GANANDRYA - guapoduo

Capítulo 2

Hej!!! Só para avisar que a obra está em português de Portugal, então, caso não percebam alguma palavra é só perguntar!

Vou tentar "abrasileirar um pouco" 🤓☝🏻

Caso haja algum erro ortográfico, por favor avisem

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Passa da hora do almoço quando o celular acorda Cellbit

O pesadelo que o tinha atormentado durante a noite desaparece. Ignora a dor de cabeça, e, de olhos ainda fechados, arrasta-se até à entrada do apartamento para atender o telefone

- Bom dia, Café Sweet Coffee, com ... — começa a dizer de forma automática, até ouvir uma gargalhada do outro lado, que o desperta. Do outro lado está Bagriela, a rir

- Bagi, hoje é o meu dia de folga — resmunga, passando a mão livre pelo cabelo loiro escuro

- Não parece — Bagi diz, entre gargalhadas

- O que você quer?

- Ouvi dizer que um bruxo chegou à vila — diz ela num tom de falsa indiferença. Espera por uma resposta de Cellbit, que vem na forma de grunhido — Eu disse que um bruxo chegou à vil...

- Eu ouvi da primeira vez — diz Cellbit, coçando a barba curta, que nunca desfaz, sem grande paciência para discutir assuntos de bruxaria antes de tomar um café. As palavras de Bagi, de repente, atropelam-se dentro dele. Um bruxo podia significar problemas

- Aconteceu alguma explosão de noite? Algum ferido ou morto?

- Ah, não é desses bruxos. Acho que é apenas um excêntrico que vai viver para uma daquelas casas mais modernas. Creio que da velha Gerdra

- Foi para isso que telef...

- Não — Bagi não o deixa terminar a frase — Isso foi só para fazer conversa. Preciso de ti no café. A mulher do Germán entrou em trabalho de parto antes do esperado, por isso, deixei-o ir até à clínica ver a criança nascer. Preciso de ajuda

Cellbit quase deixa cair o telefone

- A MULHER DO GERMÁN! — Agora está completamente desperto — E porque não começaste logo a conversa com isso?

- Não fui eu quem começou a conversa a falar merda — limita-se a dizer, desligando a chamada

Assim que desliga, pequenas chispas coloridas saem do auscultador. Por entre irritação, Cellbit faz uma nota mental. Quando pudesse, iria trocar a tecnologia do telefone para a eletricidade

Aquela magia de fadas ainda ia deitar fogo à parede

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O Café Sweet Coffee fica no centro histórico de Ganandrya. À direita, unido por uma parede, tem como vizinho um mercado, gerido por uma velha vampira, chamada Mercedes, bastante simpatia e capaz de falar sobre tudo o que se passa na vila. Do lado esquerdo, o café tem um pátio com meia dúzia de mesas bastante concorridas durante as noites quentes de verão

Como todos os edifícios do centro, o exterior é de pedra, preservando a fachada antiga. Respira-se cultura vampírica em cada canto,apesar de, durante as guerras travadas, os bruxos terem tentando destruir as partes históricas 

Cellbit entra pelas traseiras do café, que dão para a cozinha. A sua irmã Bagriela já lá está, profundamente aborrecida

Bagi é uma das irmãs de Cellbit, irmã gémea, e, tal como ele, tem o cabelo loiro escuro com uma mecha branca e olhos azuis

A T-shirt branca de Bagi deixa à mostra os braços cobertos de tatuagens intrincadas, que se misturam umas nas outras, como heras. Era um trabalho belíssimo, feito para esconder as cicatrizes que lhe marcam o corpo, após o incidente que lhe tinha roubado os pais, há muito tempo

O peso das cicatrizes é outra coisa que Cellbit tem em comum com ela. No entanto, prefere escondê-las com uma camisola de mangas compridas

Há dias que não consegue nem sequer olhar para elas sem que a sua mente viaje para o passado, por isso, prefere mantê-las afastadas da vista

Quando Bagi o vê, arregala os olhos e atira-lhe um avental escuro

- Obrigado por teres vindo — diz, com um tom de profundo alívio

- Está assim tanta gente? Estás parada no meio da cozinha

- Não — Bagi mete as mãos nas ancas — Só mesmo uma senhora, lá fora. Mas estava aborrecida por não ter ninguém com quem falar, por isso, vim até aqui esperar por ti

- Nem vou comentar teres-me arrancado da cama no meu dia de folga para dar dois dedos de conversa — diz Cellbit, enquanto aperta o avental — Se era para isso, dizias ao Pac

- Ele arranjou namorado — diz, parecendo emocionada. — O Fit, eles são tão perfeitos, eu não vou destruir um amor da juventude

Cellbit revira os olhos

- E, a bem dizer, nunca de sabe quando é que podem aparecer pessoas — ela diz

- Bagi, é agosto — Cellbit resmunga — Não acontece nada de extraordinário neste mês em Ganandrya — diz, se dirigindo para a porta que dava para o café

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Roier chega à sua nova casa. No entanto, não fica muito tempo a familiarizar-se com ela. Precisa de se despachar para o dia, que será atulhado de coisas para fazer. Está demasiado acelerado para se limitar a ficar a ver as vistas

Conhece a senhoria por alto, uma vampira que deve ter uns 160 anos. Combina passar por lá ao final do dia para delinear as ultimas regras da casa

Depois de um banho, Roier apanha um novo táxi para a reunião de Centro de Investigação de Magia Vampírica e Preservação Histórica de Vardedrya

Ao retornar a Ganandrya, no final do dia, tem ainda algum tempo para explorar a biblioteca, que fica no antigo castelo da vila

Depois de a percorrer, Roier sai de lá com dez livros debaixo do braço

Olha para o relógio. São 17 horas e sente fome

Ao descer a rua, repara num café chamado Sweet Coffee e nem hesita em entrar