Diana Dragna 18

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— Os vizinhos ouviram a gritaria e chamaram uns policiais que estavam na redondeza. — Elena, continuou a contar. — Por sorte, eles chegaram a tempo, e tiram aquele homem de cima de mim, antes que ele terminasse, me matando.

— Depois disso, vocês foram direito para a delegacia? — Pergunto.

— Sim, foi tudo muito rápido. Não tive tempo de pegar nada, apenas fui com os policiais para prestar queixa na delegacia.

— E a sua mãe? Ela vai ficar do lado dele?

Ela suspira, triste.

— Sim, ela sempre ficou do lado dele, mesmo sabendo de tudo que ele fez comigo. — Elena continua. — Ela provavelmente está me ligar como louca, para mandar eu retirar as acusações contra ele ou então dar o dinheiro para a fiança, e como não estou com o celular, ela vai terminar indo me procurar em casa.

— Você pretende fazer alguma das duas opções?

— Não, dessa vez não, eu cansei de ser o banco sem fundo, e o saco de bancada deles. Sabe, a minha mãe, é a minha única parente viva.

Elena, parece dividida, ela não quer mais viver da mesma forma que antes, mas ainda pensa na mãe, mesmo com a mãe em questão, não a valorizando.

— Sabe como as pessoas que conheceram a mim e os outros quatros, Edna, Gabriel, Dominique e Henry, na época da escola, nos chamam?

Elena, balança a cabeça que não.

— Nos chamam de "os seis".

— Mas, vocês são apenas cinco. — Ela fala.

— Exatamente, agora somos cinco, mas já fomos seis.

Levantei do sofá e peguei o porta retrato que sempre fica na estante, próximo à televisão e mostrei para Elena.

— Você já esteve aqui várias vezes, já deve ter prestado atenção nessa foto.

Ela balança a cabeça em confirmação.

— Tiramos ela, quando estávamos estudando num internato em Paris.

— Quem é a garota? — Ela pergunta, pela única do grupo que não a conheceu.

— O nome dela era, "Zahra Osman", ela era egípcia, nasceu em Assuã, uma cidade do sul do Egito. O seu pai era médico e mudou-se para a França, com a sua família, quando ainda era um bebê.

Continuei a contar.

— Conheci Zahra, no internato, assim como os outros quatros, e não demorou muito, para que nos tornássemos inseparáveis. — Quando estávamos no internato, dizíamos o que iríamos ser, após sair de lá. Dom queria cantar. Gabriel, queria ser baterista. Henry, queria pintar. Zahra, sonhava em ser modelo. Edna, estilista e eu, apenas queria que fôssemos felizes, então decidi que quando saísse de lá, abriria uma empresa de moda, para que Zahra e Edna, trabalhassem comigo. — Continuei. — Os meninos ficaram zangados por serem os únicos que iriam trabalhar separados, então decidiram que As pinturas de Henry, seriam expostas nos eventos da empresa,  Enquanto Dom, iria cantar e Gabriel tocar. E assim,  nos tornamos formalmente o famoso grupo dos seis. Naquela época éramos bem sonhadores, e nunca imaginamos que as coisas não sairiam como havíamos planejado.

— Ela morreu? — Elena perguntou.

— Ela foi assassinada, antes de nos formarmos.

— Como?

— No nosso último ano no internato, houve uma troca de professores e um dos substitutos era muito bonito. Zahra, se apaixonou por ele, disso todos sabíamos. O que não sabíamos, era que esse professor, estava flertando com ela, assim como com outras alunas. — Um dia Zahra sumiu e ninguém conseguiu entrar, ela. A direção disse para os pais que ela havia fugido, mas nós cinco, que a conhecíamos bem, sabíamos que esse tipo de coisa não era o estilo dela.

Apenas Uma Paixão (Romance LGBT)Onde histórias criam vida. Descubra agora