Diana Dragna 10

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Havia acabado de voltar de uma reunião, quando decidi passar para ver como estava indo as sessões, quando dei de cara com Diego, carregando três bolsas de gelo.

- Diego.

- Diana, que bom que você veio. - Ele fala rapidamente. - Maggie jogou chá quente em Elena, a pobre coitada parece estar morrendo de dor, e a pele está tão vermelha, quase igual a um tomate.

- Ela fez o quê? - pergunto sem acreditar.

- Bem, ela disse que tropeçou, a questão e que não tem como ela ter tropeçado, ela é uma modelo experiente e não tem obstáculos na sala.

- Alguém viu ela jogando o chá na outra modelo? Ou tropeçando?

- Acredito que ninguém estava prestando atenção, eu estava trocando as lentes da câmera, Elena estava com a maquiadora e a Vic, conversando com Edna.

- Resumindo, não tem como provar que ela fez de propósito.

- Sim, mas, ela sempre tenta sabotar a Elena.

- Certo, eu vou investigar, mas pelo que você disse, não tem provas contra ela. Então, não poderei fazer nada, além disso.

Ele balança a cabeça em concordância. Estendo a minha mão e pego uma das bolsas de gelo que ele estava carregando.

Vamos em direção a sala, onde as modelos estão.

- Talvez seja melhor adiarmos, Elena já fez metade das sessões. - Fala uma das modelos.

- Não podemos adiar, as fotos precisam ser divulgadas ainda hoje, com ou sem a Elena. - pela voz, sei que é Edna, que está falando. - Uma das meninas vai ter que substituir você Elena, mesmo que você não vá ao hospital, creio que não tem como você continuar com as fotos, a sua pele está muito avermelhada e sensível, e não será nada bom colocarmos uma pomada ou maquiagem para tentar desaparecer com elas, não nesse estado.

- Eu entendo Edna, você pode me substituir nas sessões seguintes, mas eu ainda insisto que não é necessário ir ao hospital. - Fala Elena.

- Você é uma das modelos mais bem paga da DMD Astéri, qualquer lesão que possa deixar uma marca no seu corpo, precisa ser acompanhado por um médico. - Falo entrado na sala. - Então, você vai ter que ir ao hospital, senhorita Elena.

Me aproximo dela e olho para a sua pele, que estava relamente avermelhada, como quase como um tomate, aquela queimadura iria com certaza virar bolhas. Entrego a bolsa de gelo que eu estava carregando para ela.

- Isso está bem feio, com certeza vai virar bolha. Bem, nós vamos para o hospital. - Falo, sem dar para ela o poder de escolha, ela tinha que ir ao hospital, ela querendo ou não. - você consegue se trocar sozinha?

- Consigo. - Ela responde com a voz carregada de dor, parecendo que estava preste a chorar.

- Pois bem, vá se trocar, se precisar de ajudar é só pedir. - Me viro para Edna. - Ela não vai conseguir terminar as sessões restantes, chame Sabrina Grey, ela vai ficar no lugar da Elena por enquanto. - Sabrina é uma das modelos novatas, que mais se parece com Elena.

- Certo, vou fazer. - Responde Edna.

- Maggie, tome mais cuidado, que esse acontecimento não se repita, não é bom para a empresa, ser conhecida pelo fato das modelos serem desastradas. - Falo.

- Sim. - Ela responde, parecendo frustrada e chateada.

- E quanto ao resto do pessoal, voltem ao trabalho, para recuperar esse tempo em que perdemos. - Falo para o restante do pessoal, e fico observando eles começarem a se preparar, enquanto espero Elena.

Ela leva uns dez minutos até terminar de se vestir, era esperado que ela demorasse tanto para se trocar, já que dava para ver só de olhar para sua pelo e seu rosto, que ela estava com muita dor.

- Estou pronta. - ela fala com dor novamente. - Por sorte vim vestida com uma saia rodada e cropped de seda, parece que eu estava imaginando que algo iria acontecer.

- Sim, acredito que seria três vezes pior, se você estivesse vindo com uma roupa apertada e quente. - Falo enquanto caminhamos para fora.

Elena estava segurando a bolsa de gelo que eu havia lhe entregado, em cima da queimadura em seu braço.

- Você acredita que foi de propósito? - Pergunto assim que saímos da sala.

- O chá quente?

- Sim.

- Eu tenho certeza que foi de propósito, ela queria fazer a minha parte.

- Diego deu a entender que ela fez de propósito, porém, até agora não há provas contra ela.

Entramos no elevador.

- Eu estava com os olhos fechados, não vi se ela realmente tropeçou ou foi de propósito.

- Isso é um problema, ela é uma ótima modelo, não posse fazer nada, se não há provas contra ela.

- Eu entendo.

- Então, se você realmente tem certeza que ela fez de propósito, tome mais cuidado com ela e tente conseguir provas ou testemunhas, se ela te intimidar, é só falar com Edna, ela vai tornar as devidas ações o comportamento dela.

Saímos do elevador, no térreo e caminhamos em direção ao meu carro.

- Edna, não parece gostar muito de sim.

- Sim, ela não está muito contente com você esses dias, mas, é porque ela é minha melhor amiga e você...

- Sou a ex-amante do seu noivo, que pulou na sua cama dias depois. - Ela termina de falar por mim.

Abro o carro e entramos.

- Eu não diria desse forma, mas as coisas são mais ou menos assim. - Falo. - Mas, a questão é que, Edna é uma pessoa justa e profissional, ela nunca passaria pano, para ações horríveis de qualquer uma das modelos.

- Eu sei disso.

- Mesmo ela não indo muito com a sua cara, ela vai te ajudar com os problemas, com as modelos.

Ligo o carro e saímos em direção ao hospital.

- Diana.

- Sim?

- Eu posso levantar a minha saia para colocar um pouco a bolsa de gelo nas outras queimaduras, está começando a ficar quente e a dor está aumentando.

- Claro, pode levantar.

Ela levanta a saia, deixando totalmente a vista sua calcinha. Me trazendo algumas lembranças da noite que tivemos em Chicago.

" Não é hora de ter pensamentos sujos Diana." Penso, tento afastar os pensamentos nada apropriados que estavam começando a surgir na minha mente.

- Quer que eu aumento o ar frio? - Pergunto.

- Sim, por favor, quando mais frio melhor.

Aumento o ar e me concentro na estrada, ocasionalmente, olhando para ela, passando a bolsa de gelo nas queimaduras.

Apenas Uma Paixão (Romance LGBT)Onde histórias criam vida. Descubra agora