Capítulo Treze

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Calma que vai dar tudo certo e tudo vai se resolver da melhor forma ;)

Liana Welser

Eu acabei não acordando para o café da manhã porque estava muito cansada, mas quando acordei a casa parecia cheia. Quando sai do quarto, vi Maria Flor com uma criança nos ombros e o outro ela estava arrastando pelo chão.

- Bom dia? – Falei em confusão com a cena.

- Bom dia, desculpa a barulheira Patroinha. Fica direito. – Ela soltou o menino e num tom rígido falou, o menino parou de manha e logo se colocou de pé. – Esses são meus filhos, o mais velho João Paulo e o mais novo Teobaldo. Essa é a patroa, filha do patrão.

- Então é a tia? – O mais velho falou.

- Ela é a Patroa Liana. – Flor falou.

- Mas se ela filha do vô, não é nossa tia? – O menino era bem articulado e parecia ser arteiro. Aquilo roubou uma risada sincera minha, porque Flor não sabia como explicar.

- Está tudo bem, Flor. Podem me chamar de tia. Estão indo ver meu pai? – Ela concordou. – Eu vou com vocês.

Quando chegamos no quarto meu pai estava acordado e sentado na cama, o primeiro a entrar foi o mais velho, passou correndo rapidamente e gritando pelo avô. O mais novo também estava animado, era sinal que meu pai era presente na vida das crianças e era um bom avô. Ele abraçou o mais velho e Flor colocou o mais novo no chão, que abraçou ele também.

- Tem outra pessoa que veio de longe te ver também. – Ela me deu passagem e eu corri para abraçar meu pai.

- Oi pai, desculpa não ter vindo antes. – Eu não consegui segurar minhas lágrimas.

Ficamos ali conversando um tempo, pouco depois Flor levou as crianças dizendo que ia dar o almoço deles e que nos deixaria a sós.

- Você... chegou... hoje? – Meu pai perguntou.

- Cheguei ontem à noite, por volta de umas onze horas. Os meninos gostam mesmo de você, acho que a presença deles vai te ajudar a se recuperar mais rápido.

- Gosto... da... bagunça deles. – Ele riu. – O Paulo... bagunceiro.

- Você gosta dos bagunceiros? – Ele riu. – Ele parece com a Flor, sabe, no jeito. Ela parece feliz com a família dela. – O sabor de vinagre que tinham aquelas palavras eu nunca iria admitir em voz alta, porque se eu tivesse voltado poderia ter sido nossa família.

- Ajuda... ela.

- Eu vou ajudar. Ela parece muito estressada. – Soltei um longo suspiro.

- Tem que... dar o... dinheiro.

- Para ela? – Ele concordou. – Quer que ela organize as finanças? – Ele concordou de novo. – Eu quero... Novo testamento... Flor também é... Minha filha. – Eu concordei, era realmente o certo a se fazer.

- Eu concordo, mas agora você tem que focar em melhorar. Eu vou dar seguimento com a Flor.

- Você é médica... Como sua mãe.

- Eu sei, mas agora é essa fazenda e você que precisam de cuidados. – Dei um beijo na testa dele.

Quando o enfermeiro voltou, eu saí em busca de Maria Flor, precisava resolver as coisas, quando cheguei na cozinha o almoço já estava servido e Flor estava dando comida para o mais novo.

- Menina. – Senti o abraço de Isaura assim que ela me viu. – Por que não avisou que estava vindo?

- Eu saí às pressas do Rio e nem pensei direito. Por que estão comendo na cozinha? – Perguntei.

Minha doce matuta (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora