Poemas de um Pesadelo

Entre a Cruz e a Espada

Não dá pra aguentar
Eu tô sem ar...
Não consigo respirar
Pode parecer dramático, eu sei
Mas tem coisas que não saíram como eu pensei

Seja distância do meu trono até o meu reino
Sei que toda essa mudança é parte do meu treino
Eu não consigo me ver vivendo sem receio
E a cada passo que dou pra frente, me corto por inteiro

Cada avanço, é minha sina
Em caminho a guilhotina
Se sou morto pelo passado
Ou se morro pelas ações do futuro

Não consigo pensar em nada
Minha mente em branco e eu só escrevo o que vem
Palavras ao vento e o som do trem
Levando meus sonhos e esperanças pro além

Além do meu alcance, pois é algo que eu já perdi
Além do meu controle, pois nem de mim eu tenho
Além do horizonte não tem nenhum lugar
"Bonito e tranquilo" pra ninguém se amar

Mas o que penso?
Atrás, na minha trajetória tem um vento
E esse vento trás uma brisa tão boa, eu entendo
Que nunca é bom dar um passo pra trás...
Mas chega a ser viciante

E o que penso?
Na minha frente tem um ponto intenso
Chega a ser tentador e eu sedento
Mantenho o controle que sabe, tão pouco tenho...
E voltamos naquele instante

Em que sou rendido pelo tribunal
E o mago do tempo deseja minha resposta final
Na ponta da língua, Entre a Cruz e a Espada
Diga logo Rei, como quer morrer?

Volte ao seu reino passado e reine sobre o velho povo
Faça que seja em vão todo seu desejo de novo
Quer crescer então não falhe, ou da corte seja o bobo
Mais uma chance ao vento pra você transformar em ouro

Então me chame de Anjo da Morte
Um ser único entre os homens
Nunca vi um anjo da morte curar alguém...

Então só me chame de Anjo
Deixe que pego suas dores
E comigo as carregarei pra longe

Tô com o pescoço travado
O metal está engatilhado
O fio da lâmina afiado
E eu não tô conseguindo respirar

Como eu fui perder o controle
E com sorriso, olho a corte
Cada parte de mim desejando que eu me liberte

Entre a Cruz e a Espada na encolha
Qual será minha escolha
É meu dever guiar meu povo pra prosperar
E mesmo em outra cidade
Minha sina de verdade
Está em outro lugar

Nós nos veremos lá
Quando eu ordenar
Erga-se...
E meu império se erguerá