05 ˑ➼ 𝓤MA DOSE DO SEU 𝓢ABOR

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E MAIS UMA vez Taehyun se encontra alí, na varanda vendo o pôr do sol. Onde morava não tinha uma visão privilegiada daquelas, mal conseguia ver aquele espetáculo de cores bonitos.

Dessa vez não estava acompanhando de seu fiel companheiro Camel, havia fumado ontem a última cartela que trouxe de casa.

Estava acompanhado de um bom café amargo e um catálogo de artes, onde buscava mais conhecimento.

Mas a quem o homem queria enganar? Não parava de pensar um segundo sequer naquele garoto.

Lembranças da noite de ontem iam e voltavam em sua mente, os gemidos do enteado troava em sua cabeça e aquilo estava o deixava louco.

Não conseguia parar de pensar no rostinho banhado de lágrimas, as pupilas dilatadas enquanto a boquinha se movia pedindo por mais picados. Ah! Beomgyu era a personificação da luxúria.

Aquela peste mexeu de uma forma com a mente do moreno que naquela noite, quando Sooya chegou do trabalho, mal conseguiu prestar atenção na conversa da mulher.

Ela não notou o quanto seu noivo estava avoado e que em seu corpo havia marcas, pois, apenas ligava para contar os detalhes do que havia acontecido no trabalho. Taehyun só entendeu quando a mulher disse que alguns funcionários foram demitidos e depois dalí, sua mente pareceu uma faixa néon onde o nome Choi Beomgyu piscava em tons rosas.

Pela manhã, Beomgyu não apareceu e Taehyun já estava quase acostumado em não o ver na mesa. Talvez não gostasse de tomar café da manhã.

Mas a real era que não gostava de ver a cara de Sooya assim que acordava, especialmente naquele dia, nada iria tirar o sorriso do rosto do moreno.

Nem mesmo Sooya iria tirar o bom humor de Beomgyu e por esse motivo o garoto ficou o dia fora de casa, voltando no mesmo horário de ontem e dessa vez sem acompanhante.

Da varanda Taehyun viu o baixinho entrando em casa, com suas típicas roupas surradas e pretas, braceletes de Spikes e uma chocker bonita no pescoço que pareceu estar alí por outro motivo.

Taehyun havia deixado aquele pescocinho roxo.

Quando Beomgyu o viu na varanda, o sorriso rasgou o rostinho corado e rapidamente os passos mudaram de rumo, indo na direção do mais velho que deixou o catálogo e o café de lado.

Sem pensar muito, Beomgyu sentou no colo do padastro e beijou seus lábios, afoito e com desespero, gemendo baixo pelo gosto de cafeína se misturando com o sabor adocicado do pirulito de caramelo que havia chupando, uma ótima combinação.

― Sua mãe está em casa. - Susurrou ao romper o beijo, deixando o outro com um enorme bico nos lábios. ― Ela está no banho.

― Isso não é problema meu. - Respondeu, atacando novamente os lábios do padastro que deu reciprocidade ao beijo, rindo em meio ao ósculo desesperado.

As mãos de Taehyun foram diretamente para o traseiro que surrou ontem, recebendo um resmungo dolorido de Beomgyu.

Naquela manhã teve dificuldades de ir ao banheiro, só havia molhado agora pela tarde e conseguia andar normalmente, por mais que houvesse certo desconforto.

Não estava reclamando, aquela dor ele gostava de sentir, pois, lembrava a todo momento quando se entregou nos braços de Taehyun.

Mais uma vez o beijo foi rompido e dessa vez por passos vindos das escadas. Beomgyu rapidamente levantou do colo do homem e manteve distância, fingindo mexer em uma plantinha no canto da varanda, cantarolando baixinho.

A mulher adentrou o cômodo e viu Taehyun conversando com o filho, ficando descontente por ver os dois sozinhos alí. Sabia como seu filho era e como ele levava uma vida de pecados, mas sabia que Taehyun era fiel e não daria bola para o pirralho que a mesma se arrependeu de parir.

― Querido, estou me arrumando para ir trabalhar, amanhã terei folga, deixei comida feita para você. - Olhou com desdém para o unigênito, suspirando fundo e sorrindo forçada. ― Para você também, filho.

Beomgyu riu, negando pelo fingimento.

― Obrigado mamãe. - Retribuiu o sorriso forçado e o sarcasmo. Aquilo foi o suficiente para Taehyun começar a entender a relação de mãe e filho.

Ambos não se gostavam e aquilo era nítido, poderia ser lento às vezes, mas conseguia perceber quando duas pessoas se odeiam.

Não quis deixar mais faíscas soltarem de ambos os lados, então levantou e virou-se para Sooya.

― Agradecido, querida, mas acho melhor voltar a se arrumar. - Guiou a mulher para fora da varanda e beijou a testa dela para não ter que beijar os lábios quando ela veio em sua direção para isso.

Odiaria ter que beijar a mulher quando acabou de beijar o filho dela, o sabor de caramelo ainda estava em sua boca e não queria sentir mais nada, além disso.

Sooya estranhou o ato do noivo, mas não o questionou, sorriu e agradeceu, rumando de volta para o quarto.

Beomgyu observou a cena em silêncio silêncio, vibrando por dentro por não precisar ver seu padastro beijando sua mãe logo depois de lhe beijar.

― Foi por pouco. - Disse após checar se a barra estava limpa.

― Um dia você ainda vai me contar o motivo de ficar com alguém como ela. - Se aproximou novamente do padastro, acariciando seu peitoral que ontem serviu bem de apoio para seus pés.

― É complicado, Beomgyu. - Suspirou derrotado, tirando as mãos do garoto com certa delicadeza, voltando a sentar. ― Mas não vamos falar disso agora, vem cá.

Puxou o baixinho e o sentou em seu colo novamente, beijando seus lábios mais uma vez.

Viciante.

O perigo percorria por cada centímetro dos dois corpos, a adrenalina e o medo de serem pegos se beijando deixava tudo mais gostoso e foi assim até o momento onde Sooya desceu, pronta para o trabalho, fazendo com que os dois voltassem a se afastar e fingir estarem apenas tendo um diálogo vago.

Daquela vez não conseguiu escapar da mulher, Sooya deixou um beijo nos lábios do noivo, marcando a boca dele com o batom vermelho que usava e Beomgyu observou a cena, engolindo todo o seu ódio.

Taehyun nada sentiu, apenas ficou estático e observou a dona sair pela porta principal sem dar tchau ao filho, se esquecendo totalmente da máscara de boazinha que tinha que manter.

Percebeu naquele momento que nada era tão explosivo, doce, único quanto os lábios de Beomgyu.

Todo aquele disfarce talvez fosse valer a pena, sabia que mentira tinha perna curta e poderiam ser descobertos, mas iria aproveitar enquanto poderia ter uma dose daquele sabor todos os dias.

𝗔𝗱𝘂𝗹𝘁𝗲́𝗿𝗶𝗼 › TaegyuOnde histórias criam vida. Descubra agora