Capítulo 24

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Inferno 500 anos atrás
Ponto de vista: narrador observador

Renji Ito, um inccubus másculo de cabelos e barbas ruivas e penetrantes olhos verdes estava sentado em uma rocha vulcânica esperando sua amada. Ardath Nielis, uma mulher de longos cabelos castanhos e olhos azuis, saia de sua casa as escondidas carregando uma cesta com algumas frutas secas de aparência e sabor duvidosos, o único tipo de comida "quase humana" que é possível encontrar nas profundezas do inferno. Seguindo o caminho sinuoso da floresta da morte, Ardath acabou se atrasando.

- Será que aconteceu alguma coisa? - Renji se questionava preocupado

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- Será que aconteceu alguma coisa? - Renji se questionava preocupado.

- Estou aqui, desculpe a demora - Ardath diz se sentando ao seu lado e os dois se beijam.

- Estava começando a ficar preocupado, por que demorou tanto?

- Meu pai parecia desconfiado, então tive que vir pela floresta pra garantir que não estava sendo seguida.

- E estava?

- Sim, mas me livrei dela no trecho dos cipós sufocadores. Pobre coitada, não sabia onde estava se metendo, ninguém conhece essa floresta tão bem quanto eu.

Renji sorriu, aquele sorriso doce que nenhum outro demônio era capaz de expressar. Os dois passaram uma tarde agradável, distante de tudo e todos que tentavam os afastar. Tanto Renji quanto Ardath vinham de famílias renomadas, então você deve se perguntar o motivo de eles não poderem ficar juntos. A verdade é que mesmo que ambos sejam muito poderosos e de ótima reputação, a junção de uma succubus e um inccubus não era bem vista por outros de sua espécie. Isso porque em sua cultura crianças "puro sangue" eram consideradas uma maldição, fracas e defeituosas em um lugar onde força é tudo e o amor não existe.

Tanto os machos quanto as fêmeas (inccubus e succubus) se alimentam da energia vital daqueles com quem copulam. No caso das fêmeas, seus parceiros morrem logo após o coito e sua energia pode ou não ser usada para criar uma criança. Já nos inccubus as coisas são um pouco diferentes, quando se relacionam com mulheres de outras espécies na intenção de procriar, a fêmea sobrevive apenas o suficiente para ter a criança, morrendo no parto. Agora quando uma succubus se relaciona com um inccubus, a fêmea sempre absorve a energia vital do macho, o matando para completar a gravidez.

Mesmo que o amor seja considerado uma fraqueza entre os demônios, Renji e Ardath não podiam negar seus sentimentos. Eles se amavam muito. E por essa razão nunca poderiam engravidar, já que sua prole além de trazer desgraça aos nomes de suas famílias, traria fim a vida de Renji. Para sua sorte, sua espécie possui a habilidade de escolher quando querem conceber uma criança ou não. Então enquanto ambos não quisessem um filho e enquanto ambos se relacionassem com outros demônios para se alimentar, eles estariam seguros.

Mas é claro que a felicidade não duraria para sempre. 71 anos se passaram, os dois haviam fugido de suas casas e viviam juntos em uma cabana escondida em uma área remota e perigosa do inferno, mesmo com os perigos diários eles estavam felizes como nunca. Tão felizes que Renji inconscientemente imaginava um mundo onde os dois criavam juntos, naquela cabana, um pequeno demoniozinho, um mundo onde eles poderiam ter um filho sem que nenhum dos dois precisasse morrer. Um sonho impossível é claro, que ele mantinha em absoluto segredo.

Meu professor Lobisomem e seus dois maridos (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora