Um Novo Imperador?

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De madrugada, pós doença
Porra não era pra eu estar dormindo?
Descansando e me recuperando do domingo?
Mas não, eu me encontro vazio nessa imensidão
E nessa claridade da luz acesa eu me sinto quente

Quente como uma pedra vulcânica
Que na hora esquenta mas esfria...
Esfria e juro que não é o que eu queria
Mas o que eu posso fazer se é isso que tá acontecendo?

É culpa de detalhes tão pequenos
Demonstração de afeto que não estão mais aparecendo
Antes eram horas e agora minutos
Daqui a um tempo o que? 30 Segundos?

A nossa diferença é a coragem de arriscar
Enquanto tu tem que pedir eu sairia sem falar
Se estivesse mal eu iria sem pensar
Cê sabe que não é mentira e eu nem preciso retrucar

A culpa não é minha e nem sua
Foi o nosso destino que chegou nesse ponto e
Desculpa
Se não pude ser quem você esperava que eu fosse
Depositou tanto em mim...
O foda é que eu apostei as minhas fichas também

É que mesmo te amando
Vou me machucando
E suportando tudo pra te ver sorrir

Te escrevo poemas
Ouço seus problemas
Enquanto os meus finjo não existir

Não ligo pra dores ou feridas
Mas você entende por que é isso que tu sente...
Uma hora vai doer
Uma hora vai doer...

Meu coração não tá mais em chamas
Ele sente feridas de espinhos
Da rosa que ele decidiu cuidar
É culpa sua, oh raposa
Por que me ensinaste a cativar?

E nesse reino tão gigantesco
É foda reinar sozinho
Mas entre ter que governar na escuridão
Ou na luz ardente do sol
Prefiro não ter meu corpo com queimação

Entenda...
O trono duplo tá se ruindo
E você sabe os motivos
A culpa não é minha que você já não me dê mais seu abrigo

Cadê toda aquela atenção de antes?
Mesmo tão perto estamos distantes
Distantes o suficiente pra eu me sentir bem
Com vozes do além

Me diga então
Como ficamos assim?
Será que foi o trabalho? A escola?
O nosso amadurecimento nos fez partir?

Você mesma pode ver
Já disse que isso te machuca e não sou quem vai escolher
Não tô pressionando nem nada mas você vai entender
Que uma hora isso vai doer...

Eu sou como um isqueiro...
Uma hora acaba o gás...
Pode ser meu último "oi"
Meu último poema...
Meu último "Te amo"

Do mesmo jeito que você só vai até seu limite
Eu também só vou até o meu
Do mesmo jeito que você resistiu
Eu também resisti
E assim, quando você se cansar
Eu também vou desistir

É isso, sabe?
Não é mentira, te conto a verdade
Se isso tudo acabar vai ser osso
Vai ser difícil de sair do fundo do poço
Mas eu sei que eu vou sair...
Afinal meu lugar é no topo

Todo o reino tem sua decadência
Pra se tornar algo maior
É que se for de cabeça em tudo...
Muitas vezes é pior

O diamante só é formado
Quando carvão entra em dor...
Então talvez a morte de um rei
Seja para o renascer de um Imperador...

Poemas de um PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora