DEZ ANOS DEPOIS

3 0 0
                                    

— Senhor? — pergunta um homem.

Ele acabara de entrar na grande casa do comandante local, a casa era protegida por muitos guardas de vestimenta cinzenta e armados com espadas. O comandante daquela região era Heitor Pascoal.

— Senhor? Desculpe o incomodo, mas é urgente!

Ele estava ao lado de dois guardas que o acompanharam e seguravam o punhal de suas espadas em sua bainha.

— Pois não? — Diz Heitor

— São os rebeldes, encontramos um acampamento.

Os rebeldes como eram chamados pelas autoridades portuguesas, nada mais eram portugueses que se rebelaram na luta contra os índios e o domínio das terras, muitos eram cidadãos comuns que não concordavam com as atitudes da autoridade portuguesa, e a forma de como atuavam.

— Onde fica o acampamento? — perguntou Heitor se levantando e colocando as palmas das mãos na mesa.

— Fica ao oeste, há duas horas daqui. Eu vim o mais rápido que pude para lhe contar.

— Recrute cinquenta homens — disse Heitor ao soldado a sua esquerda — vamos partir em dez minutos.

O homem saiu correndo para realizar sua missão, os guardas que estavam na sala ficaram tensos, porém contentes, pois essa eram suas missões que vieram de cima, e Heitor Pascoal a liderava.

— Afinal — pergunta ele ao homem que trouxe a notícia — quem é você? E como descobriu?

— Sou um garimpeiro, meu senhor, estávamos em exploração quando os encontramos.

— Estávamos?

— Sim, eu e minha equipe, estamos a serviço de Custódio Gomes.

— Psham... — Exclamou Heitor com uma expressão de negatividade — Custódio fuçando em meu terreno, o que mais ele quer? Eu já estou no fundo da hierarquia, ele não tem respeito?

O homem não compreendeu muito bem aquelas palavras.

Uma agitação ao lado de fora começava, Heitor pegou sua bainha com sua espada e prendeu a sua cintura, foi ao armário mais próximo abriu e pegou um rifle e colocou em suas costas.

— Você! — disse ele apontando para o homem — volte com seu bando para Carnaíba e diga para Custódio tomar conta de suas terras.

Heitor fez um gesto com a cabeça para um dos dois guardas que escoltavam o homem. Os guardas o retiram dali. Heitor ficou mais alguns minutos na sala e então saiu, ao sair os homens que lhe foram solicitados estavam de prontidão, todos armados com espadas, e apenas dez homens com rifles, eles não dispunham de muitas armas de fogo.

— Atenção de todos! — Pediu Heitor, parando no início da escada na varanda — Vamos invadir aquele acampamento, e não quero que nenhum deles saiam vivos.

Um silêncio se propagou enquanto Heitor olhava para o rosto de cada um de seus homens, ele tinha um olhar feio, um rosto carrancudo de quem dispunha de poucos amigos. Então desdeu as escadas e liderou seu bando ao lado de outros dois homens e seguiram em direção ao acampamento.

O dia ainda estava claro, mas não faltava muito para escurecer, já fazia quase duas horas que ele e seus homens estavam andando, então eles encontraram, o acampamento dos rebeldes, havia bastantes deles, entre homens e mulheres.

— Quais as ordens, comandante? — perguntou um soldado.

— Posicione os homens, vamos atacar.

RatonkenOnde histórias criam vida. Descubra agora