∆ Capítulo 4

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Tua ida me despedaçou
de tantas formas,
que ainda tento encontrar os pedaços de mim, que eu perdi pelo caminho.

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∆ Jimin

Hoje eu acordei pensando que ia ser diferente, infelizmente eu estava errado. A tragédia é ficar acordado se perguntando: E se? São tantas perguntas que ficaram sem respostas. Tantos pensamentos que simplismente viraram cinzas. A saudade agora é diferente, não de alguém que está longe, mas de alguém que não vai mais voltar.

Estávamos longe eu sei, mas eu sabia que ele respirava e isso me confortava de certa forma. Está tudo tão bagunçado em minha mente e eu juro, que estou tentando assimilar as coisas. Porra! Ele se foi, agora a minha ficha caiu de vez.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

E não é remorso. Tudo, foi uma questão de escolha e eu apenas respeitei. Por mais que eu tentasse encontrá-lo, parecia distante, até ele me falar que preferia assim. E foi assim por longos anos. As datas comemorativas eram sempre as piores, no nosso aniversário, caralho! Eu me trancava na porra do quarto com litros de bebidas, nossas fotos e vídeos antigos da nossa infância, me acabando nas lembranças que fizemos juntos. Ali, eu chorava, ali, eu conversava com as estrelas fazendo singelos pedidos para que ele voltasse. Ele não voltou.

Existem dias em que não queremos nada. Ficamos em posição fetal em cima da cama, esperando o tempo passar. A ansiedade é cronometrada pelo tic tac do relógio. Cada segundo, nossa vida inteira passa diante dos nossos olhos em câmera lenta. Passado e futuro juntos dançam a música do caos. Eu sento como se fosse o universo inteiro e ao mesmo tempo, só um grão de areia na ampulheta. O silêncio está me abraçando e o tempo não comete erros. Infelizmente, nós sim.

Depois do velório, dormi na mansão e senti a dor ainda mais aguda, pelo choro dos meus país. Minha mãe olhava a fotografia de Jaewon ainda pequeno e suas lágrimas pingavam sobre seu colo, gotejando silenciosamente e sufocante. Ela repetia diversas vezes que o amava, mas ele não estava ali para ouvi-la.

Yu-bi passou a noite comigo, foi carinhosa, mas sabia que eu precisava de um tempo sozinho. Pela manhã depois de tomar café, ela foi embora. Eu me despedi dos meus pais e fui para minha cobertura, onde literalmente mergulhei fundo em um mar de dor. Me permiti chorar.

Chorei, chorei e chorei, até desidratar meu corpo caído sobre o tapete da sala. Eu queria apenas um abraço, mas ele não me era mais permitido. A gente finge que não afeta, que é de pedra, que é fácil, mas tem vezes que qualquer ventania nos quebra. Então, cheguei a conclusão que talvez a eternidade seja sobre memórias, e não pessoas.

°°°
Dias se passaram, eu precisava voltar a minha rotina diária, pelo menos vou ocupar a minha mente e não pensar tanto no que aconteceu. Se é que seja possível. Agora, estou em minha sala, resolvendo algo que não pode mais ser adiado. Minha mãe quer confrontar o tal do Jungkook, tem uma opinião formada sobre ele e quer colocar as cartas na mesa. Então, busquei uma melhor posição.

- Eu entendo da lei, sei o que pesa, mas eu quero ser o mais justo possível. - digo sério, com os olhos focados na janela e o corpo travado na poltrona.

2 De mim  JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora