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Miles teve uma enorme surpresa quando empurrou a porta do escritório, que já tinha se tornado seu habitual, e se deparou com seu pai, Roubert , sentado em sua cadeira diante a mesa organizada por ele. Sua mãe Carllota estava ao lado do marido, em pé, com os braços entorno da cadeira de couro preta. Quando os dois pares de olhos caíram sob ele, sua mãe foi a primeira em abrir um sorriso para recebê-lo naquela manhã ensolarada.
—Filho, aproxime-se e cumprimente o seu pai —Carllota comentou com um sorriso largo. Roubert se levantou ao perceber que seu filho se aproximava com relutância.
—Estou feliz pela sua recuperação, —Disse com sinceridade. Roubert assentiu e contornou a mesa para ficar diante de si— Como se sente?
— Completamente novo e recuperado.
Carllota sorriu ao assistir a interação deles; ela estava orgulhosa
Miles não guardava rancor ou ódio do seu pai, muito pelo contrário, ele só ficava decepcionado por algumas atitudes do mais velho. O fato de que, no início nunca apoiou o sonho de Melina era o que lhe causava uma certa intriga entre eles, a situação piorou quando percorreu a falsa morte de sua irmã após a descoberta do naufrágio, e Roubert não demonstrou remorso quando apontou o dedo na sua cara dizendo que ele era o verdadeiro culpado pela "morte de Melina e por sua falta de obediência.
Depois disso, a confiança que tinha pelo seu pai foi desgastada.
Contudo, isso não chegava perto do carinho que tinha pelo próprio pai, exclusivamente por sua família.
—E estou muito orgulhoso pelo seu esforço, filho. Estive olhando todos os documentos que deixasses separado e, não tenho o que reclamar. —Roubert ergueu um pouco da pilha de papeis diante ao seu rosto e estendeu na sua direção—, isso é seu a partir de agora.
Kister teve dificuldade de manter uma postura e esconder sua surpresa. Carllota permanecia silenciosa, os braços apoiados envolta dos ombros do seu marido enquanto sorria orgulhosa com a atitude de Roubert diante ao seu filho.
— Estive apenas algumas longas semanas e não serei capaz de comandar o restante por mais tempo.
—O que lhe impede de ocupar o meu lugar? Estou velho e permaneço reconhecendo o seu valor, por isso, quero que continue fazendo seu dever
Muitas coisas, e, ele não precisava colocar em palavras os reais motivos.
—Não posso citá-los. —Disse com firmeza. Carllota abriu um pouco os olhos, obviamente ela suspeitava.
Roubert massageou a têmpora
—Como quiser. Continuarei com minhas obrigações como barão, mas quando eu me levantar dessa cadeira pela segunda vez, não aceitarei desculpas como resposta. Então, aproveite para resolver o que tanto lhe impede de se tornar o novo barão responsável pela família.
Miles concordou. Carllota sorriu ao notar o quanto o seu marido havia mudado nos últimos tempos— aos poucos a família Kister deixaria de ter intrigas—, e ela seria a primeira a comemorar.
Quando Miles saiu e fechou a porta atrás de si, se viu perdido e sem tarefas para ocupar a mente. De qualquer forma, cuidar da renda e todos os compromissos da família Kister não era tão ruim quanto pensava, tudo era questão de tempo para se adaptar com dias cheios. E agora que Roubert lhe deu um prazo para resolver seus problemas, ele precisava focar naquela questão que tanto mexe com sua cabeça, os boatos, o maldito do Cresswell, a Srta. Huntington e o responsável que tanto deseja prejudicá-la.
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ODIADA POR UM BARÃO || LIVRO II
RomanceLIVRO II O barão Miles Kister sempre foi o responsável pela sua irmã mais nova, Melina Kister, até o momento que arranjou um marido e se mudou. Após a despedida, Miles tem que se acostumar com a casa vazia e começar a lidar com suas responsabilidade...