𝕾𝖆𝖒𝖍𝖆𝖎𝖓

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Outubro chegou, e com ele o Halloween estava ali, a escola decorada com abóboras que os alunos fizeram nas aulas de herbologia e velas coloridas flutuando. Os fantasmas estavam animados com a data, Barão sangrento estava até mesmo mais falante. As folhas laranjas e o inverno humido da estação.

Os gêmeos Wesasley estavam pregando o seu famoso "doces ou travessuras", o que fez o grupo de Sonserinos andar sempre com barras de caramelo estica estica no bolso. Os ruivos pareciam gostar deles e os deram um spray de aranha que fazia com que teias gosmentas se enrolassem nas pessoas sem que elas pudessem sair.

No caso eles deram munição para o capeta, e no fim da manhã os 5 estavam com sacolas lotadas de doces.

O dia ocorreu relativamente pacíficos, pelos gêmeos gostarem deles - lê-se do Harry, os outros apenas ganharam eles pelo humor -, as pegadinhas não se estendiam a eles. Então foi relativamente calmo e cheio de doces.

No banquete, eles comeram tranquilos, o de cicatriz um pouco mais silencioso do que o normal. Ele pensava em seus pais mais do que antes, antes ele não via necessidade de pensar em pessoas que nunca conheceu e que morreram a tanto tempo. Talvez seja por tudo que ele anda escutando, mas saber mais sobre de onde veio, saber sobre seu maneirismo e sua aparência, isso deu a ele mais sensibilidade.

Então ele comeu em silêncio, seus amigos disseram que depois da ceia eles iriam praticar o ritual do Samhain e tentar entrar em contato com seus pais.

Estava tudo silencioso, mas Hogwarts não dá paz. Isso é provado quando um grito corta os corredores quando eles estão voltando pra casa deles, como reação mais óbvia, eles seguiram ignorando. Tinham um compromisso importante para fazer, amanhã eles descobriram o que aconteceu.

Os 5 subiram para o quarto das meninas, onde tudo estava pronto para eles começarem o ritual. Pansy iria liderar, sendo especialmente acostumada em fazer o ritual sozinha.

E então o canto em latim começou, enquanto ela acendia as velas pretas e laranjas, a magia começou a dar sinais ao redor deles, era curiosa e mantinha se apenas distante. O caldeirão foi posto em frente a lareira, junto da maçã e da romã, o canto foi continuado enquanto ela cortava as frutas em 6 pedaços, colocando um pedaço dentro do caldeirão e o resto distribuído. Ela pediu permissão para a Lady Magic e a Lady Morte para que eles pudessem comer do fruto delas, e a magia rugiu em permissão.

A mistura da romã e da maçã eram uma combinação de fato estranha, mas ele não reclamou, e mastigou e engoliu em silêncio. O canto foi ficando mais alto e forte a medida que a magia densa os envolvia, e Harry se permitiu tombar um pouco e ignorar as pernas dormentes de tanto se ajoelhar.

Eles escreveram em papeis os nomes das pessoas amadas, suas preces, suas saudades em silêncio. E quando Pansy colocou os nomes no caldeirão, junto das frutas e da cera de ambas as velas, tudo escureceu.

Não havia mais o tapete felpudo da Sonserina aos seus joelhos, mas sim um piso frio de pedra. Seus olhos se abriram para ver que estava em uma biblioteca enorme, com janelas gigantes, um teto enorme, prateleiras gigantes e milhares de sofás e livros por todos os cantos.

" Sua mãe e eu gostamos de livros, ela por amor e eu por praticidade " Uma voz grossa veio do lado de Harry que se levantou instintivamente.

Ele quase caiu, mas o homem meio que o segurou, então seus olhos verdes olharam a figura ao seu lado.

Harry sentiu que se olhava no espelho.

Os cabelos baguncados em um preto corvo como os dele, os óculos redondos escondiam as irias castanhas claro que eram brilhantes em malícia. Ele era alto, era forte, tinha a mesma pele bronzeada, os mesmos traços duros e marcados, o mesmo nariz de príncipe e os mesmo sorriso malandro.

" Pai..." foi um sussurro, foi baixo de mais, Harry nem sabia se ele realmente tinha usado sua voz.

" Ele é mais rápido que você, amor" A voz doce e esperta veio da porta, o mais novo se virou tão rápido que até tonteou.

A mulher riu, ela tinha uma pele pálida, um cabelos vermelhos, não eram ruivo como os Weasley, era um vermelho vinho e muito marcante. Era um contraste bonito com os olhos verdes e as sardas leves pelo rosto.

Seus olhos verdes, e as mesmas sardas que ele tinha pelo o corpo.

" Mãe " Ele chamou, seu peito se apertando e se soltando.

" Acho um absurdo eu te crio por nove meses na barriga, pra você vir a cara do seu pai e p da vida igual a ele " Ela reclamou enquanto caminhava até ele, as botas de camurça fazendo barulho no chão de pedra.

" Mas me disseram que eu puxei sua inteligência, e seus olhos" Ele disse com um sorriso malicioso, mesmo que estivesse um pouco tímido.

Lilian chegou até eles, e olhou para os homens da sua vida, antes de puxar o mais novo para um abraço. Morreria por seu filho um milhão de vezes, mas ela sentia tanta falta dele, e ver como ele encontrou pessoas que o amavam a deixava feliz e triste pela situação.

Foi apenas um abraço, um abraço e Harry James Potter se desmontou em lágrimas. Porque não existia um abraço melhor do o que de sua mãe, e pela primeira vez ele lamentou tudo o que aconteceu, ele sentiu falta de seus pais.

E então os 3 se sentaram em um sofá e conversaram, contaram sobre tudo naquela noite, contaram que observavam ele de longe. Entenderam que ele estava com raiva, sozinho e com fome, e ele chorou de novo.

Contaram sobre seu padrinho, preso injustamente, contaram sobre Remus Lupin, contaram sobre Severus. E o mais novo ouviu pacientemente, como tudo parecia ter sido manipulado para que eles chegassem em outro lugar.

Harry também falou, falou sobre seus irmãos, sobre seus amigos, sobre tudo. E eles ficaram ali, juntos como uma família. Eles o contaram que tinham quadro deles, na antiga mansão Potter e que ele poderia pegar eles e levar para a mansão Zabini.

Seu pai era uma pessoa divertida, James era escuro magicamente, poderoso, selvagem, brincalhão, carinhoso, cuidadoso e idiota. Lilian era calma, sagaz, esperta e com o humor mais ácido do mundo.

Acima de tudo, eram seus pais, e ele se sentia amado.

E quando ele acordou, seus pernas estavam dormentes, seu rosto estava humido e ele sentia saudades de seus pais. Mas também se sentia feliz, se sentia completo.

Ele se arrastou para a cama de Daphne, onde ela estava acordada e enrolada nas cobertas, os outros ainda estando desmaiados.

" Como esta?" Ela perguntou, fazendo carinho nos cabelos escuros e um pouco suados.

" Feliz, com saudade, leve" Ele ditou, deitando e se aconchegando no toque da loira. " E voce?"

" Fui ver minha irma" ela disse com olhos repletos de saudades " nasci com uma irmã gêmea, mas ela morreu quando tinham 2 anos, varíola do dragão "

" Eu sinto muito, Daph" Falou abraçando a loira.

" Me sinto feliz, gosto de conversar com a Dai" Disse em um sussurro, se aconchegando no amigo " Vocês teriam adorado ela"

" Sei que sim"

E eles ficaram em silêncio, adormecendo lentamente, sentindo quando seus amigos se juntaram a eles em um bolinho de amor. Cansados, felizes e melancólicos, eles dormiram juntos, sabendo que estavam olhando por eles.

Sem saber que de manhã, Hogwarts estaria caótica

𝕽𝖊𝖇𝖊𝖑𝖉𝖎𝖆 - 𝕳𝖆𝖗𝖗𝖞 𝕻𝖔𝖙𝖙𝖊𝖗Onde histórias criam vida. Descubra agora