"Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará."
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Luna Kim
{Terça feira}
Não gosto nem um pouquinho da Verônica, ela é muito chata. Ontem, titia fez um bolo de cenoura perfeito pra mim e ela fez careta. Ouvi a conversa deles e uma coisa ficou presa no meu pensamento,o que significa transar?, parece com o nome trança,que é o penteado que estou usando,uma única trança com decorações e o cabelo solto.
Ontem, eu fiquei com um medo enorme, daqueles que parecem que vão explodir dentro da gente! Sabe, mamãe nunca lembra e nem gosta do Dia dos Pais. E o que é mais triste é que ela não tem papai nem mamãe. Fiquei pensando, será que ela também vai embora pra sempre, como o papai foi? Essa ideia ficou martelando na minha cabeça, me deixando ainda mais assustado.
Todos os meus medos simplesmente desapareceram quando senti os doces beijinhos da mamãe. É algo que eu amo tanto nela. Não importa o que aconteça, não importa se a gente crescer ou não, ela sempre vai nos envolver com seu carinho tão especial. Ela é realmente minha melhor amiga! No meio de todos os meninos e meninas deste colégio, não tem ninguém tão incrível quanto ela. Mas logo depois que ela nos deixou, a Maya, o Ryan, a Jasmin e a Vitória vieram até nós.
Maya me abraçou rapidamente e Jasmin fez o mesmo logo em seguida.—Oi meninas!— eu disse animada.—Hoje a tia Jinah me deixou trazer um vaso cheio de bolo de cenoura. Ela fez muito, está uma delícia!
— ah que bom,sabe que é meu favorito!— Maya sorri grandemente e dá saltinhos animada— hoje a prof juli disse que vamos fazer cartinhas para os pais,e vamos comer cachorro quente!
Sorri um pouquinho, mas por dentro me senti um pouco triste, pois a atividade de hoje é sobre algo que eu não tenho. Observo o Ryan e o Ravi brincando animadamente com os brinquedos que trouxeram, totalmente absorvidos na diversão. Jasmin gentilmente toca o ombro da Maya, que imediatamente comprime os lábios, como se contendo alguma emoção. Enquanto isso, a Vitória permanece em silêncio, até que decide romper o silêncio com suas palavras atrevidas.
— Maya, você esqueceu que ela não tem pai? Ela é sozinha e triste, nunca pode ter momentos legais com um pai já que o dela o abandonou—Ela disse, com um tom cheio de sarcasmo, a Vitória é mais velha, tem doze anos e está repetindo de ano por não saber ler corretamente. Fiquei confusa e magoada, porque juro que nunca fiz nada para ela não gostar de mim. — não julgo,se eu fosse ele também abandonava.
Abaixei minha cabeça, sentindo uma onda de tristeza me invadir. Eu detesto esse dia. Observo atentamente como o pai da Jasmin a trata tão bem, levando-a para tomar sorvete e levando-a para suas aulas de natação. Parece tão divertido. E o pai da Maya, ele é incrível! Além de cozinhar várias coisas deliciosas para ela, ele também a ensinou a jogar futebol. Ela é realmente boa nisso, e eu só consigo desejar ter alguém que me ensinasse algo assim. Já o pai da Vitória, mesmo sendo um pouco estranho e reservado, ele sempre cede aos desejos dela, comprando tudo que ela pede. Eu só consigo pensar como seria incrível ter um pai assim, alguém que me ensinasse coisas legais e estivesse sempre ao meu lado. A frustração só aumenta ao perceber que essa é uma realidade distante para mim.
