Pai e padrasto

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Alastor sorria muito ao ver que seu acordo deu certo, apesar de achar que não conseguia se apaixonar, lá estava ele amando toda a situação. Sempre que via o mais baixo, uma irritação surgia em si, mas também um sentimento extremamente único. O Demônio não sabia descrever, porém, não conseguia se ver longe de Lúcifer. “Ele é tão belo quanto minhas torturas mais satisfatórias.” pensava, enquanto sorria para suas mãos unidas.

– Okay… – Lúcifer tentou fazer uma cara de desinteresse, afastando sua mão da de Alastor – Podemos falar de limites?

– Você é tão sem graça! – o avermelhado provocou, se recompondo.

– Pelo que analisei, você é bem… descarado. Então, não ouse intervir nas minhas questões como rei, ou nas pessoais. – o loiro decretou, lembrando de sua coleção de Patinhos de borracha que tanto protegia.

– Vou propor algo também! – Alastor recordou, tinha algo a deixar claro – Sei que sou irresistível, mas nada de sexo, não curto essa banalidade.

Lúcifer corou em todos os tons de vermelho possível, se jogando contra a mesa para tapar a boca do outro. Com muito constrangimento, ele olhava ao redor.

– Não fale isso em um tom tão alto, seu pateta!

– Pateta é seu melhor xingamento? – o Demônio se divertia em irritar o outro, fugindo de suas mãos.

– Eu vou te-

O sino da cafeteria soou novamente, chamando a atenção de ambos. Na porta, uma garota sorridente de cabelos louros entrava no recinto, acenando para qualquer um que lhe desse atenção. Ao lado dela, uma outra garota de cabelos extremamente longos bufava impaciente, puxando a outra pelo braço.

– Vamos, amor! – Veggie pedia, em uma completa teimosia.

Por estarem mais afastados, o casal de garotas não os viu, indo sentar em uma mesa próxima às janelas. Lúcifer quase enlouqueceu ao ver a filha, levantando para ir correndo até ela, se não fosse Alastor segurando seu pulso.

– Não recomendo que fique entre eu e minha filha, está arriscando sua imortalidade atoa. – o loiro ameaçou, tentando soltar o braço.

– Me escuta, pai do ano. – o avermelhado ainda sorria, mesmo revirando os olhos. – Só quero que se prepare para confirmar nosso relacionamento.

– Confirmar? – ele questionou.

– Eu meio que posso ter contado a Charlie que estávamos em um relacionamento, antes de falar com você. – Alastor soltou o braço de Lúcifer, passando a caminhar sem ele.

Agora foi a vez do outro segurar o braço do Demônio.

– Você tem parafusos a menos, só pode! E se eu recusasse?– o loiro resmungou, fazendo sua típica carranca.

– Você recusou, Vossa Majestade?

Lúcifer bateu os pés no chão, se segurando para não esganar Alastor. “Como ele consegue mexer tanto comigo?” pensava, revoltado.

Vendo que tinha uma brecha, o Demônio do Rádio resolveu se divertir mais um pouco antes da farsa começar. Ele puxou seu braço fortemente, fazendo Lúcifer vir em sua direção e bater contra seu peitoral.

– Filho da pu-

O mais baixo não conseguiu ter fôlego para terminar a frase, vendo que Alastor segurava fortemente suas bochechas com sua mão direita, enquanto a sua esquerda agarrava sua mão. Soltando o toque brusco, o avermelhado acariciou as manchas vermelhas no rosto de Lúcifer, o fazendo tencionar seu corpo.

– Vamos começar a atuar, meu amor? – ironizou, gargalhando ao ver o loiro corar fortemente com o apelido.

– Eu ainda corto sua cabeça para servir com salada. – Lúcifer resmungou, tirando seu rosto da mão de Alastor, entretanto, enlaçando suas mãos. O gesto deixou o mais alto surpreso, entregando sua reação com o olhar.

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