Diana Dragna 20

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Elena volta para o quarto, nervosa.

— Diana...

— O que foi? Não era a sua comida?

Ela balança a cabeça que não.

— Sua mãe está lá embaixo.

Não pensei muito no que dizer a respeito, a minha mãe sabia que Elena, é  a causa do cancelamento do noivado, o que ela não sabe, é que estou-me relacionado com ela, ou pelo menos não sabia. "Ela provavelmente já deve ter colocado os pingos nos is". Ao ver Elena, na minha casa, com as minhas roupas.

Fecho o livro que eu tentava terminar de ler, mais uma vez, hoje realmente não era o dia para ele ser lido. Me levantei da cama.

— Você vem comigo? — perguntei.

— Não, acho melhor eu ficar por aqui, ela parece ter ficado em choque ao me ver.

— Eu imagino.

Passo por ela e desço para encontrar com a minha mãe.

— Mãe, que surpresa. — Falo descendente as escadas.

— Garanto a sua surpresa de receber a sua mãe em sua casa, não é nada comparada a surpresa que tive, ao ser recebido por aquela moça.

Sorrio.

— Estou feliz em ver você também mãe. — Depósito um beijo no seu rosto.

Apesar dos seus quarenta e cinco anos, a minha mãe aparenta ter uns vinte e oito. Ela loira de nascença e os fios loiros do seu cabelo permanecem intactos até hoje, é claro que as vezes têm algumas invasões de cabelos brancos, mas nada que uma leve puxada não resolva.

— Diana Melnikov Dragna — Ela fala o meu nome completo, com o semblante sério.

— Sim, mãe?

— Sua filha ingrata, que nunca me visita, você ainda me considera a sua mãe?

— Claro que sim, nunca desconsiderei a senhora como minha mãe. — Continuo. — E eu a visito, sim. Não é sempre, mas a visito.

Nos sentamos no sofá.

— Você raramente me visita, às vezes fico a pensar o que devo ter feito de errado, para você e odiar tanto.

— Eu não a odeio, mãe. E, é como a senhora mesma disse, que eu raramente a visito, "raramente", mas a visito.

— Oh! Céus! O que eu fiz, para que todos os meus filhos se transformassem em rebeldes.

Sinceramente, às vezes penso que a minha mãe teria muito mais sucesso como atriz, ela com certeza ganharia o prêmio de melhor atriz dramática.

— Sem drama, mamãe.

— Está bem. — Ela se reencosta no sofá, de forma elegante. — Está se relacionando com essa moça, Diana? E não adianta mentir para mim, eu sou a sua mãe.

Ela pergunta, mesmo já sabendo a resposta.

— Estou.

Ela suspira.

— Você está ciente que ela era amante do John, do seu noivo, não está?

— É claro que estou, não sou tola, mãe.

— Não se sente furiosa, com raiva? Ou algo do tipo?

— Não, para falar a verdade, nunca me importei com John, foi um alívio para mim, cancelar o casamento.

— Se não gostava dele, então porque, aceitou o noivado, para começo de conversar.

— Porque a senhora e a senhora O'malley, desejavam tanto que nós ficássemos juntos. No fundo, nem ele e nem eu, tínhamos sentimentos um pelo outro.

Ela suspira novamente.

— Porque está com essa moça? Não poderia ter escolhido outra?

— Estou com ela porque eu quero, e não, eu não tenho interesse em outras mulheres além dela, sinto desejo apenas por ela.

— Ah! Deus! Não é possível Diana, o que ela tem de tão especial?

— A senhora quer realmente que eu diga? — Pergunto na esperança de ela dizer que não, afinal, não é fácil dizer para a minha mãe, que estou me relacionado com uma garota, porque gostei da sensação dela gozando na minha língua. Bem, teve outras coisas também, principalmente o beijo.

Minha mãe me olha, com as sobrancelhas arqueadas.

— Não é necessário. Vou apenas pensar que você se apaixonou por ela à primeira vista.

— Tudo bem. — Sorrio. — E então, porque a senhora veio?

— Uma mãe não pode visitar a sua filha ingrata, que nunca a visita? — Ela fala tentando começar a fazer drama novamente.

— Mãe, essa filha ingrata, pede perdão por raramente visitá-la, e jura que irá visitá-la mais vezes de agora em diante. — Continuo. — Mas, essa filha ingrata aqui, não acredita que a senhora tenha vindo até aqui, apenas para chamá-la de "ingrata", várias vezes.

— Você tem razão, por isso sempre foi a minha preferida.

Sorrio, ela sempre foi assim, sempre faz drama para obrigar os filhos ou o marido, a pedir perdão.

— A sua irmã está voltando para casa, e eu e o seu pai, vamos fazer um jantar, com toda a família e convidaremos os O'malley.

— Tudo bem. — Fico sem entender o motivo dela precisar vim até aqui, para me falar isso.

— John, também será convidado. — Ela fala.

— Certo.

— Não tem problema nenhum com isso?

— Não, John e sua família, sempre estiveram em nossos jantares de família, assim como sempre estivemos nos deles. Não é porque não estamos mais noivos que as coisas precisam mudar.

— Que bom ouvir isso Diana, fiquei preocupada, de você está com raiva dele por causa da história da traição e não querer ir no jantar. Mas, agora vejo que me enganei a respeito disso, você já está até namorando com a ex-amante dele.

— O nome dela é Elena, mamãe.

— Elena, certo. Não esquecerei o nome de agora em diante. — Ela continua. — Pretende levar ela ao jantar.

— Você quer que eu a leve? — Pergunto.

— Bem, eu não me importo, além disso, acredito que ela talvez traga fortes emoções para o jantar, sabe. — Ela sorri de forma maliciosa. — Apesar das merdas que John faz, ele é um bom menino. Mas, será bom ver a cara dele, ao descobrir que a ex-noiva e a ex-amante estão juntas sem ele, estou curiosa para saber como ele irá se comportar.

— Você sempre amou um bom show, mamãe.

— Não, Diana. Eu sempre amei assistir a um bom karma, isso sim. E você me compreende melhor do que ninguém, já que puxou para mim.

Sorrio.

— A senhora sempre disse que eu puxei para o papai.

— Bem, em algumas partes sim, mas eu tenho certeza que a parte sarcástica é minha. — Ela sorri.

— Está bem, eu irei ao jantar, vou conversar com Elena, e perguntar se ela quer ir.

— Certo, Diga para a sua namorada ir me visitar um dia desses, e avise para ela que eu não mordo. A pobrezinha, parecia que havia visto um fantasma, de tão pálida que ficou, quando abriu a porta.

Sorrio.

— Está bem, direi a ela.

Apenas Uma Paixão (Romance LGBT)Onde histórias criam vida. Descubra agora