seis.

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💚 - NEGOTIATING A BABY
14/03/2023
@LITTLELLARA

Uma moça com tranças verdes que estava de costas para a gente andava de um lado para o outro

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Uma moça com tranças verdes que estava de costas para a gente andava de um lado para o outro. Dei uma risada baixinha quando percebi a camisa do Palmeiras por baixo do seu macacão jeans.

Quando Louise chamou ela, a garota que parecia ter menos de 18 anos virou e me encarou. Eu sorri e ela arregalou os olhos. Vi que Louise sorriu culpada pra mim e eu a encarei com uma expressão relaxada.

— Que diabos o artilheiro do meu time tá fazendo aqui no abrigo, Louise? Me diz que eu tô sonhando. — A garota disse e eu ri, isso fez Louise rir também.

— Você não tá sonhando, Joy! Rapha, essa é a Joy, nossa mascotinha daqui, tirando as crianças. Joy, eu nem preciso apresentar ele para você, não é? — Louise nos apresentou e eu sorri para a menina que sorriu de volta.

Eu ia cumprimentar ela com um abraço mas o resmungo de um bebê impaciente que estava no colo da menina nos fez prestar atenção nele.

Louise pegou o bebê do colo de Joy e começou a ninar devagarinho, sussurrando algumas coisas e fazendo com que o bebê acalmasse um pouco.

Abracei Joy e aproveitei que sempre andava com canetas para assinar sua camisa branca com o escudo do meu time. Também tiramos uma foto e ela saiu da sala dizendo que ia nos deixar a sós.

Sentei em uma das poltronas que tinha ali e percebi que todos os outros berços estavam vazios e sem lençóis, o que me faz pensar que só tem Davi de recém nascido aqui.

O quarto estava escurinho e eu até dormiria agora mas parece que tinha algo deixando o bebê desconfortável.

— O que foi, meu amor? Conta pra' mim o que tá te perturbando... — Louise conversava baixinho com o bebê enquanto eu a observava. — Eu trouxe o tio Rapha pra' te visitar, olha. Oi tio Rapha, eu sou o Davi. — Lou fez uma voz de bebê e se aproximou de mim, agora consegui ver o rosto do bebê completamente.

Ele tinha a pele tão branquinha que só de encostar ficaria vermelho, o cabelo era bem claro como se tivesse usando shampoo de camomila.

Ele tinha aqueles movimentos involuntários, normais para um recém nascido. Ele colocou a língua pra' fora e Louise deu risada.

— Que garotinho sacana, dando língua para o tio. Isso que a Louise ensina pra' você? — Falei com uma voz mansa e tocando na barriga do bebê, não esperei uma resposta, obviamente.

— Diz pra ele que você é um rapazinho muito educado, diz! — Louise incentivou como se tivesse falando com uma criança de 2 anos e eu ri. O bebê resmungou e fez careta, ameaçando chorar.

— Eu posso tentar? — Perguntei apontando para o bebê e Louise concordou. Me levantei e ela o colocou em meu colo, também me entregou a mamadeira.

— Vou colocar o ruído branco. É quase o mesmo som que ele escutava na barriga então isso vai fazer com que ele ache um ambiente familiar. — Ela explicou ligando uma caixinha e o som começou a fazer barulho. Ela se sentou na poltrona onde eu estava antes.

— Vamos tomar essa mamadeira, garotão? Ó, me escuta! Com certeza já passou do horário de comer então você deve estar com fome mas estava sendo rebelde com suas tias, então eu, seu melhor tio, cheguei para lhe ajudar a tomar o leite e dar um soninho gostoso da tarde, não é? Eu sei que sim. — Usei da minha tática de persuasão com um bebê que nem sequer sabe o que é isso. Coloquei o bico da mamadeira na sua boca e ele resmungou mas depois começou a mamar.

— Uau, prontinho pra' ser papai, Rapha. — Louise me disse e eu encarei ela sorrindo. É realmente meu maior sonho.

— É o que eu mais quero na vida, Lou. — Falei e ela me olhou. Fiquei confortável com seu olhar sobre mim.

— Bom, vou ficar quietinha aqui e deixar você ter seu momento com o Davizinho, ele gostou muito de você e você tem um ótimo jeito com crianças. — Ela disse sorrindo e eu sorri também.

Comecei a andar devagarinho pelo quarto enquanto conversava com o bebê e contava de tudo, principalmente sobre minha profissão.

Ele era agitado, balançava as pernas de um lado para o outro até esvaziar a mamadeira. Entreguei o objeto para Louise que deixou na mesinha e coloquei o bebê verticalmente no meu peito, já tinha aprendido como fazer um bebê arrotar.

Assim que escutei o arroto do bebê, dei uma risadinha ao som agradável e deitei ele novamente. Minha missão era fazer ele dormir.

— Davi, ó! Dá próxima vez que eu for vir aqui, eu vou trazer uma blusa do verdão pra' você, tá combinado? Uma blusa com seu nome. Vai demorar um pouquinho para caber em você mas logo logo você vai poder usar. — Conversei com o bebê que fez uma caretinha confusa. — Não sabe o que é o verdão? Esse é um apelido para Palmeiras, o maior time do Brasil. É um clube de infinitos títulos, de grandes jogadores e com uma linda história.

— Você tem sorte que eu não tenho um time, Raphael! — Louise resmungou lá de onde estava e eu ri.

— Então quando você já estiver um pouquinho maior e morando com a Louise, eu prometo buscar vocês para assistirem um jogo do Palmeiras lá no Allianz. Ó, você vai gostar muito loirinho. É um amor único, tá bom? — Falei acariciando seu cabelo e vi que ele já piscava lentamente, como se estivesse lutando contra o sono. — Vou te contar uma coisa, meu vô Rafael foi quem me passou esse amor. Eu era do seu tamanhinho e já escutava sobre o Palmeiras, sobre a paixão avassaladora que era ser torcedor do porco. — Fiz sinal para Louise se aproximar devagarinho. Quando ela levantou lentamente e se aproximou de mim, continuei falando. — Eu espero muito que quando você crescer, você torça para o Palmeiras assim como o tio Rapha. E que você assista os jogos do verdão, que você me veja jogando, tá bom? Pode dormir, campeão! Bom sono! — Sussurrei ainda balançando meu corpo devagar e ele fechou os olhos. Peguei a chupeta que estava pendurada na sua roupinha e coloquei em sua boca.

Louise colocou a mão na minhas costas e a lateral do seu rosto se posicionou no meu ombro. Nós dois ficamos vidrados no bebê dormindo serenamente no meu colo.

Lou suspirou como se quisesse ficar ali pra' sempre no mesmo momento que Davi respirou profundamente, se afundando nos bons sonhos.

Meu corpo relaxou ali. Estranhamente desejei ficar preso naquele momento pra' sempre também.

 Estranhamente desejei ficar preso naquele momento pra' sempre também

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Eu não aguento esses três juntos. 🥹

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NEGOTIATING A BABY
Raphael Veiga
Posted in March 4, 2024.
@littlellara

NEGOTIATING A BABY • RAPHAEL VEIGAOnde histórias criam vida. Descubra agora