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Meridien Dia 255: 00:50:55 AM

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Meridien
Dia 255: 00:50:55 AM

Dez dias é o tempo exato quê tudo aconteceu e desde então, não obtive um vislumbre deles. Os sonhos esquisitos continuaram se repetindo todas às noites e a minha besta não havia retornado.

Observo meu corpo agora, um pouco torneado, através do reflexo. Meus músculos doem e os fios desgrenhados. Eu estou miserável, fétida.

Por mais que tenham sumido, Sincler apareceu na manhã seguinte aos últimos acontecimentos, discorrendo as ordens do imbecil, validando toda sua autoridade.

Descobri que as atividades seriam, exercícios físicos e mentais. Soube também que sei atirar, lançar adagas, no entanto, péssima em flexões e alto defesa.

Tomei um porre de um brutamontes, supôs que fosse capanga deles ou algo do tipo. Minha nuca ainda dói pela força do golpe, as costelas pulsam pôr um mero movimento e o meu pulmão, queima. Ele não teve piedade de mim em momento algum, me tratou como se fosse igual a ele, possuindo o mesmo peso.

Nunca abominei tanto ser mulher como agora. Alongo o pescoço, os músculos tensos, vibrando nun ardor de alívio.

Mergulhada em exaustão, debruço-me ao chão do quarto, o mármore gélido esfriando minha pele quente. A cabeça pulsa e suor escorre. Ainda há marcas em meu pescoço, a camada fina de pele levimente amarelada, violeta e esverdeada.

Meu instrutor nem um pouco amigável, encarou por tempo demais as marcas essa manhã. Foi a primeira vez que usei algo que não me cobrisse por inteira.

Não sei os motivos que me levam a crê que o conheço, que havia visto o seu rosto antes. Seja como for não me interessa, apenas quero permanecer neste chão frio.

Sinceramente não compreendo a decisão de me treinar, contudo, devo admitir que usarei ao meu favor, não posso mais ser igual um frango indefeso fugindo de, sei lá, um lobo.

Também não posso deixar de me achar louca. Se não fosse pelas marcas em meu pescoço diria quê no mínimo tive um episódio psicótico.

Às vozes como se fosse fruto de minha imaginação e eles desapareceram, sem me deixar fazer nada além de permanecer em meu quarto, com um loirinho bonito na minha porta de vigia e desgastar meus músculos e a minha mente com aquele grandalhão, que agora, tampa a saída feito uma muralha.

Rabiscar foi a única coisa que fiz para passar o tempo. Lápis negro e diversos coloridos preenchem uma gaveta em particular. Todos os dias, rabisquei coisas que não consigo explicar. Primeiro começo com um preto, depois me perco em pensamentos criando imagens que não consigo reconhecer.

A única presumida foi um rabisco de uma rosa negra, manchada por sangue e espinhos. Estava pensando nele quando a criei, enforcando-me, cortando meu cabelo, tocando-me. Às sombras de suas tatuagens, os espinhos o seu temperamento selvagem, vil, foram a inspiração para o desenho.

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