— 𝗤𝘂𝗮𝗻𝘁𝗼 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝘁𝗲𝗺𝗽𝗼 𝗲𝘂 𝗳𝗶𝗰𝗮𝗿 𝗽𝗼𝗿 𝗮𝗾𝘂𝗶, mais perguntas ela pode me fazer.
— Saindo de casa? — minha mãe pergunta. Ela desliga a chaleira elétrica e seca as mãos com um pano de prato.
— Só vou dar uma volta.
— Ah... Tá. Quer dizer, isso é bom. — Faz uma semana que minha mãe tem levado refeições para o meu quarto e passado para ver como estou várias vezes por dia.
Então, não fico surpresa de ouvir um tom de preocupação na voz dela.
— E vou encontrar uma amiga.
— Fantástico. — Minha mãe faz que sim. — Vai ser bom pra você tomar um ar fresco, um café decente. E é bom ver seus amigos. Aliás, você já falou com o sr. Lucas na livraria?
— Ainda não...
Na verdade, não falei com ninguém.
— Você deveria entrar em contato com ele, se puder. Pelo menos pra avisar que você está bem. Ele deixou alguns recados.
— Eu sei...
— Alguns professores também.
Tiro minha bolsa de um gancho na parede.
— Não se preocupa, mãe, vou falar com eles amanhã.
— Então você vai voltar para a escola?
— Eu tenho que voltar — respondo. — Se eu faltar mais uma semana, eles não vão deixar eu me formar. — Isso sem falar que estou atrasada em todas as tarefas, que não param de se acumular.
Eu realmente preciso retomar o foco e me recompor, porque o que mais posso fazer? O mundo continua girando, não importa o que aconteça com a gente.
— Vanessa, não se preocupa com nada disso — minha mãe diz. —
Eles vão entender se você precisar de mais tempo. Na verdade — ela levanta o dedo —, deixa eu fazer uma ligação. — Ela gira num círculo, olhando ao redor. — Cadê aquele negócio...
O celular dela está na mesa da cozinha. Quando minha mãe se aproxima para pegá-lo, pulo na frente dela.
— Mãe, escuta, eu estou bem.
— Mas, Vanessa...
— Por favor.
— Tem certeza?
— Prometo que estou bem, tá? Não precisa ligar pra ninguém.
Não quero que ela se preocupe comigo. Consigo lidar com isso sozinha.
— Então tá bom. — Minha mãe suspira. — Já que você diz.
Ela segura meu rosto com as mãos, acariciando minhas bochechas com os polegares, e tenta sorrir. A cor prata do seu cabelo brilha lindamente com a luz.
Às vezes esqueço que ela já foi loira. Enquanto nos encaramos, minha mãe olha para baixo.
— E aí, o que tem na caixa?
Eu estava torcendo para ela não perceber.
— Não é nada. Estava fazendo uma faxina no meu quarto.Sem me pedir, ela levanta a jaqueta como uma tampa e dá uma olhada lá dentro. Não demora muito para ela ligar os pontos.
— Ah, Vanessa... Tem certeza disso?
— Não é nada demais...
— Você não precisa se desfazer de tudo — ela diz, vasculhando a caixa. — Quer dizer, dá pra guardar algumas coisas, se você quiser...
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remember the stars, 𝗴𝗶𝗻𝗲𝘀𝘀𝗮.
FanficO que você faria se tivesse uma segunda chance de dizer adeus? A jovem de dezessete anos Vanessa Lopes tinha toda a sua vida planejada ao lado da namorada, Giovanna. Mas ela morre em um acidente de carro e tudo perde o sentido. Devastada pela dor, e...