Prólogo

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Quanto tempo dura a eternidade?

O conceito de tempo é abstrato de mais para conseguir dizer com exatidão o que seria algo eterno. 10 horas? 100 dias? 1000 meses? O universo em que vivemos tem bilhões de anos e ainda assim não é eterno.

Acaba que o eterno é diferente para cada um, para alguns a eternidade dura alguns anos, para outros são meses, para aquele casal a eternidade durou um total de três dias. Um final de semana.

Era fevereiro, o carnaval chegaria em poucos dias e, sabendo que certos lugares estariam mais lotados que outros, a garota resolveu ir comemorar sem aniversário mais recente com uma viagem para um lugar que, com toda certeza, as pessoas estariam ignorando naquele momento do ano.

Foi numa praia quase deserta que encontrou o rapaz pela primeira vez. Ele era alto, loiro, com aqueles olhos verdes que lhe ganharam sem precisar de muito. Ele também estava sozinho, parecia contente e tomou a iniciativa de chegar perto da garota que tanto lhe encarava e que havia lhe chamando tanto a atenção.

— Oi. Tudo bem? — estava um pouco tímido, mas se sentiu confortável com o sorriso doce que ela ofereceu.

— Tô sim. Senta aí. — indicou a cadeira ao seu lado, também não iria negar o interesse que tinha sentido por ele e também não iria desperdiçar a chance de tê-lo por perto — Como você tá?

— Tô bem também, mas tô sozinho aqui, meus amigos não quiseram vim. — sorriu de graça — Eu não sei se você tá sozinha aqui, mas pensei que a gente podia fazer alguma coisa juntos, sabe. — ela riu. Ele lhe era encantador.

— Eu vou adorar. Meus amigos também não vieram. — explicou rápido e sem muitos detalhes, não via necessidade deles — Mas tenho uma condição. — por um instante ele se assustou e ficou apenas lhe encarando enquanto a menina ainda sorria — Quero saber seu nome. — enfim ele suspirou e sorriu aliviado.

— Kaique. — estendeu a mão para a morena de olhos escuros, que correspondeu ao cumprimento — E o seu, senhorita?

— Juliene.

— Belo nome. — abaixou um pouco a cabeça ao mesmo tempo que ergueu a mão dela, deixando um simples beijo ali — Combina com a dona. — e mais uma vez ela ria.

O resto daquele dia foi fantástico para ambos. Na verdade, o resto do final de semana havia sido explendido em todos os sentidos que podia.

Aproveitaram bem o hotel, procuraram por pontos turísticos, conheceram bares e restaurantes, até que no último dia algumas bebidas a mais ajudaram para que fizessem o que tanto queriam desde o primeiro encontro.

Um noite inesquecível, onde nem o ar-condicionado do quarto foi o suficiente para que eles não ficassem suados. Os corações disparavam não apenas pelos movimentos acelerados e de extrema necessidade, mas também porque sabiam que estavam conectados. Não era apenas desejo, havia sentimento ali, um sentimento que surgiu e cresceu naquele curto espaço de tempo.

Não conseguiram dormir naquele noite, o cansaço era apenas um motivo para conversar e admirar ainda mais um ao outro, para que logo depois pudessem voltar com os toques e investidas tomadas de luxúria.

Quando a manhã da segunda-feira chegou eles não tiveram outra opção além de deixarem o hotel e tomarem rumo para o aeroporto da cidade e, consequentemente, suas casas.

— Pra onde você vai? — ela perguntou com a esperança de que ele não estivesse tão longe de si.

— São Paulo. E você? — ela sorriu ele foi contagiado por aquilo.

— Goiás. Não é tão longe assim. — deu de ombros e logo foi abraçada por ele — Mas eu vou sentir muito a sua falta.

— Não precisa. — pegou um papel que estava no seu bolso, ele havia feito aquilo nos minutos que levaram para se aprontarem para a viagem, cada um no seu quarto — Aqui tem meu endereço, o número do telefone lá de casa e meu e-mail. Me liga, me escreve, qualquer coisa, só não desaparece. — ela pegou o papel mordendo o lábio — Eu sei que vai ser estranho, mas eu sinto algo por você e eu te quero na minha vida. — encostou a testa na dela, mas sem nunca deixar de encarar os olhos escuros — Eu te amo, Juliene. — ela sorriu largo.

Eternidades - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora