Resumo: Nobara infelizmente foi atingida pelo ataque de Mahito, e ficou em coma por 2 meses. E tudo o que ela quer depois de acordar, é o conforto da sua namorada Kaori.
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Manhã de uma quarta-feira. o relógio insiste em me acordar 6:30, mesmo sabendo que eu nunca acordaria em um horário assim. Faz 2 meses que o amor da minha vida se encontra em coma. E o motivo? Shibuya, aquela maldita estação quase tirou ela de mim.
O horário que tudo aconteceu? Sendo sincera, nem me lembro. Eu só sei que a visão que tive foi assustadora. Sinto até hoje os calafrios e arrepios só de imaginar aquilo novamente. E a cena em questão? Nobara Kugisaki, deitada no chão, com um olho pra fora. Qual é esse olho? Não sei, e de verdade, prefiro não saber.
Nem ao menos sei quando ela acorda, os médicos preferem não me falar nada. Eu só sei que ela está viva, respirando por aparelhos estranhos e que fazem 'plib' a cada segundo. Ela não sabe, mas sempre vou visitá-la. É o meu passatempo favorito.
Inclusive, nesse exato momento eu estou ao lado dela. Ao lado de Nobara Kugisaki, segurando sua mão, em uma forma de conforto praticamente inexistente. Itadori não tem coragem de visitá-la, ele diz que a culpa é dele. Sinceramente, não gosto muito dessa versão da história. Eu só gosto da versão em que Nobara se sacrifica pelos amigos, mesmo sabendo que ela está viva.
Às vezes no silêncio da noite, eu imagino eu e Nobara. Como duas lindas garotas adolescentes simplesmente aproveitando suas vidas. Saídas para bares, shoppings, pousadas, viagens inesquecíveis, hotéis e toda aquela coisa clichê. Eu amo imaginar isso... faz eu me sentir completa. Nem que seja por alguns momentos.
Dou um beijo na mão de Kugisaki, apoiando minha testa ali em seguida.
- Meu amor... eu sei que pode me ouvir... por favor, volte pra casa. Itadori não aguenta mais se culpar por achar que matou você. Nem eu aguento mais ver ele tão triste e cabisbaixo. Megumi nem ao menos vem aqui, ele é outro que vive de cara fechada, nada fora do normal, mas hoje parece diferente. E o Sensei Satoru? Nem me fale... ele foi selado. Ninguém tem notícias dele ou do seu paradeiro. Kenjaku está com ele nesse momento, e está tudo muito complicado. E voltar pro seu dormitório, e sentir o seu cheiro em todo o lugar, sem poder te tocar ou beijar é muito ruim... - Falo com a voz trêmula e embargada, apertando a mão de Kugisaki com mais força.
Não dá mais, é simplesmente impossível segurar toda essa dor sozinha. Chorar nos braços de Kugisaki é a melhor coisa que eu poderia fazer nesse momento. Mas não tem como eu sentir o seu cafuné e suas palavras de conforto. Eu só pareço uma criança chorando, precisando urgentemente de cuidado e carinho.
Enterro meu rosto no peito de Kugisaki, ainda agarrando sua mão. E é lá onde eu começo a chorar, chorar, chorar... não tem previsão pra acabar, não tem fim. É um choro de agonia, de tristeza e principalmente saudade. Saudade de abraçar Kugisaki e ouvir ela falar "minha garota!". Com aquele jeito animado e fofo que só ela têm. Eu quero ela, quero muito. Quero abraçar ela de novo, beijar sua boca, fazer tudo com ela.
