(ATO I) Cap. 5 - Rhaena.

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Algumas horas depois

Após o susto daquela situação, Baela e Marilyn finalmente se encontraram. O piquenique planejado havia sido arruinado, mas Marilyn, com sua típica alegria, decidiu consolar a amiga de outra maneira. Ela a levou para sua casa, um lugar que Baela nunca havia visitado antes. A pequena moradia era simples, mas aconchegante, projetada para abrigar no máximo quatro pessoas. Tudo estava bem arrumado e cheiroso, com uma decoração encantadora. Baela olhou ao redor, maravilhada, e pensou: "Quero morar em uma casa assim..."

No entanto, não pôde deixar de notar que algumas portas estavam com as trancas quebradas. Ainda assim, o ambiente exalava uma sensação de acolhimento.

— O que gostaria de fazer? Temos tempo até as 17:00. — perguntou Marilyn, pausando o filme quando percebeu que Baela não estava animada.

— Eu não sei... — respondeu Baela, e as duas se entreolharam em silêncio. Foi então que Marilyn se levantou.

Ela foi até seu quarto, e alguns segundos depois, seu pinscher subiu as escadas em busca da dona. O cachorrinho de Mary era engraçado, pequeno e extremamente bravo. Nas duas primeiras tentativas de Baela de acariciá-lo, ele tentou mordê-la e foi repreendido por sua dona.

Após alguns minutos, Marilyn desceu com uma maleta gigantesca. Dentro dela, havia várias tintas para unhas, produtos de beleza para pele e cabelo.

— Que tal uma tarde de cuidados entre amigas? — disse Marilyn, com entusiasmo, fazendo Baela sorrir genuinamente.

— Eu adorei a ideia! — respondeu Baela, e as duas começaram a transformar a tarde em uma divertida sessão de beleza e descontração.

Baela chegou em casa e já era noite. Ela se recusou a pegar carona com a mãe de sua amiga, pois sabia que ela estaria cansada do trabalho e a sua própria mãe não atendia ao telefone. A garota entrou em seu quarto e trocou de roupa, pensando no que aquela mulher havia lhe dito: "Seu filho voltará... Mas não será de seu ventre que ele sairá. Em breve, vocês se reencontrarão." Sua pele negra se arrepiou ao relembrar. Ela foi para o chuveiro, deixando que a água levasse toda a sua dor e mágoa pelo ralo.

Quando a garota emergiu do banheiro, sentiu-se tão indisposta quanto quando entrou. A situação toda a sufocava, e a única pessoa à qual poderia confiar seus sentimentos era Marilyn, sua melhor amiga. No entanto, Marilyn não seria capaz de aliviar o sufoco aprisionado em seu peito. Os pensamentos se entrelaçavam como linhas emaranhadas, e a mulher se inquietou na cama ao ouvir uma música ecoar no rádio.

"Ando por aí querendo lhe encontrar
Em cada esquina,
Para em cada olhar
Deixar a tristeza e
Trazer a esperança em seu lugar
Que o nosso amor para sempre viva."

Sua mente se fixou em seu amor, Jacaerys. Uma ânsia apertou seu peito. Ela não sabia como ele estava, se estava com alguém ou se a amaria nesta vida. As lembranças de seus beijos, do carinho dele e do jeito como suas bochechas coravam quando ela o provocava ainda a assombravam. Jacaerys foi o primeiro homem que não tinha segundas intenções com Baela; foi algo puro e ingênuo. Por isso, foi tão forte, tão intenso e inesquecível. Ela nunca o esqueceria, pois aquele homem era o homem de sua vida. Ele deveria ter sido o pai de seus filhos, seu marido, seu amigo e seu rei. Mas tudo foi-lhe tirado...

Cansada de se sentir triste, a mulher apenas olhou para o teto chorando esperando o sono vir e pensando no amor que infelizmente, teve que partir.

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