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CAPÍTULO NOVE

Yibo


Eles caminharam em silêncio até chegarem a um pequeno parque a alguns quarteirões de distância. O sol brilhava forte no alto, lançando sombras salpicadas na grama sob as árvores. Era um forte contraste com o mundo mal iluminado em que  Yibo vivia desde que foi sequestrado.

‒ Vê aquele negócio do outro lado da rua? ‒ Xiao Zhan  perguntou, apontando para um prédio com janelas escuras. ‒ É uma das minhas operações.

Yibo ficou boquiaberto. ‒ O bom lugar tailandês?! Eu vou lá o tempo todo! Eu nunca soube disso.

Isso fez Xiao Zhan  rir. ‒ Os proprietários tomam muito cuidado para garantir que pessoas como você não o façam. Quero que você fique aqui no parque e observe quem entra e sai. Se o assassino que procuramos aparecer, você poderá reconhecê-lo.

‒ Tudo bem. ‒  Yibo concordou, sentindo uma mistura de excitação e ansiedade. Ser encarregado de tal tarefa fez com que ele se sentisse importante, mas também serviu como um lembrete do jogo perigoso que estava jogando.

‒ Bom. ‒ Xiao Zhan  disse, sua voz baixa e séria. ‒ Volto em breve. Não se aproxime de ninguém, não chame atenção e não saia deste lugar. Entendeu?

‒ Entendido. ‒  Yibo respondeu, balançando a cabeça.

Houve um brilho nos olhos de Xiao Zhan .
‒ E se você se comportar bem, eu pago o almoço para você.

Yibo não pôde deixar de rir um pouco. ‒ Vou aceitar isso.

Com um último olhar intenso, Xiao Zhan  virou-se e foi embora, deixando  Yibo sozinho no parque para completar sua tarefa.

Enquanto  Yibo observava o negócio do outro lado da rua, ele se perguntou como sua vida havia tomado uma mudança tão drástica.
Xiao Zhan  foi intenso. Ele era dominante.
Ele não machucou  Yibo. Até agora, ele não foi nada além de gentil.
E a maneira como olhou para ele...
Yibo não podia negar a crescente atração entre eles.

‒ Sou eu mesmo agora? ‒  Yibo murmurou para si mesmo, olhando ao redor para o parque tranquilo. ‒ Será que eu realmente gosto de um chefe da máfia?

Pela primeira vez desde o sequestro,  Yibo estava sozinho com seus pensamentos, e eles corriam por sua mente como um incêndio.
Ninguém estava assistindo. Ele estava sozinho. Ele poderia simplesmente se afastar de tudo isso, não poderia? Talvez vá à polícia ou encontre uma maneira de desaparecer completamente.
‒ Quem estou enganando? ‒ Ele zombou, voltando para a Terra. ‒ Xiao Zhan  me rastrearia em um piscar de olhos.
E havia algo mais também – algo que fazia com que a ideia de abandonar Xiao Zhan  parecesse uma traição. Por mais que ele não quisesse admitir,  Yibo sentiu-se atraído pelo homem. Não era apenas seu charme magnético ou a maneira confiante como ele se comportava; havia uma conexão inegável entre eles.

Yibo deixou-se sonhar acordado por um momento, imaginando como seria estar com alguém como Xiao Zhan . O poder, o perigo, a paixão...
Mas foi real? Ou foi simplesmente resultado da Síndrome de Estocolmo, um vínculo distorcido forjado ao ser jogado neste mundo sombrio?
‒ Deus, o que há de errado comigo? ‒  Yibo sussurrou, esfregando as têmporas.
— Eu deveria estar com medo dele. Mas em vez disso, eu estou...

Ele balançou a cabeça, tentando clarear seus pensamentos, mas não adiantou. Seus sentimentos por Xiao Zhan  haviam criado raízes e ficavam mais fortes a cada dia. E embora Yibo soubesse que deveria resistir, parte dele se perguntava se talvez, apenas talvez, ele pudesse encontrar alguma aparência de felicidade na escuridão.

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