Capítulo 03

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Hadassa

— Maju — a voz do primeiro integrante da polícia soa contra minha audição. — Seu pai foi embora há algumas horas.

— Eu não estou aqui por causa do Jon. — falo.

Reviro os olhos.

— Vou verificar o local, apenas isso.

Seu olhar examina meu oficial no pescoço como agente policial. Ele deve estar pensando como eu tenho a capacidade de ter meus estudos, e agora trabalho na área. E, por incrível que pareça, ele sabe da minha capacidade em não desistir, pois meu temperamento não permite.

— Claro — ele concorda. — Não deve adentrar muito o local, somente na área da porta é permitido.

Segui em direção a entrada do local.
Alguns policiais estavam sob a orientação daqui, para a interdição. Algo estranhamente invade meus sentimentos, meus olhos oscilam para dentro da boate.
Havia um cheiro forte de fumaça, a alta sensação do ar quente saindo em direção a saída.

Até esse momento ninguém foi preso, os donos da boate irão testemunhar como erro técnico, ou algo do tipo, e sairão impunes. Assim como na maioria dos casos.

— Uma menina que estava no hospital, ainda viva, deu graças a Deus por um homem tê-la salvado. Filha do outro agente, amigo do seu pai.— Quando a voz do mesmo policial orienta ao meu lado, sinto meu corpo formigar.

Eu me sinto um sanguessuga ao sugar uma profunda obsessão. Lembranças ressoa nos meus pensamentos, Soraia não estava blefando, ele realmente ajudou a sair. Mas como?
Isso quer dizer que eu não estava louca e que, realmente, eu também o vi dentro daquela boate.

— Algum problema, senhorita?

— Onde fica esse hospital, e quem é a menina? — junto às minhas sobrancelhas, olhando na sua direção.

— Já foram testemunhar a menina. A mãe não quer ninguém lá.

— E se eu te recompensar depois?

Meus olhos examinam seus olhos castanhos. Um brilho surge no seu rosto, a pele branca tonifica para a sensação de ser privilegiado com uma preta.

— Hospital São Lucas. O nome dela é Julia Silva, quarto 39.

— Obrigada. Depois falo para o meu pai o quão bom você é. Sua recompensa será um ótimo policial te parabenizando.

Bato duas vezes no seu peitoral com minha mão direita, seu olhar muda de imediato com minha frase. Sem olhá-lo de novo, saio do local, caminhando de volta para o meu carro na rua ao lado. Ao entrar no carro, Soraia respira fundo.

— Próxima parada, hospital São Lucas.

— Você está de brincadeira, Hadassa.

— Não.

— Como não?

— Não foi só nós duas que vimos aquele cara. — giro meu rosto na sua direção, e ligo o carro. — Mais pessoas viram, e eu quero saber como era o rosto dele. Quero saber o que estava fazendo lá.

— Não é óbvio? O mesmo que você e eu? Você está maluca! Eu não vou.

— Quer um uber? — sua risada sai entre seus lábios, irônica.

— Quero. Eu quero a porra de um uber.

Ergo a sobrancelha, surpresa com sua resposta. Então, Soraia tira o celular do seu colo, começando a pedir um motorista de aplicativo. Foram apenas alguns minutos até que o carro pare nessa rua, o silêncio desconfortável surge entre nós duas pela primeira vez.
Droga.

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