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" se a Mary acabar com ele eu faço com que Milverton não a persiga mais" ecoa a voz seca na sala de estar. O dia que brilhava tanto lá fora parecia não iluminar a divisória, sendo os olhos azuis a única fonte de luz que assombrava o lugar.

"como?" perguntou Mary sem perceber o pedido do detetive, com as mãos no coração pois o ar da sala ficava cada vez mais pesado e os olhos azuis escuros mas brilhantes.

"pensava que iria entender com esta simples frase" respondeu com deboche e indiferença.

"E-eu percebi, mas porque?" a voz falhava enquanto o peito ardia. Sherlock estava a perder a paciência.

" eu como consultor detetive, irei investigar Milverton e eliminar os documentos falsos que te acusam e que acusam John, para tal acontecer preciso que acabes com o casamento de fantochada. Percebeste?" clarificou o moreno em busca da aprovação da loira.

"Mas porquê que queres acabar com o meu casamento?" perguntou enquanto sentia a gota de suor a escorrer pela cabeça.

"o teu casamento? que casamento. Uma união forçada pelo pânico?" a presença de uma cara enraivecida jazia no rosto de Holmes.

"Mas foi ele-" Mary foi cortada ferozmente pelo o homem.

"Mulher!" disse lhe alto e em bom som fazendo a citada encolher se. "Eu não quero saber quem pediu ou deixou de pedir, já o conheço bem o suficiente para saber as necessidades dele. Não se dê ao trabalho de me explicar o desnecessário. Apenas me responda á pergunta que lhe fiz no inicio" disse contendo a vontade de lhe falar a verdade e de dizer que amava o homem e não queria nas mãos de outra pessoa.

"Mas eu o amo!" exclamou Mary "e ele tam-" interrompida de novo Sherlock prosseguido.

"ele já lhe disse que a amava?" perguntou com indiferença e com a vontade de dizer que 'Sim, John disse-me que me amava e a ti não!' Mas ele não disse, optando por ouvir a melodia surda do silencio que aquela pergunta criou.

"aceito..." respondeu tremulamente a pequena mulher. Sherlock pela primeiras vez naquela conversa sorrio. Um sorriso sádico? ou um sorriso de vencedor? Mary tentava a todo o custo decifrar aquela feição, enquanto tentava não cair perante daquela forma grutesca que Sherlock exerceu na sala.

"que bom" disse por fim depois de um tempo em que este encarou a mulher. Assim que foi dito, Mary queria fugir daquele lugar. Mas quando foi por a mão na maçaneta Sherlock se pronunciou.

"Não lhe conte isso. Absolutamente nada. E quando eu prender Milverton e a Mary acabar com ele, continue de boca fechada. O que for para ver daqui a diante vai ficar na sua memoria e em mais lado nenhum."

O dia não estava a seu favor. Estar ali era apavorante. Ao abrir a porta da sala apressadamente esta chocou com John. Ela o olhou nos olhos mas lembrou-se que Sherlock pairava dentro daquela sala, assim fazendo as pernas dela quererem correr.

"Mary esta tudo bem?" perguntou preocupado agarrando os braços dela para não cair.

"Sim-Sim, tenho de ir" respondeu apressadamente, largando-se do homem e descendo as escadas. John relutante olhou para Sherlock que o olhava de forma carinhosa mas simultaneamente sinistra.

"estranho não foi? estávamos a ter uma conversa tão calma" falou o moreno com um pequeno sorriso, não mostrando nenhum interesse em tentar esconder o seu teatrinho.

"Sherlock. O que fizeste?" perguntou John cautelosamente.

"nada" levemente as palavras saíram da boca dele, e levemente ele foi ao encontro do outro para o abraçar. Numa pequena fração de segundo Sherlock roubo-lhe um beijo e saiu da sala indo direto para o seu quarto.

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⏰ Última atualização: May 06 ⏰

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