2: 𝑴𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒑𝒐𝒓 𝑨𝒄𝒊𝒅𝒆𝒏𝒕𝒆.

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A esbelta e pequena Sumin era amiga de longa data de Jiwon em sua terra natal. Ela era a única amiga de Jiwon, na verdade, e as duas sempre foram como irmãs.

Jiwon não tinha muita sorte com as pessoas, principalmente quando criança. Todos evitavam a garota imponente e magra, com óculos grossos e um rabo de cavalo bem amarrado. As poucas pessoas que ela poderia chamar de amigos sempre se distanciavam com o passar do tempo. Após uma repetição interminável deste ciclo, Jiwon finalmente desistiu dos relacionamentos e se arrastou mais fundo na caverna conhecida como solidão.

Por outro lado, Sumin sempre cuidou de Jiwon durante os anos do ensino fundamental e ensino médio, falando muito bem dela para os outros. As duas seguiram caminhos diferentes quando Jiwon partiu para Seul para fazer faculdade, mas mais tarde, depois que Jiwon começou seu trabalho, ela recomendou Sumin e eles puderam trabalhar na mesma empresa.

Elas sempre estiveram juntos depois disso. Para Jiwon, Sumin era metade do seu mundo. Se não fosse por Sumin, ela teria tido uma vida escolar deprimente e desistido sem se formar. Mas aquela mesma Sumin estava em sua casa com seu marido. Jiwon não conseguia aceitar essa verdade inegável.
Não. Deve haver algum mal-entendido. Sim, Sumin provavelmente apareceu para me trazer meus pertences. Eu disse a ela que precisava de mais roupas íntimas há algum tempo. Sim. Claro. Tem que ser isso.

Ali parada, congelada, sua mente recusava-se a aceitar a realidade. Mas seu instinto era mais rápido e preciso que sua cabeça. No fundo, ela sabia a verdade. Seus dentes começaram a bater e seu corpo tremia como se estivesse no meio do inverno.

Jiwon cerrou a mandíbula e entrou na sala sem tirar os sapatos. Ela continuou passando pelo sofá, onde estava um casaco de mulher, até o quarto.

"...Então vamos retirar o depósito e nos mudar."

Uma voz que era enjoativa e doce, como marshmallows, escapou da porta fechada do quarto. Era a mesma voz que ele usou para sussurrar em seu ouvido naquela noite, no jantar da empresa; a mesma voz que ela nunca mais ouviu depois do incidente com a mãe de Minhwa.

"Hmph, quanto você disse que era o depósito? Eu quero morar em um apartamento novo, querido."

Essa era definitivamente a voz de Sumin, embora mais lasciva e petulante do que a habitual que Jiwon conhecia.

"Claro. Vamos encontrar um lugar assim que eu conseguir o dinheiro do seguro."

"Hmm... quanto você vai ganhar?"

"Quinhentos milhões de won."

Jiwon, cuja mente ainda estava congelada, não achava que o seguro do qual Minhwan estava falando estivesse relacionado a ela. Era natural já que Jiwon não tinha nenhum seguro de vida, muito menos uma apólice que valia quinhentos milhões. Além do mais, ela foi forçada a cancelar todas as apólices de seguro em seu nome quando os tempos estavam difíceis, independentemente do tipo, então ela não tinha nem a cobertura mais básica. Era por isso que ela nem sonhava em pagar o tratamento para curar seu câncer.

"Sério? Tudo isso? Como?" Sumin exclamou com uma voz surpresa e encantada.

"O pai dela também morreu de câncer. Ouvi dizer que era hereditário. Ela continuava tendo dores de estômago e indigestão, então fiz um seguro para ela antes de levá-la ao hospital."

Então foi por isso que Minhwan foi tão atencioso pela primeira vez em muito tempo. Jiwon estava se preparando para ir ao hospital, mas ele lhe deu um remédio para indigestão e lhe disse para ficar deitada na cama por um tempo. Ele acrescentou que a levaria ao hospital se seu estômago continuasse doendo.

Saber quais eram suas reais intenções foi um choque maior do que os sapatos na entrada. O sangue correu para sua cabeça. Jiwon estendeu a mão até a maçaneta da porta do quarto, sua mão tão dormente que não parecia ser sua.

Marry My Husband (Case-se Com Meu Marido) - (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora