Capítulo 4

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Amvri

Encaro meu rosto cansado no espelho do banheiro do meu apartamento e me pergunto se eu realmente quero ir para a empresa. Foi uma noite difícil, levei horas para absorver todas as recentes informações da minha conversa com Kian e isso me tirou boas horas de sono. Decidi ficar a parte da manhã trabalhando de casa e agora depois do almoço eu iria para o escritório, porém estou pensando seriamente se eu deveria ir. É sexta-feira, estou cansada, meu cabelo está sujo e minha autoestima depende 80% do meu cabelo estar lindo. Também não sei se quero enfrentar Mason Henry hoje sobre o Geraldo, não me sinto plenamente bem para vencer essa luta.

Uma das vantagens de se trabalhar com T.I é a flexibilidade de local. Grande parte das equipes trabalham de casa ou híbrido, porém mesmo que eu tenha esta vantagem, ainda sou a diretora do departamento e tenho uma obrigação de estar presente que os outros não tem. Deixei avisado para os meus gerentes que estaria em casa durante a manhã, caso algum deles resolvesse aparecer na minha sala, mas eu ainda me sentia no dever de ir apenas para dizer que dei as caras. Além do fato de que eu precisava ter uma reunião com a Maria sobre a campanha de contratação, eu precisava de novos funcionários o mais urgente possível. E também tinha combinado de ir ao bar encontrar minha outra amiga Daisy, junto com Maria e ficava mais perto do escritório do que do meu apartamento.

Resolvo usar o cabelo preso em um coque baixo, o que me deixa muito elegante, porém nós mulheres sabemos que na maioria das vezes que fazemos esse penteado, significa que estamos com o cabelo sujo. Eu não tenho tempo para lavá-lo e secá-lo antes da minha reunião com Maria as duas da tarde, então eu pretendo vaze-lo a noite quando chegar em casa, juntamente com um banho de banheira espumante e relaxante.

Uso um pouco de maquiagem para disfarçar meu cansaço. Gosto quase sempre de usar meu batom vermelho escuro porque me faz sentir poderosa e escolho um look mais confortável, um terninho cinza escuro com botões prateados. Coloco tudo que preciso levar para o trabalho na minha bolsa e saio do apartamento e desço para o térreo pelo elevador. Depois de quinze minutos estou estacionando meu carro preto no estacionamento subterrâneo e privado da Tech Pass e colocando minha bolsa no ombro conforme ando em direção aos elevadores. Olho meu relógio, o que indica que ainda são uma da tarde e a maioria do pessoal devem estar no horário de almoço. O elevador para no térreo e pisco rapidamente para ter certeza de que estou vendo Kian Ivanov entrar. Quando ninguém mais entra as portas do elevador se fecham e eu o olho de soslaio.

Hoje seu terno é de um tom nude escuro, porém ele está sem a parte do blêizer, o que deixa ainda mais evidente seus músculos por baixo do tecido caro da camisa social. Eu queria poder passar minhas mãos pela extensão do seu tórax e sentir a firmeza da pele, depois pressionar seu corpo contra o meu... Céus, eu precisava tanto transar, ou pelo menos usar meu vibrador.

— Boa tarde srta. Miller. — a voz de Kian é tão gostosa de ouvir, rouca, grossa e com a tonalidade sensual correta me levaria a loucura.

— Boa tarde sr. Ivanov. — o cumprimento de volta, ainda o admirando.

— Não vi você hoje de manhã. — comenta sem me olhar, como se quisesse fingir distração. — Pulou o café?

— Por que, sentiu minha falta? — questiono e meus lábios se curvam em um sorriso provocativo.

Seus olhos azuis encontram os meus, frios e calculistas. Ah Kian, eu percebo cada detalhe de como você reage a mim.

— Não seja fantasiosa srta. Miller. — ele me reprime e eu faço um beicinho triste.

O que eu mais faço é fantasiar com este homem. Ah se ele soubesse.

Talvez eu deva contar.

DominadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora