V (Parte 4)

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As chamas ficaram à nossa volta e queimavam forte.

— Estás aqui à frente de todos para julgarmos as tuas atitudes. Prometes responder com sinceridade a todas as questões que te pusermos sem enrolamentos e sendo direto? — disse Jonathan.

— Juro pela minha honra que vou dizer toda a verdade e só a verdade, sem enrolar e serei direto. — Prometi.

— Muito bem. Aviso já que estas chamas são chamas da verdade, caso minta elas vão dar sinal. Foi acusado de destruir propriedade escolar. É verdade? — informou Jonathan.

— Sim senhor. — respondi.

— Porque razão o fez? — perguntou Jonathan de maneira informal.

— Porque Xavier e o Rui puseram um encantamento de impedir de sair da sala, de ilusão de ótica e depois quando já estávamos presos decidiram que tinham de pôr um encantamento de calor sufocante na sala que quase nos matou a todos. — respondi.

— Que provas tem sobre isso? — perguntou Jonathan olhando-me nos olhos.

— As provas de todos naquela sala e também das pessoas que chegaram à porta. A Isabella estava lá e quando tentou entrar na dá-la foi tirada para trás, foi aí que retirou o encantamento e viu-nos a todos na sala. Acredite, não sou de andar por aí a destruir propriedade alheia. — respondi com sarcasmo.

— Alguém que se queira chegar a frente e depor pelo Tobias a comprovar o que se passou? — perguntou Jonathan, ao que todos os alunos levantaram a mão. — Alguém dos mais velhos? Isabella?

— Sim, quero depor por eles. — disse Isabella. — Eu percebi que se passara algo quando a porta voou na minha direção e quase me arrancou a cabeça. A verdade é que eles todos estavam presos na sala e não conseguiam sair. Mas nenhum de nós viu quem os prendeu.

— Obrigada Isabella. Na tua opinião, era necessário a destruição da escola? — perguntou Jonathan.

— Era preciso a porta. O teto não, no entanto, quando eu tentei entrar na sala fui atirada para trás o que significa que o poder deles fez ricochete e explodiu o teto. — respondeu Isabella. — Eu declaro-os inocentes nessa parte.

— Obrigada Isabella. Foi exatamente isso nós só queríamos atirar com a porta para fora, mas como a explosão ricochete ou para nós só tivemos tempo de nos proteger com a mesma bolha de energia que usamos no outro dia e essa bolha ricochete ou para o teto. — expliquei eu.

— Muito bem... Eu e os líderes vamos debater sobre a decisão a tomar. Podem-se sentar os dois. Obrigada. — pediu Jonathan e piscou-me o olho.

Eu sentei-me ao lado de Richard que disse:

— É injusto se te castigarem, estavas a lutar pela nossa vida. Era suposto fazermos o quê? Deixarmo-nos morrer? Injusto.

— Eu sei que é. Se for castigado quero ver o que vou ter de fazer... — respondi receoso.

Os líderes acabaram de falar e fui chamado novamente ao centro.

— Os líderes decidiram que Tobias ficava ilibado das acusações de destruição de propriedade alheia. Agora vamos ao segundo caso, apresentação de queixa por parte de Rui contra Tobias. Cheguem os dois aqui à frente por favor. — pediu Jonathan de seguida.

Levantei-me novamente e fiquei lado a lado com Rui que me segredou:

— Livraste-te da outra queixa, mas desta não te livras.

— Tobias, é verdade que deu um murro no estômago de Rui repentinamente? Sem provocações? — perguntou Jonathan com uma expressão séria.

Eu respirei fundo porque sabia que não valia a pena mentir e declarei-me como culpado na situação.

— Não, senhor. Dei-lhe um murro porque ele disse que pensava que se ia livrar de nós, mas que nós nos conseguimos safar e que isso só fazia com que ele continuasse a tentar. Ele disse que nos queria ver todos mortos e depois começou a dizer que eu era um pintainho saído da casca, e eu só lhe quis mostrar o quão saído da casca conseguia ser. — respondi seco.

— Arrepende-se do que fez? — perguntou Jonathan e quando olhou para mim, parecia sentir o olhar dele a penetrar-me, mas não fazia diferença, prometera não mentir e não o ia fazer.

— Não. Ele mereceu, ele faz bullying juntamente com o grupinho de anormais dele contra os mais novos só porque podem. Alguém tinha de mostrar-lhes que não podem fazer tudo o que querem sem sofrer consequências. — respondi com confiança.

Os alunos mais novos aplaudiram o que eu disse e isso deu-me força.

— Posso ser castigado, mas ao menos defendi quem não o consegue fazer, porque três contra um é impossível de se defender sem ficar amassado. — Continuei com coragem.

— Muito bem. Podem sentar-se. Vamos deliberar novamente. — Concluiu Jonathan com um suspiro.

Sentei-me ao lado de Richard que disse:

— Muito bem! Vais ser acusado neste. Está na cara isso.

— Falei de coração e disse a verdade que foi o que me pediram para fazer. Se não o tivesse feito iria quebrar o meu juramento. — respondi a pôr fim na conversa.

Os líderes acabaram novamente de falar e eu vi na cara de Jonathan que as coisas não iam ser nada a meu favor.

— Quero chamar aqui ao centro o Richard, Tobias, Rui, Xavier, Rúben e Micael.

Todos nos levantamos e dirigimos para o centro da sala.

Maya estava de olhos postos no Micael e reparei que ele também olhava fixamente para ela.

— Os júris decidiram que para aprenderem com os vossos erros vão ter TODOS de trabalhar em equipa. Vão fazer limpezas, vão trabalhar nas cozinhas entre outras coisas que vos for pedido. Quem não cumprir vai fazer tudo sozinho. Estamos entendidos? Têm de aprender a lidar uns com os outros. — disse Jonathan a apontar para cada um de nós enquanto falava.

Eu sentia a desilusão de Richard no meu peito, mas fiz-lhe sinal para ficar quieto.

Micael não reagiu só ficou a olhar para Maya.

Xavier e os restantes começaram a falar e as chamas começaram a aumentar com todas as mentiras que diziam.

— Se fosse a vocês calava-me antes que as chamas vos consumam. — advertiu Jonathan. — Podem ir sentar-se imediatamente. Há mais coisas a tratar. — concluiu Jonathan dando por encerrado o nosso julgamento.

 — concluiu Jonathan dando por encerrado o nosso julgamento

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Concordam com o desfecho do julgamento?

O que será que ainda há para tratar?

Rui pensava que só Tobias ia ser castigado mas afinal foram todos.

O que será que se passa entre o Micael e a Maya?

Os Irmãos De Sangue: Um Encontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora