ℭ𝔞𝔭í𝔱𝔲𝔩𝔬𝓥

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Ela o odiava.

Miles tirou suas dúvidas quando assistiu sua reação, sua entrada no quarto foi a explicação. Se ele se importava? Nenhum pouco. Enquanto assinava e carimbava nas folhas obrigatórias, sua mãe entrou no escritório, ela parecia séria no que estava prestes a dizer

—Filho, de onde conhece aquela jovem?

Ergueu os olhos

—Floricultura. —Admitiu. Carllota balançou a cabeça, todas as peças estavam se encaixando. "Não voltarei para aquele lugar", agora fazia todo o sentido do seu mau humor naquele dia.

—Ela foi o motivo do seu mau humor? O que aconteceu filho?

—Só não tivemos um bom diálogo, apenas. —Abaixou os olhos, abriu a gaveta enquanto fingia procurar algo, na tentativa de fazer aquele assunto ser encerrado ali.

—Não tente fingir que está ocupado, Michael. Estamos falando de uma mulher que está ferida na nossa casa e que, por acaso ambos se conhecem e se odeiam.

—O que eu poderia fazer? Mesmo não me entendendo com ela, não poderia deixá-la ferida —Fechou a gaveta com força— Me sentiria culpado.

Carllota suspirou forte, ela estava tentando ser uma boa mãe e apoiar o seu filho naquela situação tão angustiante que envolvia a saúde do seu pai, obrigações e desentendimentos com mulheres era sua intenção.

—O que estou tentando dizer é ... —Deu uma longa pausa. Aproveitou esses segundos para se aproximar da mesa onde seu filho estava— Deveria ao menos se esforçar para tentar se entender com aquela jovem...

—E por qual razão eu faria isso?

—Pelo seu próprio bem.

—Seria para o bem dela. —Apoiou as mãos cerradas sob a mesa— Eu a salvei, mas foi para evitar um futuro peso na consciência —Suspirou— Ela não se passa de uma mulher que procura uma perfeição rara, sendo que nem perfeita é... —Resmungou.

—Miles Michael Kister! Está sendo muito ríspido falando desse jeito, o que deu em você? Cadê aquele homem divertido que criei?

—Ainda existe, mãe. Eu só não dou braço a torcer.

Carllota iria dar-lhe outro sermão quando a porta foi aberta. Melina empurrou e cruzou os braços, ao seu lado estava Emery, e ambos congelaram com receio delas terem escutado algo da conversa.

—Emery vai embora. —Disse a ruiva jogando um sinal para ela. Emery assentiu e se afastou dando espaço para a família— E você —Apontou para seu irmão— Vai acompanhá-la.

Carllota jogou um olhar firme para seu filho. O que fez Miles abaixar os olhos sem escapatória.

Ele não podia recusar. A tal "Emery, quem descobriu o nome agora, ainda estava em recuperação e machucada, alguém precisava escoltá-la até sua casa.

E esse alguém era o próprio Miles.

....

Durante o caminho para a casa da Viscondessa, o clima entre eles permanecia pesado. Ela estava em seu cavalo, andando um pouco mais a frente, não fazia questão de olhar para trás e verificar se ele ainda a escoltava até sua moradia.

Miles sentiu no fundo, bem no fundo que todo aquele silencio era por culpa dele, uma mulher que lhe criticou em uma floricultura sem ao menos conhecê-lo estava silenciosa demais para ser real. Então, bateu suas botas contra o seu animal para acelerar os passos e ficar ao lado da Viscondessa, sua aproximação fez com que Emery olhasse em sua direção por segundos, sua boca rosada continuava fechada.

ODIADA POR UM BARÃO || LIVRO II Onde histórias criam vida. Descubra agora