Gosto de comparar que a relação que eu tive até agora com o amor na verdade foi a sensação de um luto do que eu nunca pude ou poderia tocar. Eu havia sentido a negação, a raiva, barganha e agora me encontrava na depressão. Depois que passamos da tempestade que é a adolescência, eu gostaria de dizer que o mar fica mais tranquilo, mas a verdade é que você apenas se acostuma em como as águas se mexem em sua volta.
Se antes eu achava que estava sozinha, agora eu tinha a certeza.
Não sei até que ponto de não conseguir compreender a "essência da vida" me influenciou a escolher qual faculdade queria fazer, mas me lembro que sempre tive um grande interesse em entender o porquê das coisas, mas principalmente o porquê dos seres humanos. É fascinante em como algo que não é palpável e visto a olho nu consegue nos dar e tirar tanta coisa como a consciência.
Antes de completar 2 meses que havia me formado no ensino médio, eu já estava matriculada para meu primeiro ano em psicologia. Eu pensava no que os professores perguntariam, principalmente na pergunta "Por que você escolheu a psicologia? " e antes mesmo desse dia chegar, eu já tinha a resposta pronta.
Eu acredito que o ser humano nasce como uma folha em branco, e essa folha vai criando cores e desenhos diferentes. Eu quero saber quais são os artistas que desenham nessas folhas, e acredito que cada um tenha uma folha e artista diferente.
A verdade é que não é a empatia e nem ser bom em dar conselhos que te faz querer a psicologia, mas sim a curiosidade sobre o outro, e talvez até mesmo sobre você. O resto, é consequência.
Foi nessa época, já acostumada com as águas do meu mar, que eu naturalmente comecei a aprender a ser um camaleão social. Eu estava por mim mesma, mais do que nunca, e por mais que minha timidez fosse grande,eu sabia que ali eu não poderia me esconder nos banheiros como antigamente, eu precisava me mostrar.
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Até que o amor me defina
General FictionHelena cresceu com todos os tipos de sentimentos, com exceção de um. Em uma briga constante entre sentir a tristeza, que foi o primeiro sentimento que ela se lembrava de ter aprendido, e entre sentir aquilo que ainda não havia conhecido, ela também...