Capítulo 20

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*CONTEM GATILHO*




Fazendo um novo curativo, Katherine o observava por alguns minutos, em sua mente se perguntava se contava sobre Billi para ele,parecia justo pois ele estava indo salvar alguém que ele não conhecia. 

- É Dom, é então sobre meu irmão Billi, acho que agora você precisa saber, é uma historia bem longa!-  Ela olhava para suas mãos e em seguida para ele.

- Tenho todo o tempo do mundo Ludovic, se estiver tudo bem para você! Estou ouvindo!

Sentando mais perto dele que se ajustava para ouvi-la melhor e confortável.

- É nosso pai é um pinguço e batia sempre em minha mãe. Ela quase morreu diversas vezes por causa dele, ele não a respeitava os dias necessários depois de dar á luz, o Billi veio alguns meses depois   que completei um ano e depois os outros vieram. Na ultima gravidez eu pensei que realmente perderia ela, pois ficou impossibilitada de ter  mais filhos, aquele homem descobriu e a agrediu  deixando ela quase morta, foi meses ate ela ficar boa novamente. Eu e Billi a convencemos de ir embora do condado,preferia sentir a dor de ver ela partir do que ter ela morta por causa daquele crápula. Em uma madrugada iria passar uma caravana que iria para Washington, ela implorava para ir com ela, mas eu pensei nos meus irmãos pequenos, não poderia deixa-los nas mãos daquele maldito, ele ficou por mim. Quando ela se foi meu pai ficou muito furioso e descontou em mim, ele falava que eu iria apanhar no lugar dela,  e assim foi,ele  sempre me socorria nesses momentos, mas tinha medo dele. Fomos crescendo e quando eu tinha uns quinze anos... já estava com um corpo de mulher e.... ele chegou muito mais bêbado e eu estava em meu quarto, então ele me olhou.... e me agarrou eu gritei e gritei e ele passava as mãos em mim, chamando o nome da minha mãe, meus irmãos entraram e Billi como tinha quatorze anos veio para cima o meu pai e lhe deu um soco. Naquele dia meu irmão perdeu o medo dele e começou a enfrenta-lo, mas ele sempre apanhava. Um ano se passou e a raiva dele aumentava mais e mais, então convenci ele em ir para Washington junto de nossa mãe, pois tinha medo que algo fatal, acontecesse. Até que chegou um homem no condado e se aproximou de meu pai, ele veio para ser o xerife da cidade, eu estava em nossa casa que não era a fazenda, quando meu pai chegou com esse homem por nome Robert e o apresentou como meu noivo,e que eu tinha sido vendida para ser a sua esposa, na hora Billi e meu pai tiveram a pior briga que eles já tiveram. - Ela contava com tristeza nos olhos, enquanto Dom ouvia atentamente.

- Depois disso implorei para Billi fugir, e que eu iria ficar bem, pois aquele homem iria me proteger, e então ele se foi e prometemos sempre nos manter informados por cartas. Robert no começo parecia ser um homem bom, pensei que iria me proteger, ate me deu o Sunshine de presente mas só pude cavalgar depois da sua morte. Depois que nos casamos eu vivi um inferno nas mãos dele, ele me batia muito mais que meu pai se eu não fizesse o que ele queria, me falava coisas que me ameaçava muito, e falava que nunca iria ter filhos comigo. Ate que um dia eu engravidei,e ele me deu um chá ao qual me doeu muito a barriga e comecei a sangrar, e o medico disse que eu tinha perdido o bebe.  Meu irmão sempre me mandava cartas e eu também para ele. 

- E onde seus irmãos estavam, que não impediram esse canalha? - O tom de Dom era ríspido.

- Bom quando casei Robert expulsou eles de casa, eles ficaram no condado vizinho e eram proibidos de voltar. Ficou somente eu e ele, ele me usou e me machucou de todas as formas possíveis e... Até que um dia a noticia mais feliz da minha vida chegou, um dia ele me disse que iria sair para resolver algo e demorou a voltar, e então tive a noticia de que ele tinha morrido, eu senti um alivio tão grande. E então percebi que Billi não me mandava mais cartas, não importava quantas cartas eu enviava ele nunca me respondia. E então como assumi os negócios, comecei a procurar por ele em tudo que eu podia. Já fazem três anos, eu ate perdi as contas... - Ela olhava para ele, com um olhar triste.

- Então você foi vendida? Ele nunca chegou a te amar? Nenhum momento sentiu isso com ele? - Dom a encarava, quando ela o olha e abaixa a cabeça

- Sim, não queria  me casar assim, e nunca teve amor, eu nem sei o que é isso Santi. - Olhando de volta para ele  seriamente. 

- Agora eu entendo o motivo de você ser tão arisca, achas que todo homem fora os seus irmãos vão te machucar igual seu pai e esse Robert não é mesmo? - Ele a olhava serio, quando ela assenti com a cabeça.

- Katherine, eu nunca faria nada para te machucar, não ousaria tocar um dedo em você para te ferir ou te magoar igual eles fizeram. E se depender de mim nunca mais ninguém vai te machucar! - Ela olhava nos fundos de seus olhos, e pode sentir que aquelas palavras eram puras e sinceras, e sentiu como se algo quebrasse dentro dela, ela sentiu algo bom ao ouvir aquelas palavras.

  - Bom vamos dormir e amanha prosseguiremos a viagem. Boa noite Katherine! - Estendendo o saco de dormir ainda mancando, olhava para ela.

- Não vai vir dormir? - Ele a encarava, para que ela viesse se deitar ao seu lado.

- Vou sim, boa noite Dom! - Seu tom era manso e tímido,ela deitava ao seu lado rapidamente, virando de costas, sentia seu coração acelerar.


Lembrando de como Dom falara aquelas palavras, se perguntava se isso era verdade, desde que Robert morreu, Katherine se tornou amarga, e prometeu que ninguém mas iria toca-la, nem para o bem nem para o mal. Ela desde pequena sempre que era tocada, sentia dores em seu corpo, sua pele ardia, toques aos quais deixaram o corpo dela gravado. Depois de ter ficado viúva, por seu marido ser o xerife, teria que tomar conta de tudo, e finalmente pode trazer seus irmãos para perto dela. Por viver em uma sociedade, em que só os homens mandavam e resolviam tudo, Katherine sofria muitos insultos, e os homens e mulheres, a julgavam por ela não ser comum, e seu jeito grosso e amargo de ser. No hospital de sua mãe ela ensinava Esmeralda a não abaixar a cabeça, e ser firme com aqueles homens do condado. Por ser traumatizada, não conseguiu trabalhar lá então arrumou a jovem ruiva para isso. Ela cresceu sem o amor de um pai, e sem a sua mãe teve que aprender a ser mulher sozinha, de uma forma não muito boa, descobriu a verdade de ser adulta, fazendo com que ela construísse uma muralha em volta de seu coração, para não sofrer mais.

Mas agora com Dom era diferente, ela podia confiar nele e se sentia segura ao estar perto dele.

O Mistério de ValentaineOnde histórias criam vida. Descubra agora