Zé Rafael está em processo de divórcio.
É um cara reservado, das antigas, que ainda está começando a viver de novo a vida de solteiro. Em meio a problemas para conseguir que a futura ex esposa aceite assinar a papelada, ele se mete numa enrascada a...
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× ℤ𝕖 ℝ𝕒𝕗𝕒𝕖𝕝 ×
O vestido não tem nada demais. Não é tão curto assim e nem tão colado, não tem decote nenhum. É um meio termo. Meio curto, colado na parte de cima e o suficiente pra me deixar maluco.
Porque a questão toda nem é o vestidinho em si. É o que tem por trás. É que a minha cabeça não para de maquinar que tá tudo ali, fácil. É só... arrastar o tecido, deixar embolado na cintura e pronto. O paraíso tá bem aqui.
E ela parece entretida o suficiente com o apartamento. Vai enumerando mil coisas que eu tenho que comprar, outras mil que eu devia consertar e eu simplesmente não presto atenção em nada. Em porra nenhuma. Só no vestido.
A bunda dela parece que tem vida própria e cara... balança. O quadril dela balança enquanto caminha na minha frente.
— Ei, ei – Puxo Tamires pelo braço — Acho que tá bom de tour pelo apartamento já, hum? – Coloco uma mão no pescoço dela. Com força suficiente pra fazê-la olhar pra mim e pressão suficiente pra fazer com que ela esfregue um pouco o rosto na minha mão porque gosta do toque.
Gosto do cheiro dela.
Não sei exatamente o que é. Não é muito doce, nem muito floral, nem exatamente só cheiro de perfume. É uma mistura que vem dos cabelos, que se espalha pelas curvas da pele e que vai me deixando meio viciado.
— E aí acaba o tour e você vai fazer o quê?
— Teste drive – Mostro um sorrisinho. Ela arregala os olhos por dois segundos e aí sorri de volta.
Me sinto adolescente de novo quando meus dedos chegam na barra do vestido e eu faço o que tanto queria. O tecido vai se embolando como pensei e ver a pele dela aparecendo é tão satisfatório quanto pensar nisso acontecendo.
— Vou dizer só uma vez – Deixo alguns beijos em seu pescoço, saio empurrando nós dois até uma bancada na sala — Você vai ficar bem quietinha e não vai se mexer.
— Humrrum – Murmura no meio de um beijo, os dedos encontram os meus onde o vestido está embolado.
— Já desobedecendo? Quietinha, lembra? – Tiro as mãos dela, é maluco porque nossos dedos se entrelaçam de um jeito que nunca rolou antes — Não vai tirar o vestido. Nada sai daqui.
— Eu sabia que tinha alguma coisa com o vestido. Você não parava de olhar.
— Tinha, tinha – Ela se vira. Acaba com o rosto encostado no vidro de um janelão que tem aqui — Queria te comer.
Porra.
Tem alguma coisa nela toda que é tão... Vai longe do corpo escultural. O jeito que eu me sinto podendo falar o que quiser fazer o que quiser, ser quem eu quiser... É isso que mexe comigo.
