05- Meu lar

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Dahyun abraçou fortemente o corpo da japonesa, sentindo ser correspondida. Ela estava assustada, mas também tão certa sobre o quê acabava de fazer.

Não poderia voltar mais atrás, tampouco queria.

Ela só levantou o rosto para beijar os lábios gentis da namorada para demostrar que sim, ela estava bem. 

Kim se sentia patética por ter deixado aquela carta para os pais, mas ela queria que eles pelo menos sentisse o quão machucava ela ficou durante semanas. Ela sabia; eles nunca iriam sentir. 

Eles nunca assumiriam que estavam errados. 

Seriam orgulhosos. Nenhum pediriam perdão. Eles fariam todos acreditarem que foram bons pais, enquanto sua filha simplesmente se tornou uma jovem rebelde. 

  Estava tudo bem.

   Ficaria tudo bem.

  Contudo, sim, ela se importava com o quê eles fossem pensar. 

Só que bastou olhar para a mulher de franjinha em sua frente para se sentir protegida. 

  Ela queria um recomeço feliz. Era finalmente sua liberdade chegando. 

  Ela sempre seria grata por Hirai ter aceitado esconder o namoro durante quatro meses, mas o começo de dezembro não foi nada fácil. Dahyun sabia que sua namorada esperaria o tempo que fosse para assumirem o relacionamento, porém o dia oito de dezembro não foi um bom fim de noite. 

  Era só um beijo de despedida em frente à sua casa, tampouco imaginava que seu pai estaria vigiando-a pela janela do quarto, afinal, tudo estava tão escuro. Dahyun estava completamente errada.

Os dias seguintes não foram fáceis, principalmente por ser proibida de sair após negar contar quem era a mulher que havia beijado. Ela jamais contaria. 

Foi péssimo ficar semanas sem ver Momo, mas conseguiu no dia seguinte ligar para a mesma e mentir que não sairia durante uns dias. Dias que tornaram semanas. 

Por conta de ter mais de dezoito anos, e claro, ter comprado o celular com o próprio dinheiro, os mais velhos nem tentaram tirar o aparelho da filha. Mas com certeza ela preferia isso do que ter escutado todas palavras pesadas.

- Por que mentiu, Hyun? —A japonesa suspirou ainda abraçada com o corpo frágil.— Eu falei que cuidaria de você, esqueceu? Você é a minha garota.  —A olhou. — Minha namorada.

- Me desculpa. 

- Nunca mais irei deixar ninguém te machucar, Dahyunie. Nunca mais. —Beijou a testa de Kim.  — Sem choro, tá? Você está segura comigo. —Segurou a mochila que estava com a coreana, colocou em suas próprias costas.

- Me leva para longe daqui, por favor.

 Hirai envolveu seu braço pelos ombros da coreana, levando-a mais para longe daquela casa, apesar de terem se encontrado na esquina.

- Ainda está disposta em viajar comigo?

- Totalmente, Momo. Já falei que irei para qualquer lugar com você.

- Então iremos, Dahyun. Iremos para um lugar só nosso, onde existirá apenas amor e ninguém vai impedir nossa felicidade.

- Me sinto em paz só por estar ao seu lado. Você tem certeza que não é uma feiticeira?

- Talvez, amor. Talvez. —Riu baixo,  abraçando-a para mantê-la quente naquela noite fria. — Tem noção que nosso ano novo será dentro de um avião? 

- É, tenho sim. Será interessante.

- Dahyun, pode haver um trilhão de emoções rodeando você agora, mas acredite; eu vou mesmo cuidar de você, ok? Você poderá chorar em meu colo quando perceber de fato o quê está acontecendo, mas saiba que você foi uma boa garota e tentou muito evitar qualquer desaforo com seus pais.

- Eu não tenho culpa!?

- Nenhum pingo de culpa. Você só quer ser amada, e isso não é errado.

- Estou meio assustada.

- Também estou. 

- Sério?

- Claro. Nunca pensei em sequestrar ninguém.

- Ei, Momo. Eu estou indo por vontade própria. Sou maior de idade, esqueceu?

- Eu sei, minha garotinha. Agora é sério, não estou assustada, preocupada sim, mas nada é revelante. Só quero te levar durante um tempo até meu país natal, e quando eu organizar umas coisas, irei ir para qualquer canto que te agrada e que respeite nosso amor.

- Você é tão boa comigo. Me sinto novamente especial.

- Você nunca deixou de ser especial.

- Eu te amo, Hirai.

- Meu coração enlouquece igual a primeira vez que você falou isso.

- Mês passado, no seu aniversário, bobinha.

- Poxa. Eu também te amo, tofu anãzinha.

- Ah. Estragou o clima. 

- Foi mal. —Riu baixo, parando de caminhar com ela. — Apenas irei buscar minhas coisas, aí poderemos chamar um táxi para irmos...

- Momo, você é o meu lar. 

- Oi? —Sorriu suavemente, olhando-a com atenção. — Sou o seu lar, meu amor?

- Sim. Você é sim, e eu me sinto aconchegante ao seu lado. É o meu lar mais quentinho e amoroso que eu poderia ter. Posso falar mil coisas bonitas e românticas, mas vai demorar. Só saiba que te amo, isso significa mais do que qualquer frase bonitinha.

- Eu sei, Dahyun. Realmente fico feliz em escutá-la, pois tenho o mesmo sentimento. Você também é o meu lar. Meu precioso lar.

- Mil pontos.

- Como?

- Mil pontos, Momo. 

  Momo aos poucos foi abrindo um lindo sorriso ao entender perfeitamente. Era lógico que já tinha conseguido há tempo ter o amor recíproco de Dahyun, até tinha esquecido dessa brincadeira, porém finalmente tinha chegado a conclusão que não tinha mais como omitir: Elas estavam apaixonadas.

 Momo não sabia que tinha esperado ansiosamente pelos mil pontos para ter Dahyun sexualmente em seus braços, até finalmente ter. Mas aquela noite se tratava mais do que um simples toque, era intenso e lindo. Só existia amor entre elas.

Nada seria fácil, mas bastava saber que jamais estariam sozinhas. Era incrível ter uma vida ao lado de alguém que te amaria sem medo.

  Um belo e caloroso lar com pessoas que amamos é com certeza a melhor sensação que existe.

   🩵

   (⁠ ⁠ꈍ⁠ᴗ⁠ꈍ⁠).  Fiim. 🎈

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