Naum 1:7

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O Senhor é bom, um refúgio em tempos de angústia. Ele protege os que nele confiam."

Verônica cooper

{Segunda feira}

Com firmeza, viro o volante para a esquerda, comprometido em seguir o trajeto que me levará até minha amiga. Ontem, notei sua ausência e a incerteza me consome: será que ela partiu na companhia do Henry ou do Romeo? A ansiedade me domina, fazendo-me ansiar por uma resposta. Enquanto dirijo, posso sentir cada curva da estrada sob meus dedos, o vento soprando suavemente pela janela aberta, criando uma atmosfera de suspense e expectativa. O desejo de perguntar sobre seu paradeiro só aumenta à medida que me aproximo do meu destino,no entanto imagino que àquela galinha está com fortes dores de cabeça

Enquanto estou ao volante, o rádio preenche o carro com a batida contagiante da minha música favorita, MC Pipoquinha! Brinco com o som, imerso na diversão, mas logo mudo para algo mais suave e cativante: as harmonias delicadas da incrível dupla Ana Vitória. Uma de suas músicas em particular me fascina, apesar de suas letras carregadas de temas polêmicos e perturbadores, elas são entoadas com uma inocência quase infantil. Cantarolo cada verso, perdendo-me na melodia, mesmo que as palavras carreguem um peso obscuro e sedutor.

"Aguei quando te vi chegar
Pensei: Meu Deus, que beijo bom deve ter
Às vezes me divirto sozinhas
Às vezes me divirto pensando em você

Eu provo do gosto que é meu e é bom
Ouço minha voz no meu ouvido
Imagino o som de nós dois juntos
Não acredito que não é real (não é real)
Que é só pensamento, mas parece tão real"

Minha serenidade é abruptamente quebrada quando um irresponsável passa em sua moto à minha frente, quase provocando uma colisão entre meu carro e o veículo vermelho que se aproximava na direção oposta. Eles agem como se estivessem em uma cena de Velozes e Furiosos, mas na realidade estão brincando com vidas e segurança. O susto percorre meu corpo, fazendo meu coração acelerar e minhas mãos apertarem firmemente o volante, enquanto uma onda de indignação cresce dentro de mim diante da imprudência alheia.

Continuo minha jornada pela estrada, cada quilômetro percorrido trazendo-me mais perto da casa pequena e acolhedora de minha amiga. Após alguns momentos, avisto sua humilde residência, envolta por uma aura de calor e familiaridade. Desligo o motor do carro e desço, pegando minha jaqueta para me proteger do frio que se intensifica, enquanto o céu carregado indica que a chuva está iminente. Cada passo em direção à porta da casa é marcado pela sensação de antecipação e calorosa expectativa, ansioso para reencontrar minha amiga e compartilhar momentos preciosos em sua companhia.

Bato na porta algumas vezes, o som ecoando pelo ambiente, antes de aguardar pacientemente. Pouco tempo depois, a porta se abre revelando uma figura pequena que me encara com tédio evidente. O olhar entediado é como uma punhalada, cortando a expectativa e a esperança que eu trazia comigo. No entanto, mantenho a compostura, esforçando-me para não deixar transparecer a decepção diante da recepção apática.

—ah, é só você.— Luna diz entediada e adentrou me deixando atordoada.

Senti-me profundamente ofendida pela recepção indiferente, e sem hesitação dei um leve tapa na cabeça de Luna, que persistia em implicar comigo. A confusão dentro de mim cresce, incapaz de compreender os motivos por trás de tal comportamento, especialmente considerando que sempre tratei-os com gentileza e consideração. Enquanto isso, Jinah surge, envolta em um avental, adicionando uma camada de tensão ao ambiente já carregado. Suas características são acentuadas pela expressão séria em seu rosto, sugerindo que algo mais está acontecendo além do que aparenta.

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