que não entenderam o que acabara de acontecer, ela estava diferente.
Com seu tempo ocioso, a moça sentou na cadeira de balanço na varanda de seu quarto, e apreciava a bela vista que tinha das árvores na frente de sua fazenda, que se fazia um caminho, e logo ao fundo podia-se ver, as montanhas que no inverno eram cobertas de neve. O vento soprava sacudindo os galhos, espantando os pássaros que pousavam ali, os criados passavam de um lado para o outro, os capatazes que guardavam a frente da fazenda, ficavam parados como estátuas, e os relinchos dos cavalos, ela amava tudo isso. Um de seus criados a trouxe um chá bem quente de camomila e ervas do campo, esse momento a tirava das suas obrigações por algumas horas, a cada gole ela não precisava saber como estava o condado, e muito menos dos negócios de sua fazenda.
Seu momento de paz e tranquilidade foram interrompidos, quando ela avista de longe Dom montado em seu cavalo, adentrando a fazenda, encarando-o viu que o mesmo também a encarava sentada em sua varanda, e logo ela se pergunta'' Que raios ele veio fazer aqui hoje?'' Respirando profundamente, e revirando os olhos pois seu momento foi interrompido, um ar de insatisfação rodeava a mesma, ela desce as escadas, mas quando faltava apenas alguns degraus, acaba tropeçando e caindo em cima de um de seus pés torcendo-o, fazendo com que ela gritasse '' MAS QUE DROGA'' Dom que estava entrando viu a cena e logo correu para ajudá-la.
— Santo Deus, Ludovic se machucou? Levantando-a e analisando se tinha algum machucado na mesma.
— Me solte! Não me toque... tire suas mãos de mim! Não ouses nunca mais a me tocar Santi, mas que droga, não me toque entendeu! Gritando freneticamente com ele, e o olhando com sangue nos olhos, aquilo realmente a incomodava de um jeito muito estranho, não era bom o jeito que ela reagia quando alguém lhe tocava.
— Desculpe-me, prometo que nunca mas vou lhe tocar senhorita! Só estava vendo se você se machucou do tombo! Levantando as mãos e a olhando seriamente, e decepcionado e ao mesmo tempo intrigado com a sua reação.
— Já e a segunda vez! E eu estou bem, não preciso de ajuda! Enquanto falava, tentou se levantar, mas sentiu uma dor muito forte em seu tornozelo, que a fez cair novamente.
— Estou vendo que estas bem, bom vou chamar ajuda! Tirando seu chapéu, gritou pelos irmãos de Katherine que logo vieram correndo.
— O que aconteceu aqui? O que fez com ela? Ramires lhe indagava como se Dom fosse o culpado.
— Nada, quando cheguei a vi rolando as escadas a baixo, então tentei ajuda-la, mas não quis minha ajuda, tentou se levantar, mas parece que torceu o tornozelo.
— Preocupado, agora comigo Ramires? Ela o olhava debochada, mesmo sentindo dor.
—Não é hora para isso irmã! Christoffer ajoelhava para ajuda-la a levantar, fazendo com que ela gritasse de dor.
— Acho, que teremos que, te levar ao hospital Katherine! Preocupado Dave a olha, quando ela faz uma cara assustada.
— Não, eu não vou para aquele lugar, eu estou bem!
Todos a olham seriamente, pois estava na cara que ela não estava bem, não conseguia nem repousar o seu pé no chão que gritava de dor, por mais que não quisesse ela sabia que a coisa estava feia para ela com todos aqueles rostos a encarando, ela não teve escolha.
— Está bem, mas eu não piso naquele hospital, que Esmeralda cuide de mim... no galpão atrás do armazém. Se não for assim eu não vou entenderam? Olhando para todos que acenavam com a cabeça.
Carregada por Christoffer que a pôs na garupa de seu cavalo, reclamando de dor, todos partiram para Valentaine. Dom e os outros irmãos foram atrás de Esmeralda no hospital enquanto ela ia para o lugar desejado por ela, para ser tratada, quando a moça ruiva adentra o local onde ela estava, se contorcendo de dor, se espanta quando sente o olhar de desespero e ódio de Katherine. Logo ela começa a cuidar da luxação de Ludovic, a mesma lhe deu uma infusão de ervas para acabar com a dor que estava sentindo e amarra um pano com unguento bem quente em seu tornozelo.
— Bom a dor forte, deve passar em algumas horas, e... você deve Madame ficar aqui alguns minutos com esse pano no seu tornozelo. Eu tenho que voltar, mas logo voltarei aqui para refazer e depois você pode retornar para sua fazenda. – Esmeralda sorria sem parar, como se tivesse medo de Katherine.
— Ótimo, que bom ter que ficar aqui, parada! Vá logo, e não demore para voltar – Katherine a encarava seriamente e revira os olhos, quando se depara com Dom a analisando completamente calado, mas ela o ignora.
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O Mistério de Valentaine
RomanceApós a morte de seu marido, Katherine Ludovic se vê forçada a liderar o conturbado Condado Valentaine, onde o crime cresce sem controle. A chegada de um novo xerife desperta sua esperança de descobrir o paradeiro de seu irmão desaparecido. No entant...