Capítulo quatro

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O pai de Salazar se chamava Almus e a mãe, Anver. Eles morreram no mesmo dia e não tinha nem mesmo uma frase no túmulo dos dois, apenas as datas de nascimento e morte.

Ajoelhamo-nos no chão e faço as reverências da minha cultura, mas quando terminei, Salazar me olhava.

_ O que foi? - Deu de ombros. _ Minhas reverências foram demais?

_ É a sua cultura e respeito isso. - Segurou minha mão e olhou firmemente para os túmulos. _ Mamãe e papai, tem anos que não venho aqui... - Sorriu maligno. _ Ainda sinto seus corações pulsando nas minhas mãos, mas hoje não vim falar do dia mais abençoado da minha vida, apenas vim aqui para apresentar a minha futura esposa.

_ Olá! - Digo ansiosa. _ Me chamo Auryn, e é um prazer conhecer vocês.

_ Não sinta, querida, se eles estivessem vivos, eles não teriam gostado de você. Mesmo se você fosse sangue puro, eles odiariam seu país, seus costumes e sua cultura.

_ Então, agradeço por ter matado eles. - Levantamo-nos. _ Já vamos? - Concordou e saímos do cemitério.

Saímos da casa e vejo que tinha uma igreja bem no final da rua, com sinos, pinturas nas paredes e vitrais belíssimos.

_ Aqueles vitrais estão contando a história dos três bruxos presenteados pelas relíquias da morte? - Entramos na igreja.

_ Sim, todos aqui são fascinados por essa história. - O vejo rodar um anel em seu dedo.

_ Escutei essa história no barco e senti vontade de encontrar as relíquias.

_ Você acha que elas são reais? - Concordei.

_ Somos bruxos e é isso que deveria ser impossível. - Um padre nos avistou e sorriu quando viu Salazar.

_ Salazar! - Veio até nós. _ Quanto tempo, meu menino, e essa seria? - Olhou-me de cima a baixo.

_ Minha futura esposa. - Sorriu, alisando minha mão. _ Quero me casar ainda hoje, será possível?

_ Hoje? Não é muito cedo? - Riu nervoso.

_ Quem decide se é cedo ou não, sou eu. - Vejo o padre ficar pálido.

_ Claro, por favor, me acompanhem. - Andamos um pouco até chegarmos em uma sala bem espaçosa. _ Querem beber, ou comer alguma coisa?

_ Não, obrigada. - Sentei-me em um sofá, e Salazar se sentou ao meu lado.

O homem pegou um livro na prateleira e o colocou na mesa de mogno, me fazendo apertar os dedos de Salazar.

_ Está nervosa? - Concordei. _ Não se preocupe, não irei traí-la ou procurar carinho em outro lugar, como alguns fazem.

_ Agradeço por fazer isso.

_ Isso é minha obrigação. Claro, não posso dizer que a amo no momento, mas irei respeitá-la.

_ Serei uma boa esposa para você, Salazar, apenas tenha paciência comigo.

_ Sempre. - Beijou minha testa e o padre tossiu, chamando nossa atenção. _ O que foi? - Foi ríspido.

_ Encontrei o livro Slytherin, podemos fazer a cerimo...

_ Não quero cerimônia, quero apenas assinar meu nome nesse livro e estar casado com Auryn.

_ Mas... Senhorita, você concorda com isso?

_ Concordo, é muito cansativo ter uma cerimônia apenas para nós, mas se tivesse outras pessoas, gostaria de ter uma cerimônia, porém, não de sua religião, mas da minha. - Foi compreensivo.

Endeusado ~Salazar Slytherin~Onde histórias criam vida. Descubra agora