O Que Não Te Contaram De Pandora.

Recuperar

     Era madrugada do quarto dia, o garoto que chegou quase irreconhecível, aparentava uma melhora física seu rosto estava menos inchado, seus machucados estavam cicatrizando bem, seu olho que estava roxo está agora um pouco mais normal. Mas o fato de que ele aparentava estar completamente desnutrido não pode ser negado, o próprio Ao'nung nunca o havia visto tão magro como agora em que seus ossos eram tão aparentes, sem contar as marcas de abuso por todo o corpo dele, nem se parecia mais com aquela pessoa que conheceu a mais de um ano atrás.

      À dias Ao'nung chorava bastante durante as madrugadas e esse não foi diferente. Ele estava em um canto que ele organizou pra poder ficar ali de forma menos incômoda e confortável; ele de lá viu uma movimentação estranha, então preocupado foi ver o que era e ao encostar no braço do outro ali presente par ver o que era ele acordou e estava assustado, sua respiração era ofegante e ele estava claramente perdido.

- Neteyam calma sou eu. Ao'nung lembra?

     Era como se o garoto tivesse batido a cabeça, pois não estava identificando quem era esse tal Ao'nung, ele estava perdido, desorientado. Então em desespero decidiu fazer uma simples pergunta.

- onde eu estou? E quem é você?

- ...- Ao'nung tentou se aproximar, mas o outro recuou um pouco para traz.- toma cuidado você está muito machucado. Você está em Awa'atlu. Você não se lembra de mim?

- eu deveria lembrar de você? Como eu vim parar aqui?

- Net você lembra de alguma coisa dos últimos um ano e meio?

- como você sabe meu nome?

- ok.- e nesse momento o garoto verde limpou uma lágrima que escorria ligeiramente.- olha acho que você precisa descansar, eu vou chamar a t'sahik.

     Então Ao'nung se retirou de lá e durante o caminho até o murai de seus pais ele foi chorando. Chegando lá ele os chamou falou que o garoto havia acordado, mas não se lembra de nada.

- vejo que você acordou. Eu sou a t'sahik Neteyam. Você se lembra?

- desculpa mas eu não sei quem é você. Eu quero saber como vim parar aqui.

- bem você deveria se lembrar sim, mas acho que ficar com o corpo a deriva no mar por dias a finco não deve ter lhe feito bem- a mulher o tratava de forma simples porém formal por não gostar dele. Mas não poderia deixar de cumprir seu dever de t'sahik.- nós te encontramos quase morto- ela então entregou uma cumbuca com uma sopa para ele- , beba é sopa você precisa comer, você estava inconsciente na nossa praia, meus filhos te encontraram e trouxeram para eu cuidar.

- mas como vocês sabem quem eu sou?

- você e sua família moraram aqui conosco por quase um ano.

- eles estão aqui? Eu tenho família

- tem, mas não estão aqui. Depois que você desapareceu eles não queriam mais voltar, e vocês voltaram para casa a pouco mais de uma ano,meu filho foi junto. Depois que você sumiu...- ela foi interrompida pelo filho.

- quando você sumiu eu não consegui mais viver lá. Não queria voltar para cá, mas sentir culpa por seu desaparecimento era pior.

-mas... - ele tentou se ajeitar mais para tomar a sopa porém sentiu uma dor aguda nas costas.- aí!

- você teve um machucado na coluna - disse o esverdeado mostrando onde estava a cicatriz- quando você sumiu não tinha dado tempo de se recuperar,na época você mal tinha equilíbrio e tinha muitas dores. Acho que pode estar um pouco pior levando em conta a quantidade de machucados que tem.