Capítulo 1 - Faísca Roxa

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— Agradeço pelo prêmio! Realmente, atuar nesse filme foi algo novo. Um filme com um herói dotado de três tipos de poderes, mesmo sendo atrapalhado e inexperiente. Penso que o desenvolvimento e aprendizado dele em meio aos diversos traumas foram prazerosos de se acompanhar — disse com um falso sorriso no rosto, ao receber o Oscar pela minha atuação no filme.

Era um filme interessante, um mundo onde cada pessoa possuía poderes. Alguns eram herdados e outros adquiridos ao completarem dez anos de idade.

O protagonista, um adulto na faixa dos vinte anos, era uma incógnita, pois possuía três tipos de poderes diferentes.

Ele lutava contra vilões e monstros para proteger a humanidade junto com a Associação dos Heróis.

Porém, ele diversas vezes era arrogante, o que lhe gerou várias perdas. Ele confiava demais em seu poder de criação de portais para escapar das diversas situações.

"Penso que se fosse eu no lugar dele, eu seria mais cauteloso. Provavelmente esconderia ao máximo os outros poderes. Quanto menos se destacar, mais difícil será sua identidade ser exposta... Raios... eu queria muito estar jogando tênis neste momento." Um flash acertou meus olhos nesse momento, provavelmente de algum fotógrafo; era isso que pensei.


Mas, assim que abri os olhos, o cenário parecia diferente naquele momento.

— 40 a 15! Match point a favor de Ardeli.

Parecia que eu havia sido teleportado para uma partida de tênis? E estou ganhando. Minha oponente parecia frustrada, uma garota alta e atlética com longos cabelos prateados.

Ela se chamava Elena, como eu sei? Parece que novas memórias vieram à minha mente.

Por mais estranho que pareça, esse mundo é similar ao do filme em que atuei.

Um mundo com poderes, heróis, vilões e, em boa parte, um completo caos.

Elena parecia irritada por perder, seus cabelos pareciam se arrepiar, e uma fina camada de energia elétrica estava ao seu redor.

Mas por que só eu consigo ver? Isso não seria trapacear.

Ela devolveu meu saque com um poder avassalador. Parece que as correntes elétricas aumentaram a velocidade da bola. Ao sacar e subir para um voleio, só sentia a bola passar rente ao meu pescoço a uma velocidade de duzentos quilômetros por hora.

— 40-30 para Elena! — declarou o juiz.

— Ei! Isso é válido? Usar poderes em uma partida amistosa? — Exclamei alto, afinal, usar poderes tiraria toda a graça desse esporte.


— Oh?! Irritado, é? Por que não vem reclamar mais de perto, seu merdinha! — Elena, que ainda parecia irritada por estar perdendo o jogo, lançou insultos e me mostrou o dedo do meio.

— Juiz, isso é permitido? Usar poderes? — perguntei ao juiz.

— Desde que não infrinja as regras do esporte e não machuque ninguém, tudo é permitido. — Sua resposta foi simples e direta.


— Bom, que assim seja! — Respondi, irritado. Lancei a bola para cima e fiz um saque lento que voou em direção à quina do retângulo, rente ao pé de Elena.

Assim que saquei, virei-me ainda irritado com a partida, indo até o banco e pegando minhas coisas.

Elena estava concentrada em rebater a bola, nem percebeu que eu saí. Leves correntes elétricas estavam em volta de seu corpo, e ela recuou para trás, esperando a bola ir em sua direção. Ela planejava devolvê-la com um backhand paralelo no meu contra-pé.

certamente isso é um tipo.Onde histórias criam vida. Descubra agora