Não.
Não fazia nenhum sentido ignorar lindos sentimentos que florescem feitos flores. Para que renegar? Isso só te deixaria mais confuso e triste.
Claro. Humano. Parece que essa espécie adorava sofrer.
Como era possível ter certeza que alguém te faria feliz com simples gestos, e simplesmente renegar qualquer sentimento? Por mais que seja amizade. Humano preferia a teimosia.
Mas naquela manhã de sábado, Hirai acordou decidida que não seria nenhum pouco teimosa. Ela estava pronta para qualquer coisa que fosse acontecer. Seria um bom começo de maio.
Ela chegou feliz no estúdio onde trabalhava. Cumprimentou seus colegas e em alguns minutos já estava na sala com aquele bando de pessoas ansiosas para uma espetacular aula.
Todos tão prestativos. Todos com o mesmo foco para aprender e melhorar seus dons. Hirai gostava de ensinar, corrigir e principalmente elogiar.
- Dahyun, você poderia ficar? Quero falar com você, por favor.
A coreana assentiu timidamente, se virando para despedir da melhor amiga. Assim que os alunos saíram, Momo fechou a porta e apontou para sua cadeira. Mesmo hesitante, Dahyun se sentou ali.
- Aconteceu algo?
- O quê eu mandei vocês fazerem hoje?
- Desenhar uma coisa que queremos muito ter?
- O quê você fez?
- Ah...—Sorriu sem graça. — Eu desenhei o universo!?
- Sabe que...
- A Chae desenhou um unicórnio, e você elogiou muito contente. Qual é o problema do meu desenho?
- Ninguém pode ter o universo, criança.
- E um unicórnio pode?
- A Son sim, o resto do mundo não.
- Por que? Meu desejo não tem significado? O Jimin desenhou um picolé, a Rosé desenhou uma garota de cabelo roxo comendo frango frito, e teve pinturas mais esquisitas do que a minha.
- Ei. Não se compare. Eu gostei da sua pintura, muito mesmo. Ficou perfeito e tão realista.
- Então por que está brigando comigo?
- Brigando? Longe de mim. Eu só quero entender porquê um universo.
- Quando nos conhecemos, você perguntou o quê eu acho que é a arte. Para mim é isso, arte me leva ao mais longe possível de tudo. Me leva ao universo gigantesco que abafa todos sons irritantes que existe, claro, os sons dos humanos.
- Eu gosto da sua voz.
- Oi?
- Se a arte for isso, eu prefiro nunca me afundar nela, pois iria desejar sempre escutar seu som. Os sons que você pode transmitir.
- Eu... Desculpa?
- Você é especial, Dahyun. Por que age como se não fosse?
- Sei que sou especial para meus amigos, minha família. Não te entendo.
- Você também é especial para mim.
Aquilo deixou a jovem confusa, mas sua timidez foi a única coisa óbvia. O mais estranho, ela queria corresponder aquela frase.
- V-você gostou da minha pintura?
- Eu amei. Foi a melhor.
- A melhor? —Deu risada, Hirai fez o mesmo. — Você é uma péssima mentirosa.
- Ok. Foi uma das melhores, isso eu admito.
- Agora eu acredito. Obrigada. —Levantou. — Eu...estou com fome.
- Desculpa por te prender aqui, mas já está liberada.
- Ãh... Você está sem fome?
- Se eu estou sem fome!?
- Uhum. Porque eu quero te chamar para comer qualquer coisa comigo.
- E eu quero aceitar.
Ambas sorriram no mesmo instante.
Foi reconfortante caminhar pela rua com Dahyun, lado a lado sem dizer quase nenhuma palavra. Só escolheram qualquer estabelecimento aberto e foram aproveitar um bom almoço coreano. Dahyun não deixou a mais velha pagar, mas como pediram um almoço reforçado, ambas dividiram a conta.
Momo ficou feliz ao saber que morava quase perto da coreana, então o percurso seria o mesmo.
- Espera. Gosta de piano?
- Eu amo! Você gosta também?
- Um pouco, mas acho maneiro quem sabe. Eu sou terrível.
- Terrível não, só te falta prática.
- Verdade. Me conta mais sobre seu dom de pianista?
Kim deu risada, concordando. Não era nenhum pouco desconfortável falar sobre suas coisas favoritas, nem como amava aprender coisas novas. Momo gostou de escutar cada coisinha que se transformaram em descobertas preciosas.
Elas não evitaram em caminhar lentamente, devagar para apreciar aquele momento. Momo sem perceber também contou sobre si, sobre sua nacionalidade e coisas importantes para Dahyun saber, entretanto, ela perguntou mais sobre a coreana.
Era tão interessante saber sobre Kim.
- Aqui é minha casa.
Momo olhou em direção a linda moradia, levando a coreana até a entrada.
- Está entregue.
- Você quer entrar?
- Adoraria, mas dessa vez não.
- Tá. Estou ansiosa para amanhã. Acho que nem conseguirei dormir, sério. Claro que eu tinha noção do quanto eu amaria aprender mais para melhorar minhas pinturas, apenas está sendo melhor do que pensei. Sabe que...—Sua fala foi cortada com a boca da japonesa chocando com a sua.
Certo, o amor pode nos fazer cometer cada loucura. Mas o amor que ainda está florescendo timidamente, bom, ele te faria também cometer uma loucura. Não tinha jeito.
O amor era o sentimento mais louco, belo e certo que qualquer ser vivo tinha a honra de sentir. Creio eu, lógico.
O ruim é quando você ainda não sabe que o sentimento que está sentindo é amor, então se assusta com essa mudança em seu interior.
Ok. Eu também não entendo esse sentimento, mas garanto, é tão gostoso senti-lo. Senti-lo da maneira mais correta possível.
Era notável que aquele era o primeiro beijo de Dahyun, mas Momo não achou nenhum pouco ruim em ensiná-la um belo ritmo.
🍃
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My home {Dahmo}
Fanfiction{Concluída} Hirai Momo e Kim Dahyun se esbarraram em uma noite fria de dezembro. Sem perceber, uma se tornou o lar da outra após terem a chance de se conhecerem melhor. Um lar repleto de amor. 🩵 Mini fanfic: Cinco (5) capítulos. Uma leve ficção de...