𝕿𝖗𝖎𝖓𝖙𝖆 𝖊 𝖀𝖒 𝖉𝖊 𝕺𝖚𝖙𝖚𝖇𝖗𝖔

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31 de outubro, o dia das bruxas, o samhain, era um dia simbólico para a sociedade mágica. Um dia que representava o lado mais sombrio e sensível da comunidade, a morte. Ir e vir entre os mundo era perigoso, mas completamente tranquilo em um dia como aquele.

Também era uma data notavel para Harry Potter, sim sim, ele detestava aquele dia com todas as suas forças. Primeira vez que o comemorou, seus pais foram mortos em sua frente, acho que foi assim que a maldição foi marcada. Da segunda vez, um troll fedido invade Hogwarts, e ele basicamente salva o dia sem mais mortes.

Da terceira vez ele não teve sorte, e agora ele passava em frente ao memorando que foi construído para Ginny e Tracey. Uma linda estátua de bronze, de uma garotinha segurando uma vassoura e a outra sentada lendo.

A morte de uma criança era absurdamente dolorosa.

Em silêncio, ele observou os testralios trotarem perto dele, logo anoitecer e ele iria começa o ritual. Talvez ele esteja se sentindo muito melancólico em uma época tão dolorida, mas preferiu se retirar na companhia de quem era mais próximo do assunto antes do ritual.

Um pequeno testralio deitou a cabeça em seu colo, eles era doces, principalmente os filhotes, uma delas havia acabado de dar cria e estava deitada do outro lado da clareira, observando os 5 bebês trotarem. Harry sorriu enquanto acariciava a cabeça do pequeno filhote, amor de mãe era uma coisa linda de se ver, o orgulho pelas menores coisas.

Engolindo o nó em sua garganta, o herdeiro Potter se pôs a meditar, naquele verão ele havia criado o hábito de meditação, o que fez muito bem para o seu problema de raiva e de concentração. Também o ajudava a tirar as coisas da cabeça, e analisar a situação como um todo e suas variáveis.

O último ritual lhe veio a mente, Pansy havia o explicado que é normal as memórias dos rituais serem turvas e confusas, pois estavam em outro plano astral. Mesmo assim, ele esqueceu de muita coisa dita, demorou semanas para que ele enfim conseguisse se lembrar mesmo de coisas básicas, sua amiga o garantiu que isso sim era estranho.

Aquilo o deixava tenso, esquecer de coisas importantes. Blaize questionou sobre a chance de alguém ter mechido com sua mente, uma longa palestra sobre o porque ele deveria usar os anéis de Herdeiro e sobre Legillimentes. E bem, o retinto levou uns bons tapas de Dray, por mais o preocupar do que o ajudar.

A lembrança levou um sorriso aos lábios do de olhos verdes, ele sabia que não poderia mais negar seu carinho por aquelas pessoas. Olhando para trás, ele vê como tem evoluído, e sorri sobre como as coisas tem caminhado.

As pessoas costumam evitar ele ao máximo, seu humor terrível e seu temperamento desastroso tendem a afastar pessoas. Hazz nunca foi muito de amigos, mas estava bem só com a sua família. Olhando para a situação como um todo, ele agradece muito por ter encontrado pessoas como ele, e que o amam do jeito esquentado que ele é.

Um sorriso menor, um pouco mais melancólico, mas ainda um sorriso, surgiu em seu rosto. Naquela noite ele iria rever seus pais, eles eram pessoas incríveis, e foram extremamente compreensívos com toda a sua raiva. Ele ainda se lembra do tanto que chorou, lamentando com toda a sua alma que eles não estavam vivos, eles teriam sido ótimos pais.

Ele riu quando o bebê testralio moveu a cabeça, em sua meditação ele esqueceu de continuar o carinho. Os centauros olhavam de longe o pequeno salvador, envolto da coisa que mais havia o acompanhado na vida: a morte.

O jovem Potter possuía uma beleza mórbida, ele era mediano, com um corpo sendo construído lentamente em saúde. Os traços eram marcantes, com coisas específicas que se destacavam, o maxilar que oscilava entre pontudo e quadrado, o nariz reto e descrito, os lábios finos e bem pigmentadas. Sem dúvida os cabelos negros e baguncados eram chamativos, mas os olhos eram assombrosos.

Rodeado por testralios, o bruxo parecia um presságio de morte, um arauto da morte. A pele morena e as cores vivas de sua persona sem dúvidas faziam um contraste com o ambiente, com a iluminação se tornando escassa ao entardecer, as árvores assustadoras, os esqueletos de cavalos e suas asas ossadas. Tudo isso montava uma bela pintura a óleo, que sem dúvidas causava um frio persistente na boca do estômago.

Mais tarde naquela noite, Harry se sentaria com os amigos para jantar, ele comeria apenas carne vermelha, sem nenhum acompanhamento como parte do ritual. Brincaria com seus amigos na mesa da Sonserina, rindo da cara dos fofoqueiros quando Daph beijasse sua bochecha, e encostando no ombro de Blaize silenciosamente, enquanto esperava a comida digerir.

Se sentaria em círculos para o ritual, ouviria Pansy cantar em Latin os encantamentos, e pensaria em como sua amiga era apaixonada por rituais mágicos. Apertaria a mão nervosa de Dray, pois ele sempre fica nervoso quando sente a presença da morte.

E então acolheria o escuro.

Seus olhos se abriram para estar em um jardim bonito, sua mãe servia uma mesinha de jardim enquanto seu pai cuidava das flores. James era um ótimo jardineiro, e amava cultivar lírios e tulipas no jardim, sempre de alta astral com suas piadas ruins sobre Lili ser sua flor favorita.

Os cabelos ruivos de sua mãe se destacariam, brilhando como fogo, e ela o acolheria em um abraço caloroso. Ele sempre iria respirar fundo e retribuiria com força, rindo quando a mulher começasse a dizer sobre sua saúde.

Harry diria sem hesitar seus medos, os acontecimentos e as coisas que andavam acontecendo. Quando citasse o grim, seu pai cairia na gargalhada

"Um presságio de morte é divertido?" Hazz perguntou secamente, desacreditada da risada.

" Não estou acreditando que Trewlaney fez alguma coisa que preste, apenas foi mal interpretado" James riu com facilidade e empurrou leve e carinhosamente a esposa " Me deve uma torta de melaço, te disse que um dia ela iria prever algo que valha a pena".

Lilian revirou os olhos categoricamente, antes de explicar ao filho: "Seu pai, Pedro e Sirius se tornaram animados ilegais no quarto ano, para ajudar Remos com as transformações. O animado do seu padrinho é um Grim, provavelmente foi ele que você viu nas margens do lago"

" Falando nisso, Monny se aproximou de você?" Seu pai perguntou, com sua mania de se inclinar para frente.

" Não muito, quero dizer, quando estava vindo para Hogwarts, os dementadores revistaram o trem em busca do padrinho. Por sorte eu estava dormindo na hora, apenas senti um pouco de frio mas não cheguei a acordar, desde então os evito como pragas. O professor Lupin me questionou sobre eles, mas eu não tinha nada a dizer sobre aquelas coisinhas irritantes "

Suspirou passando as mãos no cabelo, aquilo o deixava frustrado, mas não forçaria uma aproximação. Se lupin quisesse falar com ele, Harry estaria sempre aberto.

" Moony é meio fechado, e tende a se autodepreciar, ele pode se sentir culpado por não fazer parte de sua criacao. Apenas seja paciente, meu amor" A voz de sua mãe era calmante para todos os seus nervos.

" Essa definitivamente não é uma habilidade que está no DNA Potter" Harry e James responderam juntos, com sorrisos parecidos.

Voltar para o mundo dos vivos trazia im sentimento agridoce, um sentimento reconfortantemente doce no céu da boca, e uma saudade amarga em baixo da língua. Mas sempre terminaria com ele em uma cama com seus amigos, agora mais velhos, eles ampliaram para caberem. Ele lentamente se aconchegou entre Draco e Pansy, caindo no sono.

Pela manhã, ele suspirou cansado, seu padrinho havia invadido a torre da Grifinoria, e Hogwarts não o daria paz tão cedo

𝕽𝖊𝖇𝖊𝖑𝖉𝖎𝖆 - 𝕳𝖆𝖗𝖗𝖞 𝕻𝖔𝖙𝖙𝖊𝖗Onde histórias criam vida. Descubra agora