Capítulo 6

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— Mãe, você não está me ajudando. — Resmungo, vendo-a pela chamada de vídeo. — É sério, eu estou nervoso.

— Você disse que era um jantar da nova empresa, mas querendo se arrumar assim faz parecer que quer impressionar seu chefe. — Ela diz, um pouco debochada.

— E não é óbvio desde que eu liguei? — Esbravejo, revirando os olhos. — Meu chefe é, de longe, o alfa mais bonito que eu já conheci, além de que ele é educado, gentil, cheiroso e, o mais importante, adora Jeongsan. Como eu não cogitaria desejar esse homem? E ele é solteiro, isso também é importante.

Minha mãe ri ao telefone e aponta para uma das camisas em minhas mãos, a preta que tem uma leve transparência e deixa visível minha tatuagem das costelas. Eu tinha dezoito anos quando decidi me tatuar. As pessoas disseram que eu me arrependeria, mas adoro admirá-la. É um ramo grande de flor de cerejeira.

Será que Jungkook vai gostar de observá-la também?

— Se você for sair com ele, sabe que eu posso ficar com o San, não sabe? Eu estou com saudades do meu neto! — Minha mãe faz bico.

Céus, eu sou igualzinho a ela, meu pai que me perdoe. Mas até os meus gestos são como os dela.

— Pode deixar, que se meu romance dos sonhos acontecer, você vai poder aproveitar seu neto. — E ainda coloco a língua para ela, debochado como ela me ensinou a ser.

Meus pais e eu moramos relativamente próximos há dois anos, quando eles também vieram para a capital. O motivo de não nos visitarmos tão frequentemente, é por falta de tempo mesmo.

Ao estar devidamente pronto, eu finalizo a ligação e caminho até a sala, onde um Jeongsan já arrumado me espera, assistindo seu desenho favorito na televisão.

— Papai, estou com saudade do Goo hyung. — Meu pequeno faz bico, me levando a rir.

— Você o viu há cinco dias, bebê. — Digo a ele.

Apesar de que o vi ontem e que também estou sentindo saudade. Eu o acompanhei ao hospital para visitar Taehyung no nosso horário de almoço, visto que a filha do Kim tinha nascido e ele decidiu que queria terminar de me dar instruções e que continuaria a me ajudar por chamadas de vídeo sempre que fosse preciso.

Quando ele comentou que a pequena tinha quatro quilos, ele não estava sendo exagerado, ela nasceu com mais que isso. E absurdamente linda, vale declarar.

— Mas eu gosto dele, papai. — San continua a fazer bico, e eu deixo um beijo estalado em sua bochecha, que desfaz seu bico e o faz rir. — Vou poder ficar com ele?

— Ele é o anfitrião e estará diante os outros funcionários, não sei se vai dar tempo, bebê. Mas se ele estiver desocupado, eu tenho certeza de que sim.

Essa garantia é o suficiente para o meu pequeno, que ri todo alegre. A verdade mesmo, é que eu não sei se Jungkook gostaria de dar atenção ao filho de um de seus funcionários frente a todos os outros. Não sei como são esses jantares que ele me citou e sinto um pouco de aflição e nervosismo. Não é nada demais, mas eu sinto.

Ultimamente tenho sentido muito isso perto dele. Acredito que ele mesmo me cause essas sensações e não qualquer tópico externo, mas não muda o fato de que essa semana tem sido emocionalmente turbulenta para mim.

Dentro do táxi na direção do restaurante, eu fico babando em mais uma foto da filha de Taehyung que, assim como ele, foi liberada do hospital hoje mais cedo.

Pelo que eu sei, em prol disso, Jungkook buscaria o filho mais velho do Kim para o jantar para dar uma força ao amigo. Até porque Jungkook é padrinho dos dois.

Connected by Love | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora