Reencontros

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Quando as infinitas oportunidades apareceram pra mim, pensei não existir paraíso melhor além da fama, música e muito dinheiro, mas imóvel como estou agora, vislumbro a figura feminina que talvez possa fazer o esforço valer mais a pena do que qualquer multidão esperando para me ouvir cantar; entretanto, sinto que a repentina aparição de Kate me desvirtua do maior propósito que tenho essa noite, como inconveniências que surgem no momento em que estar fora de si, pode te levar a completa ruína.

Por outro lado, não imaginaria que o destino pudesse ser tão imprevisível comigo, pressupondo  que o empresário loiro de caráter duvidoso é magicamente contratado por Debrah, e por sua vez, carrega consigo o nome de Kate como seu precioso troféu, mais especificamente  esposa e também mãe do seu filho.

Em contrapartida, minha queridíssima namorada, ao que parece, se sente muito confortável em aprovar novas decisões sem minha consulta, me fazendo concluir que provavelmente  a maioria das suas escolhas são tiradas de dentro da bunda, ou qualquer buraco que ela tenha no corpo. Agora, considerando a audácia em tomar decisões importantes onde não  lhe cabem, sua expulsão da banda está sendo majoritariamente cobrada pelos outros integrantes, independentemente se Dake vai ou não permanecer como nosso empresário, isso significa que em menos de duas semanas, temos a aparição de um novo problema que precisa ser resolvido...nada novo até então.

Entre a conversa desinteressante que Dake matinha com todos nós, não me comunico ou esboço qualquer tipo de reação, mas recebo de Debrah, um encarar cortante quando seus olhos me observam levar o cigarro até a boca, mesmo assim, apenas ignoro a desaprovação, tentando de todas as formas não perder Kate de vista.

Apesar da multidão desqualificar a maioria das pessoas presentes, Katherine se destacava entre elas com suas feições sérias e impetuosas, focada em somente um propósito: agradar a criança agarrada em seus braços.

Independente do cansaço que ela provavelmente sentia, em nenhum momento pareceu disposta a abandonar a gigantesca fila na barraca da maçã do amor, me passando a impressão de estar tentando desesperadamente ser uma boa mãe (ou somente com muita vontade de comer uma fruta caramelizada); mesmo enquanto Dake joga conversa fora com completos "desconhecidos", mas isso é só mais um mero detalhe.

-Vou comprar uma maçã do amor, vocês querem também?- Gabin nega com a cabeça e os outros o acompanham na mesma sincronia.

- Vai mesmo enfrentar essa fila toda?-Debrah me observa desconfiada, certamente convicta de que minha vontade repentina não passa de uma desculpa para fumar longe de todos, o que em partes não é totalmente mentira e nem totalmente verdade.

- Vou sim, vai querer uma maçã do amor?

- Não, obrigada Cassy.- Sorrio aliviado, percebendo que não bastou muito para que minha desculpa esfarrapada fosse rapidamente abraçada sem desconfiança, e por isso, me despeço brevemente de todos que estavam presentes na interessantíssima roda de conversa, organizada por Dake junto das mil histórias que ele guardava na língua.

Na medida que eu me aproximava de Kate, suas feições ficavam cada vez mais nítidas aos meus olhos, não conseguindo deixar de perceber o quanto cada traço seu havia mudado, como se a garota de 17 anos que eu conheci, simplesmente tivesse morrido e uma versão mais madura e bonita de si mesma, ocupava o lugar que lhe pertencia. Enquanto eu observava cada pedaço do seu corpo, tentava ao mesmo tempo fotografar em minha memória o aspecto de mulher inalcançável que ela preservava consigo, não só devido ao vestido preto perfeitamente alinhado a sua estrutura, ou a leve maquiagem que enfatizava o seu cenho, mas tudo que consistia na sublime dinâmica entre ser uma mulher bonita, charmosa e mãe de um menino.

Em conclusão, pude perceber que mães são realmente muito atraentes, ou apenas Kate seja atraente e eventualmente é mãe.

No tempo em que cada vez mais eu me aproximava dela e de seu filho pequeno, buscava dentro da minha cabeça formas variadas de chamar sua atenção sem parecer minimamente louco ou obcecado, considerando que talvez Katherine nem se quer lembre de mim da mesma forma que eu me recordo dela, ou possivelmente ela se lembre tão bem que não me queira por perto outra vez, mas isso também é só mais um mero detalhe.

Reencontros - Castiel Amor doce +18Onde histórias criam vida. Descubra agora