Ratonken era alto, forte, mas seu rosto agora fora do capuz mostrava que não era um homem velho, aliás ele tinha dezessete anos, seu rosto era liso, tinha sobrancelhas escuras um nariz comum e uma boca bem desenhada em seu queixo onde havia uma leve cicatriz no lado esquerdo, sua pele era morena, porém em um tom claro, ele tinha o cabelo comprido que ficava amarrado na parte de trás.
Elizabeth outra vez estava em frente ao local onde seu pai foi enterrado, Elizabeth era uma mulher esbelta, sua pele tinha um tom bem claro, seus cabelos eram castanhos, não era alta, Ratonken era mais alto do que ela, mas acima de tudo, ela tinha uma personalidade forte, estava em frente onde seu pai jazia enterrado, mas não demonstrava mais tristeza, e sim força perante o seu pai.
Jacob e Ratonken esconderam os corpos dos guardas entre as árvores, Jacob olhou estranhamente para ele quando percebeu que Ratonken vasculhava os corpos dos guardas em busca de algo útil, mas preferiu não comentar nada.
— Elizabeth — chamou Jacob — Precisamos seguir em frente, não estamos seguros aqui, precisamos chegar ao outro acampamento.
Ela se levantou, ficou mais alguns segundos olhando para seu pai e se virou, seu rosto havia mudado, ela agora parecia destemida.
— Você está com o mapa?
— Sim — respondeu Jacob.
Então ela se virou para Ratonken que estava mais afastado, andou um pouco em sua direção e disse:
— Obrigada... por nos salvar.
Ele assentiu com um gesto de cabeça.
— Você... — continuou ela — como conhece a causa?
— Vocês estão indo para o norte?
— Como sabe? — perguntou Jacob
— Há cinco dias eu passei por perto do acampamento.
— Você sabe onde fica? Poderia nos guiar até lá? — Perguntou Elizabeth, mas já assentindo por pedir algo assim para um desconhecido — É importante...
— Vamos — disse Ratonken já caminhando — Se andarmos rápido podemos chegar a um lugar seguro antes do anoitecer para passarmos a noite.
Elizabeth e Jacob se entreolharam.
— Como podemos confiar em você? — Perguntou Jacob
— Ele não nos matou quando pode, nos deu comida e nos salvou — Disse Elizabeth andando na direção dele.
Os três começaram a andar pela floresta, no caminho viram diversos pássaros que Elizabeth e Jacob nunca viram antes, viram algumas cobras que Ratonken os avisou para não chegarem perto pois eram venenosas, e por sorte não encontraram nenhuma onça no caminho, já que não andavam por nenhuma trilha eles estavam mata adentro. Elizabeth e Jacob pareciam assustados, já Ratonken parecia que só estava fazendo mais um caminho diário.
— Por que não seguimos as trilhas? — Perguntou Jacob
— Trilhas perigosas, pode haver guardas, e este caminho chegará mais rápido no objetivo.
— Se chegarmos... — respondeu baixinho.
A iluminação do céu já era quase escassa, a escuridão predominava por todos os lados, os sons da natureza jaziam pânico para eles, com certeza se ficassem ali não teriam a mesma sorte da noite anterior, pois na noite anterior ainda sim já estavam em um campo mais aberto próximo ao riacho, ali era mata e escuridão total.
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Ratonken
FantasyEm 1500 os portugueses chegaram ao Brasil, ancoraram no litoral norte do país, acreditaram-se descobridores de novas terras mas estavam enganados, estima-se que cerca de cinco milhões de índios habitavam o litoral da região, os índios apesar da simp...