Beijo esquisito

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Assim que Alastor abriu as portas do hotel, quase foi derrubado por Nifty, que correu em volta de suas pernas compridas.

– Você chegou, Rei Pulga! – a pequena gritou, rindo maleficamente

– Desculpe a demora, caros convidados! – o avermelhado cumprimentou, mas logo foi interrompido por uma onda de gargalhadas.

Lúcifer estava transformado em uma pulga, pulando em suas orelhas. Alastor sentiu uma imensa vontade de mandar a pequena faxineira perfurar o outro Demônio, porém, sabia que se arrependeria mais tardar. Ele apenas deu um peteleco na falsa pulga, lançando Lúcifer longe.

– Ops! – ironizou, sorrindo ao ver o homem voltar a sua forma, com a cartola caída ao seu lado.

– Seu merda, você vai ver mais tarde!

Angel fez um som meio sugestivo após a fala do loiro, fazendo o mesmo bufar em irritação. Odiava ser mal compreendido por suas alegações inocentes de duplo sentido.

– Valeu a pena pelo rei pulga – Lúcifer soltou um pequeno riso, que ficou registrado na mente de Alastor.

“A risada verdadeira dele deve ser linda de se ouvir” pensou, apertando seu bastão microfonado, “tenho que fazê-lo rir para mim…”

– Aí que bagunça! – Charlie resmungou, assumindo sua pose de chefe – Nifty, você serviu a comida? Husk, preparou as bebidas? Angel, guardou as drogas?

Todos foram dando suas respostas, mostrando o que haviam preparado para a festa. Lúcifer parou para ler o cartaz e sorriu sapeca, “Alastor desencalhar é o verdadeiro milagre”.

– Sua fama aqui é impecável, senhor gerente – o loiro zombou, dando um leve empurrão no avermelhado.

– Angel é uma criança complicada, apenas. – o mais alto respondeu sem jeito, querendo rasgar o cartaz.

– Complicada é elogio… – Veggie brincou, recebendo dois pares de dedos do meio vindo do menino aranha.

Em um primeiro contato, Charlie obrigou todos ali a parabenizar o mais novo casal, fazendo uma pequena palestra sobre amor verdadeiro. Não passou despercebido pela loira a troca de olhares entre Husk e Angel, entretanto, Veggie não permitiu a mesma de surtar e mandar os dois se casarem.

Serpentius estava meio tímido no meio de tudo aquilo, mas foi o primeiro a cumprimentar Lúcifer com uma continência, fazendo o loiro se sentir poderoso novamente. Depois veio Nifty, que puxando sua jaqueta, perguntou se ele queria ver sua coleção de insetos mortos, o que obviamente foi negado de prontidão.

– Até que é fofo, dá vontade de comer. – Alastor opinou, balançando os ombros.

– ECA! – Angel gritou, se afastando do Demônio – É com essa boca fedida que você beija o Rei do Inferno?

Todos ficaram em silêncio, e Lúcifer só faltou se transformar em um pássaro e fugir para longe.

– Pera aí! O Alastor..  beija? – Veggie questionou, desconfiada.

– Sim, e muito bem, não é amorzinho? – o avermelhado retrucou, pondo uma das mãos no ombro de Lúcifer.

– Ehhhh – o loiro zombou, mesmo envergonhado, não perderia a chance – Dá pro gasto, fazer o que.

– Só acredito vendo – Husk resmungou, continuando a bebericar seu whisky.

– Eu quero ver!– Nifty pediu, dando pulos de pura animação.

– Vai ficar querendo! – Lúcifer ria de nervoso, tentando se afastar de Alstor, que continuava a agarrar sua mão – Solta minha mão agora antes que você perca ele – ele sussurrou, querendo bater no avermelhado.

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