Última vez

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Alexandre foi pego de surpresa com a pergunta da criança, mas sabia que uma hora Bruna teria que saber.

- Sim filha, ela é a Giovanna, mãe do Davi - responde e na hora pôde ver que os olhos curiosos arregalaram e piscaram rápido.

- Nossa - parece pensar um pouco - Então ela foi a sua namorada? - pergunta.

- Sim.

- Por que não é mais a sua namorada?

- Por que a gente terminou. - responde simples.

- Sim, papis, eu sei, mas por que?

- Por que... A gente estava muito triste com a partida do Davi, e vimos que nossas vidas seguiram rumos muito diferentes, não vimos mais sentido ficar juntos.

- Se o Davi estivesse vivo, vocês seguiriam o mesmo "rumo"? - ela junta os dedos em aspas.

- Não sei, querida.

Antes que a menina pergunte mais alguma coisa, o homem pede que ela vá dormir.

Já deitado em sua cama, lembranças de um passado, não tão passado assim, invade a mente do homem.

Lembrou de quando descobriram que seriam pais, o desespero que invadiu o casal. Alexandre com 23 anos, Giovanna com apenas 19 anos, ambos estudando sem trabalho fixo.

" - Alexandre, a minha mãe vai me matar - a mulher sentada em uma das cadeiras que tinham no apartamento do rapaz, estava em completo desespero, suas mãos suavam, se coração estava disparado.

- Amor, calma, vai dar tudo certo, eu vou falar com teu pai - o homem falava tentando de alguma forma acalmar a mulher.

- O que a gente faz agora, bebê? - pergunta com os olhos cheios de lágrimas - Que irresponsáveis nós somos, a gente não tem nada, como vamos sustentar uma criança Alexandre?

- Oxi, já falei que a gente vai dar um jeito, vai dar tudo certo, você vai ver, agora para de aperreiro e sossega. "

Ao se lembrar, dar risada de como ficaram desesperados quando descobriram a gravidez.

Sua mente foi nela também, como ela está agora? Será que se arrependeu?

Uma semana depois.

Alexandre e Giovanna não haviam se encontrado novamente durante a semana, a construção havia chegado ao fim, a mulher não tinha aparecido por lá. Somente no último dia da obra que ela deu o ar da graça.

- Nero. - a mulher o chama assim que o vê de longe.

- A.. oi. - responde o homem. - Achei que não viria.

- Vocês estão terminando né, queria ver, sou ansiosa, tu sabe. - responde.

- Que bom que veio Gio. - ele dá um sorriso.

Fizeram uma tour pelo lugar, a hora havia passado bem rápido.

- Nossa, ficou incrível demais cara. - fala a mulher.

- Do jeito que tu queria né. - ele dá uma risada.

Ficam se olhando por um tempo, algo que virou costume entre eles.

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