Capítulo 06

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P.O.V Vanessa Lopes

— Alteza, é hora de despertar. - escutei uma voz distante. "Era só o que me faltava, Yasmin".

Não me lembrava que a cama do quarto magia era tão confortável. Levantei os braços e me espreguicei, alongando, ainda de olhos fechados.

— Já está preparado o vosso banho e as vestes foram selecionadas. A Rainha solicita a presença de Vossa Alteza para o desjejum matinal. - e novamente a voz se fez presente "Rainha? De quem ela estava falando?".

Aos poucos, fui abrindo os olhos, tentando me acostumar com a claridade. Para meu espanto, não estava no quarto magia, e aquela não era Yasmin. Arregalei os olhos e procurei algo para me defender, encontrando apenas uma caneta feita de pena na cabeceira da cama. "Isso só pode ser alguma pegadinha". Peguei a caneta e apontei na direção da desconhecida.

— QUEM É VOCÊ? - esbravejei, tentando descer daquela cama gigantesca. Quase caindo quando coloquei o pé no chão. "Maldito tapete!".

— Eu sou sua criada, Alteza. - explicou, com as mãos levantadas e trêmulas. — Foi a vontade de Vossa Majestade que eu despertasse a senhorita após às 7hrs da manhã. - ela tentou se explicar, me deixando ainda mais confusa.

— Do que você está falando, garota?! - Olhei ao redor daquele quarto, procurando câmeras ou qualquer indício de que aquilo não passava de uma brincadeira.

O quarto era banhado em branco gelo, com pequenos detalhes em dourado. Nas paredes, quadros pendurados "pareciam verdadeiras obras de museu". Um lustre gigantesco pendurado no teto, enquanto uma estante no fundo do quarto exibia uma coleção absurda de livros. As grandes janelas permitiam que a luz do dia inundasse o quarto. "Bobinho deve ter gastado uma grana para fazer esse cenário". O cheiro daquele quarto era como se a brisa tivesse carregado notas de jasmim e lavanda por todo o ambiente.

— Perdoe-me, princesa, a senhorita não se encontra bem? - perguntou aquela mulher desconhecida, se aproximando de mim devagar.

— Pare de me chamar de princesa, senhorita ou Alteza, por favor, me chame apenas de Vanessa ou se refira a mim como você. Agora me diga, onde caralhos eu estou? - apontei a caneta na sua direção novamente. A confusão no seu rosto era visível, parecia que eu tinha perguntado a coisa mais maluca do mundo.

— Alte... - ela começou a dizer, mas logo lembrou do que eu tinha dito. — Vanessa, você está no castelo, no castelo de sua família - explicou com cautela — Você é a princesa de Aslam. Sua mãe, a Rainha Paola esta esperando você na sala principal. Eu preciso arrumá-la antes que a Rainha venha aqui e veja que não está pronta.

— Deve ser coisa do programa Caldeirão com o Mion, né?. - ri, olhando por todo o quarto novamente. — O pessoal deve estar rachando o bico comigo aqui. Bom, já que é assim, entrarei nessa brincadeira também.

A tal criada me olhou com o cenho franzido, seu rosto em total confusão. "Ela é uma ótima atriz".

— Pois vamos nessa, mona. Mamãe esta esperando. - falei, e ela concordou, meio atordoada.

[...]

— Ai! Você quer me matar sem ar? - reclamei. "Provavelmente a tal criada queria me enforcar pela barriga. Que espartilho mais apertado".

— Vossa Al... A senhorita nunca havia reclamado antes. Assim está melhor? - concordei — Você disse antes que mais apertado, realçava ainda mais os seus seios.

Olhei no espelho e... Realmente realçava ainda mais os meus seios. "Agora posso amamentar a Gio... Perdão meu Deus, por esses pensamentos perversos". Pensando nela, me lembrei da noite anterior. Será que ela estaria bem? Mesmo ela negando que não foi culpa minha, eu sei que foi, eu a provoquei de propósito, mas ela é um ser tão perfeito que provavelmente não quis se aproveitar do meu estado deplorável de embriaguez.

— Você poderia, pelo menos, me dizer se a Giovanna está bem? - olhei para a criada pelo reflexo do espelho.

— É alguma amiga nova sua, senhorita? Posso perguntar por ela, se quiser. - me lembrei que ela não iria sair do personagem, então apenas concordei com a cabeça.

— Obrigada... 

— Estou à sua disposição para ajudar sempre que necessário, senhorita. É sempre um prazer. 

 Que falta educação a minha, até agora eu não tinha perguntado o nome dela. 

—  Como se chama?

— Me chamo Luiza, senhorita. - me virei ficando de frente para ela.

— Prazer em te conhecer, Luiza. Posso chamar você de Lu? - seus olhos brilharam com a pergunta.

— Como quiser, senhorita. - falou, logo depois abriu um grande sorriso.

Luiza é uma jovem linda. Seus cabelos cacheados presos por uma fita preta. Seu rosto delicado de traços suaves, marcado por seus olhos castanhos. Sua pele parda tem um tom quente, e suas sobrancelhas grossas dão um toque de mistério ao seu olhar. A boca bem desenhada com um sorriso doce e sincero.

— Venha, vamos pentear seus cabelos, senhorita. - disse Luiza, me deixando sozinha no closet.

O vestido verde abraçou meu corpo com perfeição, como se tivesse sido costurado sob medida. "Agora eu me pergunto como eu vou aguentar nesse calor infernal do Rio de Janeiro. O próprio piru no forno".

[...]

Desci as escadas do imenso palácio na companhia de Luiza. O lugar totalmente desconhecido por mim, então pedi que ela me guiasse. Ao chegarmos na sala de jantar, me deparei com uma mesa cheia de comidas de variados gostos: frutas, sucos, bolos, pães e varias outras coisas. No final da mesa, uma mulher de cabelos castanhos longos me observava. Seus olhos, de alguma forma, lembravam os meus, e seu sorriso também. Vestia um elegante vestido azul e usava uma tiara com pequenos cristais. Quando nossos olhares se cruzaram, ela sorriu para mim. Percebi que Luiza a reverenciou e, em seguida, se aproximou cochichando algo em seu ouvido. A expressão da mulher mudou para confusão, igual à que Luiza havia feito no quarto. Assentindo, a senhora pediu que Luiza se retirasse.

— Sente-se, meu amor. - pediu, dando leves tapinhas na cadeira ao lado dela. Sua voz era doce e cheia de ternura, igual o mar ao pôr do sol.

Assim fiz. Caminhei até onde ela estava e puxei a cadeira com cuidado, logo depois sentando.

— Luiza me informou que você não está bem hoje. Há algo que gostaria de me dizer? - perguntou, colocando um pouco de suco de laranja no meu copo. 

Estou totalmente deslumbrada com este ser na minha frente, sua áurea parecia de outro mundo. "Minha mente tinha parado de funcionar, mais que merda era essa".


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Tragam o óleo de peroba, porque a cara de pau voltou

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Tragam o óleo de peroba, porque a cara de pau voltou. Peço desculpas pelo sumiço, amadas. Bem, aconteceram coisas: trabalho acumulado, falta de criatividade, perdi 20 reais no tigrinho, falecimento de um familiar... mas acontece. Bom, estou de volta e, novamente, peço perdão pela ausência. Ah, e para as monas com ansiedade, sim, estou escrevendo o próximo capitulo.


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⏰ Última atualização: May 27 ⏰

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