Capítulo 5 - Papéis

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— Ohh?! Lhe acordar me parece uma boa ideia. — Disse Elane, pegando o número.

— Uma boa o caralho! Devolve! — resmunguei, tentando pegar o número de volta.

Fred observou essa cena, contendo o riso. Seus olhos estavam lacrimejando e seu corpo se contorcia, com uma mão na boca para segurar a risada.

— De todo modo, eu vou nessa! Onde é a saída? — Levantei-me, espreguiçando meus braços.

De algum modo, esse local parecia bem escondido, com tecnologia de ponta e difícil de ser invadido. Afinal, tem heróis de quase todos os ranks aqui.

Pelo que sei da nossa cidade, temos dois heróis de rank A. Aquele cara vestido de urso ontem, cujo poder basicamente é super-força. A outra é aquela mulher com roupas de vaqueira, não entendo muito bem, mas seu poder é algo como punição; ao longo do combate, suas chicotadas começam a causar mais dano. Um poder interessante que começa de forma fraca e escala infinitamente.

Com toda certeza, ela tinha as qualificações para se tornar o primeiro rank S. Mas a desvantagem de começar com pouca força pode ser explorada de diversas formas; por exemplo, Faísca Roxa poderia dar tudo de si no primeiro ataque e ganhar a luta.

Quanto ao motivo de Elane ser uma rank B, deve-se ao fato de ser jovem e ainda não dominar completamente seu poder.

— Descubra por si mesmo! — Elane franziu o cenho, cruzando levemente os braços. Sua expressão estava fofa nesse momento.

— Boa sorte descobrindo! — Fred suspirou, em desacordo com a atitude de Elane, mas seu olhar dizia: "Desculpe, amigo, mas também não quero ser tostado."

— Se eu conseguir sair, você me deve uma casquinha de baunilha! — Revirei os olhos e me virei de costas, saindo para procurar a saída.

Um fato interessante: desde que me tornei Ardeli, alguns dos meus gostos mudaram, adquirindo o amor por casquinha de baunilha. Algo bastante estranho, mas um pouco de açúcar é muito bom para o cérebro.

— Quanto tempo até ele voltar? Afinal, só existe uma saída e entrada. A entrada requer saber qual livro puxar, e para sair, precisa ter o globo ocular registrado. — Indagou, com um sorriso no rosto.

— Você continua com esse tipo de personalidade provocativa, Elane. Vai chegar uma hora em que nem quem é extremamente próximo de você vai aguentar. Mas acho que ele volta daqui a trinta minutos. —

— Ele é teimoso! Provavelmente vai dormir na porta até alguém abrir por fora. —

Tentei lembrar o caminho para a saída. O local era enorme, cheio de monitores, pessoas com jalecos e expressões cansadas, fisicamente e mentalmente. Era possível ver a dedicação delas no ar, para salvar a cidade; alguns heróis estavam conversando sobre suas últimas missões, outros testando dispositivos. Estava agitado e barulhento, mas as pessoas, de alguma forma, sorriam.

Acho que esse é o efeito de quando você faz algo por amor e não por dinheiro, mesmo que isso signifique colocar sua vida em risco pelo bem de outras pessoas.

— Credo! Lugar barulhento. —

Não demorou muito; logo subi as escadas, que eram a porta pela qual entrei.

Parecia haver um painel com uma seta apontando para um pequeno buraco, um dispositivo de reconhecimento de globo ocular. Parece que, para sair, terei que usar um portal.

Seria perigoso demais se me descobrissem. Penso que posso esperar alguém abrir por fora ou ligar para a Associação falando sobre um falso crime?

Me desanimei ao pensar em como estaria preso às custas de Elane. Como uma lâmpada acendendo, me veio uma ideia: a outra forma de abrir essa porta não é puxar o livro certo do outro lado?

certamente isso é um tipo.Onde histórias criam vida. Descubra agora