019. CONSEQUÊNCIAS DE UM ERRO.

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Gustavo Scarpa
📍Avião rumo a São Paulo, SP

Ela não pode estar mentindo pra mim e pros nossos pais, minha irmã não faria um negócio desses.

Embarquei naquele voo com a esperança de ouvir pessoalmente de sua boca que nada do que aquele perfil disse era verdade e que só não me atendeu antes porque está ocupada com advogados no processo contra o mesmo.

Decido não entrar mais em contato, ou tentar um, até chegar na capital paulista.

Meu apoio seria pessoalmente.

Raphael Veiga
📍São Paulo, SP

- Giovanna, pelo amor de Deus. - Digo, praticamente invadindo a sala. - Onde você se meteu? Te procurei a noite toda, até agora...

Sinto o seu receio ao me olhar.
Por Deus, a culpa não era dela...
Eu que comecei tudo, que tive a ideia do relacionamento e também era eu que já estava totalmente acostumado a ela.

Acostumado, adaptado, apegado, apaixonado.

- Achei melhor dormir na minha antiga casa, com a Jullie.

- E não podia ter me avisado? Celular existe pra que? Você realmente esqueceu tudo o que conversamos dias atrás, que inferno! - Bufo, era difícil conviver com essa teimosia.

Ela suspira, se levanta e então ficamos frente a frente, olho a olho.

- Não podia ter respeitado a minha vontade de ficar sozinha e pensar melhor no que fazer, Raphael?

- O problema é que você acha que pode resolver tudo sozinha, porra. - Respondo, já alterado e sem me importar se os vizinhos ouviam. - Tá sendo difícil pra mim também! Tô sentindo, vivendo e fazendo coisas que eu nunca pensei que fosse conseguir outra vez, tudo isso depois que te conheci e isso não é ruim, ao contrário...

- Me poupe desse papinho romântico, Raphael, isso tudo nunca deveria ter acontecido. - Giovanna gritava, não de ódio por mim mas de tristeza por toda essa situação. - Maldita hora que atendi o telefone e concordei com toda essa merda, só aceitei pelo dinheiro. Depois daquela premiação eu deveria ter te bloqueado e sumido! Mas sabe por que eu não fiz? Porque eu não consegui e essa é minha fraqueza.

- Não fala assim, o começo foi difícil como todo relacionamento mas a gente já...

- Que relacionamento, Raphael? Tipo o que você teve com a Bruna? Para de ser ingênuo, isso aqui não passa de um acordo milionário entre nós.

Dou um soco na parede ao ouvir esse nome, a assustando e a deixando calada. De forma alguma eu faria algo de ruim com Giovanna ou qualquer outra mulher, mas pra Ripani eu desejava a...

- Como é? - Uma outra voz diz, interrompendo meu pensamento.

Gustavo Scarpa.

- O que tá fazendo aqui? - Pergunto.

- A quanto tempo você chegou? - Foi a vez de Giovanna questionar.

- Vim ouvir pessoalmente da boca da minha irmãzinha que nada do que tá sendo falado na internet é verdade, mas o que descubro é que uma vabagunda enganou nossa família todo esse tempo.

- Não fala assim com ela, a culpa é minha, eu que comecei...

- Cala a boca, filho da puta. - Ele diz, me aplicando um soco seguido de um empurrão. Nocauteado. - Tá na cara que tu sabia de tudo e se juntou com essa daí pra rir da nossa cara, não é? Fala, porra! - Esbravejou, segurando a gola da minha camisa.

- Gustavo, chega. - Giovanna diz, o tirando de cima de mim. - O Raphael não sabia de nada, ele só descobriu no dia que nos encontramos pra ir na premiação. Se quiser bater em alguém, estou aqui, sou a única culpada!

- Gio, não...

- Raphael, por favor! Isso agora é assunto meu e do meu irmão, coisa de família.

- Não vou bater em quem já tá no chão. - Gustavo voltou a falar, se afastando de nós. - Como eu pude ser tão burro? Ainda achei que aquele perfil tava falando da Sarah, que era alguma gravidez dela ou sua. E de que família você tá falando? Pode esquecer de mim e dos meus pais, Giovanna ou seja lá quem você é, porque eu não tenho mais irmã.

- Gustavo... - Giovanna diz, tocando em seu ombro e secando as lágrimas mas que logo eram substituídas por outras, pois chorava copiosamente.

- Não me toca, tenho nojo de você. - Diz, já do lado de fora da minha casa, procurando um táxi para levá-lo longe daqui. De certo, o próximo destino era a casa dos pais. - Vocês se merecem, um mentiroso que se dizia meu melhor amigo e uma prostituta que enganou minha família todo esse tempo.

Minutos depois, o veículo chega e Scarpa entra, mandando um último recado sem se importar com os curiosos que observavam a cena.

- Terei um imenso prazer ao tomar o cartão vermelho quando eu quebrar sua cara outra vez mas agora em campo, Veiga. Não será nada perto da decepção que eu sinto agora...

- Sabe pra onde ele vai, não? - Giovanna pergunta retoricamente. - Você deveria fazer o mesmo com os seus.

- Não quero te deixar aqui sozinha...

- Vai, eu vou me acostumar.

Giovanna sabia que eu voltaria logo após a longa conversa com meus pais, mas eu sabia de que forma ela dizia essas palavras e isso fazia meu coração apertar.

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