(ATO I) Cap. 13 (01) - Minha.

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A mulher passava por todos como um grande furacão, sua essência emanava caos e ódio. Baela Targaryen andava até a diretoria, após atirar uma pedra na moto de um desconhecido que a teria perseguido, o que, em sua humilde perspectiva, teria sido apenas legítima defesa.

"Eu sou quem é perseguida e sou EU quem tem que responder por isso!?" A garota pensava furiosa, tentando acalmar-se antes de entrar na sala do diretor, pois sabia que seria capaz de atirar uma mesa na cara pálida dele.

Rhaena estava ao lado de sua irmã, com a mão ligeiramente posta em seu ventre, que não tinha muito tamanho, devido ao pouco tempo de gravidez. A mais nova emanava uma calmaria, enquanto lia um livro sobre maternidade e dicas para futuras mães; seu empenho era notável.

As duas se sentaram no banco de espera, enquanto escutavam alguns gritos saindo da sala do diretor. Era comum pais discutirem com ele ou até mesmo alunos. O Sr. Herboon sempre teve problemas do tipo, apesar de costumar ter uma essência pacífica e bem molenga para um líder, na visão de Baela.

De repente, ao lado da Targaryen mais velha, sentou-se um rapaz familiar. Seus olhos roxos subiram até o rosto do menino, que a olhava com curiosidade e um sorriso animado, Gregor Beesbury.

- Sempre ficamos nos esbarrando, não é mesmo? - Ele brincou, sua voz era calma como uma melodia de ópera.

A mulher teve suas bochechas instantaneamente coradas e olhou rapidamente para o lado, nervosa. "O que diabos ele está fazendo aqui!?" Ela se perguntou. Aquele não era o melhor momento para que o rapaz aparecesse, afinal, tudo parecia estar em uma tremenda confusão.

- Sua escola não é essa. - Foi a única coisa que saiu dos lábios dela, o que o fez rir. Ele não parecia se desconfortar ou se amedrontar com o jeito rude e bruto de Baela, foi por isso que ela se apaixonou por ele em uma vida passada.

- De fato. Estava de passagem, mas vi você atirando uma pedra em um motoqueiro e tive que ver se estava bem. - Sua voz mostrava suas intenções genuínas, o brilho azul de seus olhos a acalmou lentamente.

- Desculpe, não queria ter sido grossa. - A mulher lamentou, em um tom baixo, mas que ainda assim era audível.

Rhaena, por um momento, tirou os olhos do livro e depois observou sua irmã com curiosidade, sorrindo ao ver quem estava fazendo companhia a ela. A garota raramente via sua irmã acompanhada de rapazes ou tendo algum tipo de contato com eles.

- Não vai lhe dar problemas ficar aqui? - Baela perguntou, olhando-o nos olhos; os dois estavam sentados bem perto um do outro.

- Talvez, mas eu não ligo para isso. - Gregor sorriu, pegando sua mochila e tirando um suco de abacaxi de dentro dela. - Toma, para acalmar os nervos.

- Não é o maracujá que acalma? - Ela indagou, aceitando o suco sem tirar os olhos dele.

- É... O jeito é fingir mesmo.

Ela riu, não do rapaz, mas do jeito descontraído dele de lidar com a turbulência que era Baela Targaryen. Aquilo a confortava, desde sempre. A mulher então bebeu o suco e os dois ficaram lado a lado, aproveitando o vasto silêncio.

Jacaerys chegou em casa rindo, com o rosto animado e o capacete amassado; alguns servos o acharam incrivelmente louco ou bizarro

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Jacaerys chegou em casa rindo, com o rosto animado e o capacete amassado; alguns servos o acharam incrivelmente louco ou bizarro. O homem subiu ao seu escritório e se sentou na cadeira, genuinamente feliz. Ele não sabia por que se sentia alegre ao ver aquela mulher louca.

Não era como se aquele sentimento fosse de agora, mas sim de anos. Assim que fechava os olhos, via a imagem dos dois, porém de anos atrás, antes da queda dos Targaryen. Aquilo não o assustava, afinal, sempre teve essas cenas em sua cabeça, principalmente a de sua morte, onde em sua mente passava apenas a imagem dela e de como não conseguiu cumprir a promessa que lhe fez, de voltar vivo para ela.

O rapaz já conhecia a história de Jacaerys Velaryon, o bastardo de Rhaenyra Targaryen junto a Harwin Strong. Tudo estaria se repetindo de certa maneira, apesar de ele ser conhecido como Jacaerys Velaryon III, pois já existiram muitos homens com esse nome em honra ao principal. Ele se perguntava se os outros também teriam tido as visões e os mesmos sonhos que ele. Antigamente, passava horas pesquisando nos livros sobre sua vida passada.

O próprio afirmava, de pé junto, que Jacaerys Velaryon, o primeiro, nunca teria traído sua noiva com ninguém, já que sabia de toda a verdade com seus sonhos. Ele de fato conheceu Sara Snow, mas não surgiu nenhum interesse por ela, pois o Velaryon se recusava a manchar a imagem de Baela por uma mísera bastarda do Norte.

De repente, um vento imenso adentrou o escritório junto a uma escuridão avassaladora que corria pelas paredes da sala. Jacaerys olhou para tudo de forma confusa, sabendo que deveria sair dali. Assim que correu para a porta, uma força o empurrou contra a parede da sala, prendendo-o acima do chão. A forma de uma mulher surgiu diante das sombras, uma idosa com trajes de cigana.

- Você é de fato um rapaz lerdo, Jacaerys. - A voz da mulher ecoou por toda a sala, com um agudo que fez a cabeça do rapaz arder de dor.

- Quem é você!? - Ele gritou, se debatendo tentando soltar-se do que quer que fosse que o segurava.

- Sou quem lhe trouxe à vida novamente, Jacaerys Velaryon. Não me faça ter que tirá-la. - A velha disse, soltando-o, fazendo o garoto cair ao chão. - Você precisa ser rápido, lhe dei a chance de vê-la novamente, mas isso não significa que ela terá que ficar com você.

- De quem diabos você está falando!? - esbravejou contra ela, levantando-se num pulo de raiva e encarando-a com puro ódio.

- Baela Targaryen, esse nome lhe soa familiar? - Assim que o nome da mulher foi citado, o homem avançou sobre a velhinha, sendo controlado por uma força invisível aos seus olhos.

- Se tocar nela... Eu mato você. - A velha riu, olhando para o rapaz que deixava o instinto de sua vida passada controlá-lo.

Ao estalar de dedos, ela fez com que ele se sentasse na cadeira grande do escritório enquanto ela própria se acomodava na poltrona que ficava no canto. A mulher tinha um sorriso aterrorizante em seu rosto esquelético, seus cabelos grisalhos misturados com castanho, roupas escuras e joias de prata.

- Calma, eu nem toquei nela... Direito. - O rapaz rosnava de raiva com as provocações da feiticeira. - Vim lhe ajudar, seu ingrato!

- Me ajudar com o quê!? Me amarrando e me atacando no chão!? - Ele rebateu, com raiva.

- Também, mas o foco é que você terá que se mover... Antes que tomem sua amada de você.

- 'Amada' é uma palavra muito forte. - O rapaz disse com hesitação, parecendo desconfortável.

- Não minta para mim, nós dois sabemos que você a ama, mesmo não sabendo de onde esse sentimento vem. - Ele a olhou derrotado, mas ainda raivoso. - Tem que tomar a frente, existem vários concorrentes para você.

O rapaz gargalhou, não parecendo ser ele mesmo, e sim aquele que já se foi. Olhando para a mulher com arrogância misturada com raiva. Os olhos castanhos do rapaz tornaram-se um roxo escuro, herança da antiga Valíria, mostrando ser o primeiro, Jacaerys Velaryon.

"Não adianta, querida." Ele deu uma risada estridente, surpreendentemente se levantando da cadeira em que estava preso pela magia da senhora. "Baela nasceu para mim e isso foi determinado quando ela estava no ventre de Laena; ela é minha. Não importa quantos homens passem pela vida dela, sempre terá a mim em sua mente e nós dois sabemos que, caso eu peça para que ela venha agora, ela viria."

A idosa parecia assustada com a postura da essência do homem que já tinha ido, não era normal que eles viessem à toa assim, possuindo o corpo de suas encarnações. As memórias de Jacaerys tinham assumido o seu corpo com a raiva.

- Diziam que você era calmo, Príncipe Jacaerys. - A mulher comentou, ainda sentada o olhando desafiadoramente.

"Tente algo contra Baela e vou te mostrar até onde a minha calma irá."

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Esse capítulo terá 2 partes, a segunda sairá entre segunda e terça!

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