Capítulo 03

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Perséfone Thorn

—  Meu bem?

Minha mãe está parada na porta do meu quarto com duas xicaras em sua mãe, está com um sorriso pequeno em seus lábios com simpatia, porém vejo o quanto ela parece estar cansada.

—  Mãe, agora não, por favor. —  Falo sentando-se na cama querendo um momento para organizar meus pensamentos.

—  Fiz chocolate quente para você, sei que você ama. —  Fala e sinto o lado da minha cama afundar.

—  Eu não tenho escolha, não é mesmo? Terei que ir com ele. —  Pergunto e ao mesmo tempo afirmo.

—  Será o melhor a se fazer, você é maior de idade, porém não posso te deixar passar por necessidades.

—   E quanto a você mamãe? —  Pergunto olhando em seus olhos. —  Quem cuidará de você?

Ela sorri, mas não chega aos olhos, ela me entrega a caneca quente. Tomo um pequeno gole do chocolate me fazendo acalmar.

— Eu sempre dei um jeito, sabe disso. Não quero que você se preocupe. — Ela tenta me tranquilizar, mas a preocupação ainda persiste em seus olhos.

Um silêncio par entre nós, quebrado apenas pelo suave suspiro que escapa dos meus lábios enquanto contemplo uma xícara de chocolate quente. Minha mãe, apesar da fadiga evidente, continua a tentar ser a fortaleza que sempre foi para mim.

— Eu sei, mãe. Mas não acho justo que você tenha que enfrentar tudo isso sozinha. — Respondo, a gratidão misturada com um toque de tristeza na minha voz.

Ela pousa a mão no meu ombro, um gesto que transmite mais conforto do que palavras poderiam ser expressas.

— A vida nos reserva desafios inesperados, meu amor. E, embora eu prefira que não tivéssemos que passar por isso, enfrentaremos juntas, como sempre fizemos.

Os olhos dela encontram os meus, compartilhando um entendimento mútuo. Em sua expressão, vejo não apenas a força que ela busca transmitir, mas também a vulnerabilidade que ela raramente permite que os outros vejam.

— Agora, beba o chocolate antes que esfrie. E, quando estiver pronto, quero que arrume suas malas, não é um pedido. — Ela sorri, forçando um semblante mais otimista.

Aceito as palavras dela como um chamado à ação, tomando outro gole do chocolate quente. O calor se espalha pelo meu corpo, aquecendo não apenas meu estômago, mas também o ânimo para enfrentar o que está por vir.

— Irá jantar? — Ela pergunta mudando de assunto.

— Sim...Ele está lá embaixo? — questiono curiosa não olhando nos olhos da minha mãe.

— Sim. — Responde simples.

— A quanto tempo papai e ele se conhecem? — Pergunto tomando o chocolate quente.

— Desde que nasceram, eram inseparáveis. — Fala sorrindo como se lembrasse de algo.

— Ele é tão...Sombrio. — Sussurro.

— Sim, ele passou por muita coisa. — Comenta com o tom de voz neutro.

— Ele é casado? — Questiono coçando o nariz como se não quisesse nada.

— Não, solteiro. — Responde sorrindo leve.

— Tem filhos? — Pergunto olhando para a porta com timidez por está visivelmente interessada.

— Sem filhos. — Responde dando risada.

O novo dia amanhece, trazendo consigo a promessa de mudanças e desafios. Levanto-me da cama, sentindo a decisão pesar em cada passo que dou em direção ao inevitável. A luz do sol começa a invadir o quarto, iluminando as lembranças e os objetos familiares.

Maxwell ZimmermanOnde histórias criam vida. Descubra agora